maio 23, 2007

Chico Batera


Chico Batera e o “Lume”

Chico Batera que tem no currículo 28 anos de carreira sólida, coloca no mercado o novo disco com temas de Jobim, Chico e André Victor Corrêa, além de composições próprias e ainda conta com participação de Chico Buarque.
Há 28 anos Chico Batera é conhecido como o percussionista de Chico Buarque. Com 41 anos de carreira, iniciada na primeira metade da década de 60, acompanhando o grupo de Sergio Mendes, Chico Batera lança “Lume” seu sexto trabalho de carreira pelo selo carioca Biscoito Fino.

Acompanhado de Kiko Continentino (piano) e Luiz Alves (baixo), com participações de Marcos Nimrichter (acordeom) e do amigo com quem toca há muito tempo, Chico Buarque que empresta sua voz à “Iracema” voou, que juntamente com temas de Antonio Carlos Jobim, André Victor Corrêa, além de composições do próprio Chico Batera e de Continentino, constituem o repertório deste disco.

O “Lume” de Chico Batera aparece com incursões rítmicas e melódicas – Chico executa a bateria e o vibrafone ao longo de todo o disco, passando pelo samba e o choro com elementos do jazz e pegadas de música latina.

Logo no início, um dos temas mais tradicionais do repertório do choro, “André do Sapato” Novo, é recriado com pegada de samba com influência jazzísticas. A referência se estende a duas composições nada óbvias do vasto repertório de Jobim: “Quebra-pedra” e “Mojave”, dialogando de maneira vigorosa com o baião e o jazz. ”Samba e Amor”, de Chico Buarque, com o ar cool, não compromete a obra do poeta remetendo aos grandes momentos do jazz.

“Lume” que foi gravado nos estúdios Castelo, em Niterói, e Biscoito Fino, no Rio, apresenta na segunda parte um andamento mais acelerado feito a "Correria da cidade" descrita na letra original de Chico Buarque, para logo regressar à languidez compassada, ideal de embalar amantes no lume das manhãs e das madrugadas. “Iracema Voou” conta com a voz de Chico Buarque como mais elementos instrumentais, a melancolia da personagem ilustrada pelo acordeom jazz-portenho de Nimrichter. Já o conhecidíssimo pianista Kiko Continentino contribui com dois temas de sua autoria: o samba “No Sapato”, com direito a solo de contrabaixo com arco, de Luis Alves, e o samba-jazz “Pulando a cerca”. O próprio Chico Batera, apresenta composições próprias: o samba-choro “Acaba Logo com Esse Choro”, com solos de acordeom, piano e vibrafone; o a samba lento “Afinidades” e o quase bolero “Teia II”. Vale muito conferir.

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