maio 17, 2007

Arnaldo Antunes



Arnaldo Antunes Ex -Titãs se consagra como poeta popular e romântico em “Qualquer”Arnaldo Antunes, nascido em São Paulo, participou de grupos de música, poesia, vídeos, performance e integrou de 1982 a 1992 a lendária banda de rock Titãs, uma das mais importantes do rock nacional na década de 80.


Arnaldo nunca parou de escrever e lançar livros de poemas enquanto fazia parte do grupo. Depois de sair deixar os Titãs continuou compondo para a banda, emplacando suas canções em "Titanomaquia" (1993), "Domingo" (1995), "Acústico" (1996, participa em uma faixa) e "Volume 2" (1998).


Partiu para carreira solo como cantor, compositor e poeta lançando o disco-livro-vídeo "Nome" em 1993. Outros discos seguiram a mesma trilha do artista como: "Ninguém" (1995), "O Silêncio" (1996) e "Um Som" (1998).


Diferentes intérpretes já gravaram canções de sua autoria: Marisa Monte (Beija eu, Volte para o seu lar e outras), Jorge Ben Jor (Cabelo), Gilberto Gil (A ciência em si), Rita Lee (O que você quer), Ney Matogrosso (Comida) e muitos outros.


Em 2002, lança “Tribalistas” em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown, disco apontando como mais uma estética musical.


Em tempo: Arnaldo lança seu oitavo disco solo “Qualquer” (Biscoito Fino) com 14 faixas autorais, dividindo composições com Adriana Calcanhoto, Carlinhos Brown, Hélder Gonçalves, Marisa Monte, Chico Salém, Manuela Azevedo, Gilberto Gil, dentre outros. Além de renovar com sua voz (Acabou chorare) de Moraes Moreira Arnaldo ainda renovou outras canções como: (Eu não sou da sua rua) em parceria com Branco Mello, (Lua vermelha) confirmando mais uma vez sua veia poética que o consagrou ao longo de sua carreira.


Em entrevista concedia na sua produtora em São Paulo, Arnaldo falou do processo de criação, composições e etc.


Criação

Eu não faço 40 músicas por dia. Tem muita musica que faço e acaba sendo gravado por outras pessoas. Nesse disco tem quatro canções que já foram gravadas por outro artista e eu tive o desejo de reler. Acho que a maior parte do disco é de material inédito. Deve ter umas oito inéditas e quatro que já haviam sido gravadas e que são tão inéditas pra mim, porque quando canto uma música tento fazer uma leitura inédita como se eu tivesse que dá alguma novidade em relação ao que as pessoas já conhecem da canção. Trazer para uma linguagem pessoal que dê um novo olhar em relação a aquela canção. Sempre predomina essa intenção. Isso acontece no caso de (Lua vermelha), (Eu não sou da sua rua) e (As coisas). O que eu acho é isso! Primeiro pensei na sonoridade e depois é que fui buscar o repertório. Fui buscando um que tivesse haver. Tem muita música que eu fiz que não te nada haver com esse contexto. Se for fazer um disco de rock, com power trio, com guitarra distorcida e bateria, vou buscar outro tipo de repertório. Seja coisas que fiz recentemente coisas antigas que nunca foram gravadas ou mesmo coisas antigas que foram gravadas por outras pessoas e eu nunca gravei. Isso tudo se iguala. O importante é criar essa coesão e adequação ao projeto. Acho que esse disco foi um olhar feliz! Comecei registrando muita música somente com voz e vilão, já pensando que seria uma formação assim. Foram mais de 40 músicas e fiz uma pré-produção com o Chico Salém antes de ensaiar para poder ouvi-las só com voz e violão e ver o que combinava melhor com a sonoridade próxima dessa voz que é um tom mais grave.


Quanto à presença de palco no show do disco

Tem toda uma mudança no comportamento de palco. Todos os músicos ficam sentados. Sei que eu vou ficar bastante tempo em pé, mas tem um banquinho para eu sentar pelo menos uma parte do show. Vai ter um figurino pensado para esse show. O cabelo vai ter um penteado diferente, no cenário vai ter um vídeo sendo projetado. Quer dizer: Todo conceito de cenário, figurino, comportamento e performance de palco, vai se adequar à sonoridade desse disco, que é o que estou realizando nesse momento.

Mercado

Faço músicas sem prever muito à repercussão. Mas agente sempre quer ser ouvido por maior números de pessoas possível, fazer sucesso, tocar na rádio, fazer show para muita gente. Acho música popular à natureza dela, faz dessa idéia do coletivo. Mas ao compor, não vem essa idéia de um público específico e nem fórmulas para agradar público algum. Acho que tem fazer acreditando numa expressão verdadeira e que me satisfaça também. A gente conta que as pessoas vão se identificar de alguma forma com aquilo.

Popularidade

A popularidade depende de cada projeto. Com os Titãs e os Tribalistas são projetos que eu tive muito mais sucesso comercial muito mais do que à carreira solo. Mas acho também que na carreira solo, de uma certa forma, cultivo a cada dia um público próprio e uma certa solidez para dá continuidade a ela. Acho que ela é do tamanho que me sinto satisfeito. Lógico que gostaria de está fazendo maior sucesso possível. Mas acho que uma certa forma tem uma garantia de prosseguimento a longo prazo que acho que é o mais importante para minha imagem.

Discos

Acho que cada disco é feito de um jeito. Quando estou lançando um disco nunca penso no próximo. Vendo hoje em dia, acho que tinha na forma de interpretar e na sonoridade de uma música mais suave. Acho também que nos meus últimos discos isso vem aparecendo e convivendo com outras formas. Mas não que eu estivesse prevendo que eu fosse fazer um disco nesses moldes. Quando lanço um disco, estou pensando no show do disco. Acho que existe um equilíbrio muito sábio, temporada de estúdio e temporada de show. Quando estou fazendo muitos shows não estou pensando em gravar. E quando começo a fazer menos shows, começa a me dá uma coceira para fazer um novo disco. É mais ou menos assim. Depois de fazer esse disco, pensando retroativamente, eu vejo que já existia alguma semente do que fiz em “Qualquer” e que já estavam no “Saiba”, “Paradeiro” e nos “Tribalistas”.

Composições

Varia muito e depende da requisição. Tem pessoas que falam - Vou gravar essa música e estou te mandando a melodia, vou gravar no meu próximo disco e gostaria que você fizesse uma letra. Geralmente aquela melodia já inspira algo adequado para aquele universo. Mas tem muita coisa que faço por fazer sem muita direção. Com Carlinhos e Marisa por exemplo é isso que acontece. Ai chega à época de ela fazer um disco um disco e acaba gravando. Assim acontece comigo e com o Carlinhos. Algumas são gravadas por outras pessoas. A Rita Lee gravou uma parceria nossa.

Samba

Não tenho nenhum problema em gravar um samba. Nesse disco tem (Lua vermelha) que é um samba meio rock.


Ouvinte

Sou muito eclético nesse sentido. Escuto música do mundo inteiro e todos os gêneros da musica brasileira. Às vezes quero ouvir Jackson do Pandeiro, Zeca Pagodinho, Nação Zumbi, João Gilberto... Tenho ouvido muito o último disco do Caetano e Nina Simone quem eu gosto de paixão.



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