À volta do Herva Doce com o Hervah
Por Elias Nogueira
Três ex-integrantes do Herva Doce “Banda de sucesso dos anos 80”, Marcelo Sussekind (guitarra), Roberto Lly (baixo) e Fred Maciel (bateria e voz) se juntam ao Sérgio Villarim (teclado e voz) da antiga banda carioca de rock progressivo Bacamarte e recrutaram o cantor Márvio (voz, guitarra e violão), bastante conhecido no circuito carioca e fundam o Hervah. Banda de hard rock, com guitarras bem soladas, bateria segura e baixo pulsante adicionado do teclado progressivo. Acompanhe a primeira entrevista concedida com exclusividade ao jornalista Elias Nogueira em conversa num estúdio no alto da Gávea no Rio de Janeiro, por ocasião da finalização do primeiro disco. Os dois lendários músicos e produtores, Marcelo Sussekind e Roberto Lly, contam como surgiu a mais nova banda carioca de rock.
Como foi que aconteceu? Foi um encontro?
Roberto Lly - Não foi um projeto, foi uma coisa que foi acontecendo aos poucos. Estamos fazendo tudo há mais de um ano.
Isso pode soar como um retorno.
Roberto – A intenção nunca foi voltar com o Herva Doce, tem uma ligação somente com o nome. Mas quando se escuta o trabalho, não nada haver com o Herva Doce.
Chegou a ser cogitado o retorno do Herva Doce?
Marcelo - Algumas pessoas em volta, que nos via tocando e ficavam falando: - Volta! Porque que não volta com o Heva Doce.... Esse tipo de coisa.
Roberto – Recebemos até propostas para retornar com o Heva Doce, mesmo antes desse movimento Ploc. Queriam fazer um DVD com músicas antigas. Sempre que nós encontrávamos o Renato a coisa nunca rolava.
E quanto ao nome?
Roberto – O nome é apenas uma referência.
Marcelo - O nome é o seguinte: Não têm doce para atrapalhar e antes era com um h, agora são com dois! (risos)
Mas tem três ex-integrantes do Herva Doce.
Roberto – Sim! Eu, o Marcelo e o Fred que fez parte da segunda formação do Herva Doce. Formamos a base, mas tem outro cantor, outro tecladista e outras músicas. Acho que é mais uma evolução do que um retorno.
Marcelo Sussekind - Não existia uma pretensão de fazer um disco. A intenção era tocar. E foi o que fizemos eu, Fred e Roberto há mais de um ano. Nós não queríamos voltar com o Heva Doce. Não queremos fazer concessão. Não queremos subir no palco e tocar músicas antigas.
Roberto – A intenção era levar um som! Não tinha nem cantor! As coisas foram acontecendo e surgiu o papo de gravar um disco. Mas nem cantor tinha! Já conhecíamos o Marvio, que é oriundo da noite e o convidamos. Começamos a fazer músicas e rolou umas duas. E não é nenhuma que está no repertório do disco. Precisávamos de um tecladista para preparar e gravar. Como já o conhecíamos o Villarim, amigo de longa data, fomos até o seu estúdio e ele acabou fazendo.
Tudo foi acontecendo gradativamente?
Marcelo – Sim! Estávamos tirando um som dentro de um estúdio de ensaio que dava para gravar algumas coisas. Depois, levava para casa, arrumava aqui e ali. Voltava para o estúdio e fazia tudo de novo. Quando percebemos já tínhamos uma média de 25 músicas, entre as que ficaram para trás e as que foram gravadas. Teve coisas que gravamos e foi descartado, assim como música que virou outra música.
O som de vocês é um rock com referências antigas. É um hard rock pesado com solos de guitarras, bateria pesada e baixo pulsante. Diferente do que rola atualmente no mundo do rock. Isso pode ser um choque?
Marcelo - Ninguém está preocupado com isso, Não estamos preocupados com o sucesso. Estamos fazendo por puro prazer. E é obvio que tem um público grande que curte esse tipo de som! Se as pessoas comprarem o disco, ótimo! Se aparecer algo legal, como festivais, teatros... Lugares em que possamos tocar de verdade, puxando as coisas mais antigas! Não queremos fazer showzinhos em clubes! A intenção não é essa. Não quer dizer que não possa ser se o negócio acontecer! A mira não é essa! Mas se acontecer... Não faremos concessão. Lá atrás, fizemos um monte de concessões! Quando tocávamos por tocar, era por aí! Não digo exatamente assim, mas era por aí! Tínhamos que frear e fazer música para o disco e tinha umas letras meio bobinhas. Esse nosso trabalho novo não têm nada disso. A única coisa que têm haver com o passado, é os três ex-componentes de uma antiga banda.
Como vai ser para equacionar a vida profissional de cada um, tendo em vista que todos têm trabalhos separadamente?
Roberto – Como não estamos preocupados e não dependemos do sucesso. É exatamente outra coisa. Ou seja: Ta acontecendo, tem um lugar bacana para tocarmos, vamos lá, sentamos a mão, tocamos três dias e rendeu um filhote! O cara chama para outro e vamos lá e fazemos. Aí é um show aqui e outro ali no final de semana. Acho que isso não vai atrapalhar. Isso faz parte da vida que levamos. Produzindo disco ali, fazendo PA... E assim vai! Lógico que se chegar a um ponto e estourar, estamos aí pra vida!
Então isso é a concepção de uma banda e não um projeto?
Roberto – Não é um projeto é uma banda de rock!
Marcelo – Não é um projeto, para fazer um disco, trabalhar intensamente na mídia e coisa e tal. Não temos essa preocupação de fazer para estourar. Se aparecer oportunidade para fazer, faremos! Inicialmente nós dois estávamos muito resistentes a tudo isso. Mas quando se pensa só na música e no prazer, tudo é diferente. Isso é passado para o público inconscientemente e se acontecer uma quantidade maior de trabalho, vamos fazer dentro do possível. O que não vai se fazer é coisinha à toa. Não queremos tocar em qualquer lugar, porque se não, vão começar a pedir músicas antigas e não é isso que queremos fazer!
Como foram feitas as composições?
As composições são próprias. Todos colaboram?
Roberto - Sim todos participam dando suas sugestões.
Marcelo – Alguém vem com um embrião. O Fred mostra, o Roberto também, junta com o que eu mostrei e é feito o arranjo. E as composições também são feitas assim. Exemplo: O Fred vem com uma idéia, me mostra, dou minha contribuição. É mais ou menos assim. Nada foi planejado! Teve vezes que tocávamos duas vezes e ficávamos três meses sem se ver. É sempre tudo no prazer. Teve sábados e domingos que tocamos o dia inteiro dentro do estúdio.
Por Elias Nogueira
Três ex-integrantes do Herva Doce “Banda de sucesso dos anos 80”, Marcelo Sussekind (guitarra), Roberto Lly (baixo) e Fred Maciel (bateria e voz) se juntam ao Sérgio Villarim (teclado e voz) da antiga banda carioca de rock progressivo Bacamarte e recrutaram o cantor Márvio (voz, guitarra e violão), bastante conhecido no circuito carioca e fundam o Hervah. Banda de hard rock, com guitarras bem soladas, bateria segura e baixo pulsante adicionado do teclado progressivo. Acompanhe a primeira entrevista concedida com exclusividade ao jornalista Elias Nogueira em conversa num estúdio no alto da Gávea no Rio de Janeiro, por ocasião da finalização do primeiro disco. Os dois lendários músicos e produtores, Marcelo Sussekind e Roberto Lly, contam como surgiu a mais nova banda carioca de rock.
Como foi que aconteceu? Foi um encontro?
Roberto Lly - Não foi um projeto, foi uma coisa que foi acontecendo aos poucos. Estamos fazendo tudo há mais de um ano.
Isso pode soar como um retorno.
Roberto – A intenção nunca foi voltar com o Herva Doce, tem uma ligação somente com o nome. Mas quando se escuta o trabalho, não nada haver com o Herva Doce.
Chegou a ser cogitado o retorno do Herva Doce?
Marcelo - Algumas pessoas em volta, que nos via tocando e ficavam falando: - Volta! Porque que não volta com o Heva Doce.... Esse tipo de coisa.
Roberto – Recebemos até propostas para retornar com o Heva Doce, mesmo antes desse movimento Ploc. Queriam fazer um DVD com músicas antigas. Sempre que nós encontrávamos o Renato a coisa nunca rolava.
E quanto ao nome?
Roberto – O nome é apenas uma referência.
Marcelo - O nome é o seguinte: Não têm doce para atrapalhar e antes era com um h, agora são com dois! (risos)
Mas tem três ex-integrantes do Herva Doce.
Roberto – Sim! Eu, o Marcelo e o Fred que fez parte da segunda formação do Herva Doce. Formamos a base, mas tem outro cantor, outro tecladista e outras músicas. Acho que é mais uma evolução do que um retorno.
Marcelo Sussekind - Não existia uma pretensão de fazer um disco. A intenção era tocar. E foi o que fizemos eu, Fred e Roberto há mais de um ano. Nós não queríamos voltar com o Heva Doce. Não queremos fazer concessão. Não queremos subir no palco e tocar músicas antigas.
Roberto – A intenção era levar um som! Não tinha nem cantor! As coisas foram acontecendo e surgiu o papo de gravar um disco. Mas nem cantor tinha! Já conhecíamos o Marvio, que é oriundo da noite e o convidamos. Começamos a fazer músicas e rolou umas duas. E não é nenhuma que está no repertório do disco. Precisávamos de um tecladista para preparar e gravar. Como já o conhecíamos o Villarim, amigo de longa data, fomos até o seu estúdio e ele acabou fazendo.
Tudo foi acontecendo gradativamente?
Marcelo – Sim! Estávamos tirando um som dentro de um estúdio de ensaio que dava para gravar algumas coisas. Depois, levava para casa, arrumava aqui e ali. Voltava para o estúdio e fazia tudo de novo. Quando percebemos já tínhamos uma média de 25 músicas, entre as que ficaram para trás e as que foram gravadas. Teve coisas que gravamos e foi descartado, assim como música que virou outra música.
O som de vocês é um rock com referências antigas. É um hard rock pesado com solos de guitarras, bateria pesada e baixo pulsante. Diferente do que rola atualmente no mundo do rock. Isso pode ser um choque?
Marcelo - Ninguém está preocupado com isso, Não estamos preocupados com o sucesso. Estamos fazendo por puro prazer. E é obvio que tem um público grande que curte esse tipo de som! Se as pessoas comprarem o disco, ótimo! Se aparecer algo legal, como festivais, teatros... Lugares em que possamos tocar de verdade, puxando as coisas mais antigas! Não queremos fazer showzinhos em clubes! A intenção não é essa. Não quer dizer que não possa ser se o negócio acontecer! A mira não é essa! Mas se acontecer... Não faremos concessão. Lá atrás, fizemos um monte de concessões! Quando tocávamos por tocar, era por aí! Não digo exatamente assim, mas era por aí! Tínhamos que frear e fazer música para o disco e tinha umas letras meio bobinhas. Esse nosso trabalho novo não têm nada disso. A única coisa que têm haver com o passado, é os três ex-componentes de uma antiga banda.
Como vai ser para equacionar a vida profissional de cada um, tendo em vista que todos têm trabalhos separadamente?
Roberto – Como não estamos preocupados e não dependemos do sucesso. É exatamente outra coisa. Ou seja: Ta acontecendo, tem um lugar bacana para tocarmos, vamos lá, sentamos a mão, tocamos três dias e rendeu um filhote! O cara chama para outro e vamos lá e fazemos. Aí é um show aqui e outro ali no final de semana. Acho que isso não vai atrapalhar. Isso faz parte da vida que levamos. Produzindo disco ali, fazendo PA... E assim vai! Lógico que se chegar a um ponto e estourar, estamos aí pra vida!
Então isso é a concepção de uma banda e não um projeto?
Roberto – Não é um projeto é uma banda de rock!
Marcelo – Não é um projeto, para fazer um disco, trabalhar intensamente na mídia e coisa e tal. Não temos essa preocupação de fazer para estourar. Se aparecer oportunidade para fazer, faremos! Inicialmente nós dois estávamos muito resistentes a tudo isso. Mas quando se pensa só na música e no prazer, tudo é diferente. Isso é passado para o público inconscientemente e se acontecer uma quantidade maior de trabalho, vamos fazer dentro do possível. O que não vai se fazer é coisinha à toa. Não queremos tocar em qualquer lugar, porque se não, vão começar a pedir músicas antigas e não é isso que queremos fazer!
Como foram feitas as composições?
As composições são próprias. Todos colaboram?
Roberto - Sim todos participam dando suas sugestões.
Marcelo – Alguém vem com um embrião. O Fred mostra, o Roberto também, junta com o que eu mostrei e é feito o arranjo. E as composições também são feitas assim. Exemplo: O Fred vem com uma idéia, me mostra, dou minha contribuição. É mais ou menos assim. Nada foi planejado! Teve vezes que tocávamos duas vezes e ficávamos três meses sem se ver. É sempre tudo no prazer. Teve sábados e domingos que tocamos o dia inteiro dentro do estúdio.
OS: Texto publicado originalmente na edição 130 do jornal International Magazine
2 comentários:
Muito bom seu blog! Sempre admirei seu trabalho. Continue assim!!!!
abraços de um fã!
Já temos esse meterial para download? A banda já possue website? Valeu pelo post, abçs!
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