novembro 15, 2009

Elias Nogueira Blog Novo

Pessoal, estou com Blog novo, o Aumenta o Som, vai continuar. Mas de agora em diante, darei mais noticias no link abaixo. Beijo no coração de todos!
Encontro com vocês no http://www.eliassnogueira.blogspot.com

novembro 07, 2009

Lançamento do Livro 'O guitarrista Victor Biglione & a MPB"

Noite de autógrafos do lançamento do livro biográfico "O guitarrista Victor Biglione & a MPB" do músico Victor Biglione - feito pelo escritor e pesquisador Euclides Amaral. O Evento aconteceu em Copacabana (Rio de Janeiro) em 5 de novembro de 2009 na Livraria da Bolivar. Wagner Tiso, Robertinho Silva, Bacalhau, Tunai, Carlos Dafé, Rildo Hora, Ricardo Cravo Albin, Kátia d'Angelo, Élida Trinta, Leiloca, Pascoal Meireles, entre outros apareceram por lá.
















outubro 22, 2009

Victor Biglione & a MPB

“O GUITARRISTA VICTOR BIGLIONE & A MPB”

Guitarrista de grande repercussão nacional e internacional Victor Biglione, argentino de nascimento, naturalizado brasileiro, é o estrangeiro que mais atuou em gravações e aparições pelo mundo. Agora a carreira de Victor Biglione é passada a limpo em livro.
“Alguns amigos e jornalistas do meio comentavam que eu era o estrangeiro que mais trabalhou na MPB e nenhum outro tinha esse feito. Mediante a isso, fui ao Instituto Cravo Albim, conversei com a Heloisa Tapajós. Ela me recomendou o Euclides Amaral para fazer a elaboração do livro. Ele fez seis meses de pesquisas e ficou comprovado que eu sou o artista, não brasileiro, que mais trabalhou na MPB, tanto em gravações como em shows, são mais de 250 artistas”, entrega Victor Biglione.

Na realidade, trata-se de um trabalho minucioso de pesquisa - “O guitarrista Victor Biglione & a MPB” (Edições Baleia Azul, 204 pág.), foi preparado pelo poeta e pesquisador musical Euclides Amaral. “O guitarrista Victor Biglione & a MPB”, é integrado por textos e imagens que perpassam a carreira do músico argentino naturalizado brasileiro, radicado no Rio de Janeiro, através de artigos, entrevistas e matérias publicadas em jornais, revistas, livros e sites.
“Nasci em Buenos Aires cheguei ao Brasil com minha família aos cinco anos de idade, 1964. Não torço por time de futebol na Argentina, somente para seleção. Só tenho dois times na minha vida, o Botafogo e a seleção da Argentina e lógico, a Seleção Canarinho. Sou naturalizado brasileiro. Já tive várias oportunidades de morar fora do Brasil, mas não consigo. Meu país é o Brasil e minha cidade é o Rio de Janeiro, na qual resido, amo o Brasil”, confessa Biglione.

Os textos abrangem e particularizam a visão do guitarrista quanto a gêneros musicais como o rock, samba, choro, blues, bossa nova, baião, entre outros, além de trilhas compostas para teatro, cinema e televisão.


Na parte final, do livro, consta o ensaio - “A Contribuição Estrangeira na MPB do Século XVI ao XXI”. Isso foi sugerido pelo músico ao autor do livro, no qual, através de micro-verbetes é prestada uma homenagem aos principais músicos, letristas e editores musicais que influenciaram a MPB, tais como os portugueses - com suas escalas diatônicas e cromáticas, que mescladas às manifestações musicais nativas e posteriormente de origem afro, resultou na sedimentação de novos gêneros musicais através dos séculos.


Já nas imagens, constam 27 capas de discos do Biglione com partituras, capas de impressos e cerca de 70 fotos, tudo isso com alguns dos mais de 250 artistas com os quais o músico vem atuando na MPB a partir da década de 1970 quando começou a trilhar sua carreira.

Victor Biglione estará autografando “O Guitarrista Victor Biglione & e a MPB” na Livraria da Bolívar - Rua Bolívar, 42 - Loja A - Tel.: 32083600, dia 5 de Novembro às 20h.

The Beatles por brasileiros

The Beatles por brasileiros!

Produtor Marcelo Fróes lança duas trilogias, do quarteto inglês referenciando os álbuns The Beatles, Abbey Road e Let It Be.

Ele começou amando os Beatles! É produtor, pesquisador e proprietário do selo Discobertas. É editor do tablóide International Magazine – esteve à frente de lançamentos de caixas biográficas de nomes consagrados como Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Zé Ramalho e outros. Foi um dos responsáveis pela vinda do produtor George Martin (Beatles) ao Brasil no Projeto Aquarius no Rio de Janeiro em 1993, lançou em parceria com Ricardo Pugialli o livro – Os anos da Beatlemania. Em 2008, detona o bem sucedido, projeto Álbum Branco dos Beatles que completou 40 anos no mesmo ano - com vários artistas brasileiros interpretando na íntegra, faixa por faixa do lendário álbum duplo que originalmente tem o nome The Beatles e conhecido popularmente como White Album, que gerou a trilogia – Álbum Branco, As Outras Cores do Álbum Branco e Álbum Branco Indie Version. Neles estão incluídos canções obscuras e outras até então inéditas ao público. Figuras ilustres como Lobão, Paulo Ricardo, Zé Ramalho, Victor Biglione, Zélia Duncan, Raimundo Fagner, Cachorro Grande, Rodrigo Santos e George Israel, Autoramas, Frank Jorge, Apoena, Biquíni Cavadão, Branco Mello, entre outros que participaram. Agora ele lança a trilogia – Get Back de Volta aos Beatles, O Outro Lado da Abbey Road e Abbey Road Revisited, baseado nos discos Abbey Road e Let it Be do quarteto liverpooldiano, com artistas nacionais. Entre o quais Jota Quest, Mu Carvalho, Ivan Lins, Érika Martins, Sérgio Reis, Detonautas, Frejat, Flávio Venturini, Elis Regina e Milton Nascimento, Wanderléa, entre outros. Pude conversar com este produtor que diz ter mais novidades num futuro próximo. Deixemos o cara falar! Com vocês! Marcelo Fróes!
Por Elias Nogueira


- Você vem fazendo ao longo dos anos, trabalhos, referente aos Beatles. Essa paixão é desde infância? É Influência de alguém? Quem te apresentou os Beatles?
- Não é nada proposital, mas realmente acontece de tempos em tempos. Talvez porque eu tenha absorvido tão bem a influência que ela se materialize de formas diversas, de tempos em tempos. Até meu interesse pela Jovem Guarda é decorrência da paixão pela música dos anos 60, que tinha nos Beatles seu maior estandarte. Meu irmão é oito anos mais velho e tinha alguns discos, mas acho que eu mesmo é que fui descobrindo sozinho e me interessando - não só pelos Beatles, como também por tudo que eles fizeram nas carreiras solo. Nem todo fã dos Beatles curte o que eles fizeram depois, não se dá ao trabalho de conhecer, mas eu sempre curti e é por isso que pude fazer projetos como "Álbum Branco" e "Beatles '69", que contém canções que foram gravadas em discos solo de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison ao longo das décadas. Músicas feitas pelos Beatles no final dos anos 60 geraram conteúdo para discos que eles fizeram muitos anos depois, como foram os casos de "Circles" (George Harrison, 1982) e "Cosmically Conscious" (Paul McCartney, 1993). Só alguém que realmente acompanhou tudo o que eles fizeram e fazem até hoje poderia encontrar essas pérolas e levá-las para o repertório sessentista original. - Gostaria que falasse do atual projeto que reúne álbuns e canções do quarteto. Quantos álbuns lançados do projeto?
- Ano passado (2008) o projeto "Álbum Branco" gerou três CDs, e este ano por acaso também três. Da mesma forma que a trilogia "Álbum Branco" registrou todas as canções geradas no ano de 1968, a trilogia "Beatles '69" também traz tudo que eles compuseram e/ou gravaram no ano de 1969 - o último de atividades da banda.

- Como surgiu a idéia? Quando deu o estalo? Quanto tempo até ficar pronto?
- Quando lançamos os discos do projeto "Álbum Branco" entre setembro e novembro do ano passado (2008), um a cada mês, as pessoas já começaram a perguntar se não faríamos algo em 2009. Alguns queriam repetir "a brincadeira" e outros que não haviam gravado, queriam finalmente a oportunidade. Eu achava que o projeto "Álbum Branco" já fora bem grandioso, com muita gente boa e muitos Vips também, e que não seria viável superá-lo. Mas de repente bateu coragem em novembro mesmo e comecei a dar meus telefonemas e a trocar emails. As gravações basicamente rolaram entre janeiro e junho, o que nos dá um prazo de seis meses para gravar as 63 faixas envolvidas. Foi realmente uma façanha administrar tudo isso, porque era gente gravando em várias partes do país ao mesmo tempo.

- Como foi reunir tantos talentos em um trabalho?
- Eu acho que a paixão pela música dos Beatles foi o principal fator, é claro, além de saberem que é um projeto independente e feito por pessoas que gostam de música como arte. Contamos com a boa vontade não só dos artistas, mas também de músicos, produtores, engenheiros de som, donos de estúdio, designers, fotógrafos etc. Mais de 300 profissionais de música brasileira empenhados em fazer algo realmente bacana, como fora ano passado. Claro que a boa repercussão do "Álbum Branco" abriu muitas portas.

- Teve algum problema de liberação por parte dos herdeiros da obra dos Beatles?
- Não, nenhuma, porque eles já sabem que a gente faz um trabalho bem feito, respeitando as melodias e letras originais e com grandes artistas, músicos, produtores e estúdios. Enfim, é trabalho profissional e respeitoso e com respeito aos direitos autorais, que são devidamente recolhidos pela distribuidora etc.
- Têm canções inéditas. Tem como comentar e como foram descobertas?
- Ano passado eu já havia gravado a inédita "Dehra Dun", de George Harrison, com o Zé Ramalho. Foi por acaso que descobri que aquela inédita de George, gravada numa fita demo, estava registrada, inclusive disponível até aqui na sub-editora brasileira. Foi só pedir. Então, para 2009, fui fundo na pesquisa e saquei algumas inéditas que estavam igualmente registradas e disponíveis. São elas:

- Suzy Parker (Filhos da Judith) - dos Beatles, composta e apenas ensaiada pela banda, porém nunca propriamente gravada. Os Beatles podem ser vistos tocando a canção no filme "Let It Be", mas nunca a lançaram em disco.

- Paul's Piano Intro (Vitor Araújo) - de Paul McCartney, este tema instrumental de piano só existia até hoje num registro improvisado na abertura do filme "Let It Be". Mas nem Paul, nem ninguém havia gravado isso até hoje.

- How D'you Do (Mallu Magalhães) - de Paul McCartney, gravada somente numa demo de voz e violão por Paul. É um trava-língua meio inacabado, e Mallu e sua banda souberam fazer um registro bem bacana.

- Fancy My Chances With You (Doidivinas) - de Lennon & McCartney, composta no início da história dos Beatles e redescoberta durante os ensaios do projeto "Let It Be". Nunca saiu de breves ensaios, é praticamente inacabada, mas como estava registrada resolvemos gravar servindo-nos de citações de solos de guitarra de outras canções da fase inicial.

- Because I Know You Love Me So (Canastra) - de Lennon & McCartney, tem a mesma história da canção acima - embora tivesse mais acabada como canção, e por isso o Canastra pode interpretar as partes e depois criar uma fanfarra pra levar pra praia deles. Ficou bem legal.

- Taking a Trip To Carolina (Fuzzcas) - de Ringo Starr, só existia uma versão de 15 segundos do Ringo cantarolando isso durante os ensaios do projeto "Let It Be". Como estava registrada, propus aos Fuzzcas que criássemos um arranjo citando outras canções de Ringo da fase final. - Suicide (Twiggy) - de Paul McCartney, registrada em apenas oito segundos no primeiro disco solo dele, mas que pode ser gravada por existir uma performance de voz e piano que se encontra disponível até no YouTube. Ganhou um arranjo engenhoso de English jazz do maestro paulista Zezo de Almeida, e a bela voz de Twiggy.

- Você é dono do selo Discobertas - gostaria que falasse um pouco do selo, quantos anos de existência, novos lançamentos...
- O selo já existe há alguns anos, mas efetivamente saiu da idéia em 2007 - quando foi iniciada a parceria de um ano com a gravadora Coqueiro Verde, de Erasmo Carlos, nossa primeira distribuidora, fundamental naquele primeiro momento. Estamos agora na Microservice, que também distribui às gravadoras Som Livre, Deck Disc, MZA, dentre outras, e temos muita coisa para fazer em 2010 - inclusive nossos primeiros DVDs. Por ora, algumas surpresas ainda para antes deste Natal.


Faixa a faixa da segunda trilogia

Get Back
Naturalmente que os estímulos externos para realizar o projeto “Beatles ‘69” foram calcados no LP “Abbey Road”, mas eu sabia que se fosse para fazer um projeto nos moldes do realizado em 2008, com muitas canções e intérpretes, teríamos que mergulhar em todo repertório de 1969. E “Abbey Road” foi praticamente o capítulo final, então o começo do “Projeto 69” teria que ser com a fase “Get Back” – quando, em janeiro de 1969, os Beatles compuseram, ensaiaram e gravaram repertório para um LP que acabou não saindo em seu formato original. “Get Back” seria inevitavelmente a faixa de abertura e ainda em novembro de 2008 eu já estive com os rapazes do Jota Quest e os convidei para gravar a faixa. Eles viram os volumes do “Álbum Branco” e toparam na mesma hora, e gravaram em seu estúdio de Belo Horizonte nos primeiros meses de 2009.
Don’t Let Me Down
Confesso que havia convidado uma outra banda mineira para fazer “Don’t Let Me Down”, também pessoalmente ainda no final de 2008, mas por algum motivo eles acabaram desistindo de participar. Na mesma época, Alvin L – que havia gravado “Not Guilty” no “Beatles ‘68” – mostrou o projeto de 2008 para Dinho Ouro Preto e recebi um telefonema de ambos, comentando que havia interesse de se participar em 2009. Sugeri “Don’t Let Me Down” e Dinho topou na mesma hora, e o Capital Inicial acabou gravando numa única sessão e recebi a gravação no mesmo dia. Foram muito objetivos e competentes, é ótimo trabalhar assim.

Two Of Us
Na minha visão, era realmente uma canção para se cantar em dueto. Por algum motivo, desde o começo imaginei que os amigos e parceiros Leo Jaime e Leoni poderiam fazer bonito. A gente se encontrou para um café no Shopping da Gávea, eles toparam a idéia e marcamos estúdio para gravar. Leo tinha uma idéia de arranjo e o pessoal da equipe criativa do estúdio Corredor 5 fez uma belo arranjo após uma primeira sessão. Os dois voltaram um mês depois, curtiram o resultado e gravaram o vocal final. Clemente Magalhães fez uma ótima produção.

Dig a Pony
O guitarrista Carlos Coelho, produtor e um dos cabeças do Biquíni Cavadão, é o grande beatlemaníaco na banda. No final de 2008 a gente se encontrou pra conversar sobre a edição do clipe de “Jealous Guy”, rodado para o DVD do “Álbum Branco” que ainda vamos lançar, e lembro que comentei que já havia movimentação por um projeto “Beatles ‘69”. Em poucos dias ele mandou email reservando “Dig a Pony” e aí a banda acabou gravando mais pro meio do ano seguinte. Ficou bem legal a gravação desta canção que no Brasil já foi cantada até por Marisa Monte.

Across The Universe
Era ainda 2 de outubro de 2008 quando Rodrigo Santos reservou “Across The Universe”. Certamente foi um dos grandes estímulos para se fazer o projeto 69, pois a trilogia do ano passado nem tinha terminado de sair. Ele estava gravando seu segundo CD solo e pelo visto já estava de olho na canção, então caiu dentro com um motivo reforçado. No feriado de São Jorge, 23 de abril, fomos a Petrópolis para gravar o coral das meninas do Colégio São José e na volta ele fechou a gravação e a mix com o Kadu Menezes, baterista do Kid Abelha e produtor.

I Me Mine
A banda paulistana Tinta Preta não teve chance de participar do projeto “Álbum Branco” em 2008, mas em dezembro o guitarrista Lula e a vocalista Érika estiveram na festa realizada no Astronete Bar de São Paulo e ficou acertado que participariam. Eles sugeriram algumas canções e eu acabei ficando com “I Me Mine”, e depois que veio a idéia de convidar a ternurinha Wanderléa para cantar com eles. Na época da Jovem Guarda, todos faziam versões de músicas dos Beatles – menos justamente Roberto, Erasmo e Wanderléa. Roberto só foi gravar uma, e em versão em português, em 1984 (“And I Love Her”), mas Wanderléa até hoje não o tinha feito em língua alguma. E topou fazer em inglês e fez bonito em maio de 2009, com auxílio precioso de Lalo Califórnia na edição dos canais de voz. Dig It
Esta faixa não é exatamente uma canção, é praticamente uma vinheta no formato lançado no LP “Let It Be” de 1970. Só os fãs conhecem a longa versão integral, que é efetivamente uma jam dos Beatles com o tecladista Billy Preston. Daí bateu a vontade de fazer algo diferente, já que seria ridículo alguém ficar repetindo aquelas coisas que John Lennon falou de improviso na hora da gravação. O Astronauta Pingüim, tecladista gaúcho radicado em São Paulo, foi a pessoa certa, pois eu o convidei, mostrei a jam integral dos Beatles, e ele fez algo muito criativo. Nem todo mundo vai gostar, suponho, mas também nem todo mundo gosta de “Dig It” mesmo.

Let It Be
Também lá atrás, antes do início dos trabalhos, ainda em outubro de 2008, Guarabyra demonstrou interesse em participar deste novo projeto. Ele havia comparecido ao lançamento do “Álbum Branco” na FNAC da Av. Paulista em setembro e estava animado. O tempo foi passado, nosso contato era esporádico, mas ele me disse que Zé Rodrix estava reservando estúdio. Como sabemos, infelizmente Zé Rodrix faleceu repentinamente em 22 de maio. Ivan Lins, que eu havia convidado para fazer “The Long and Winding Road”, que por sua vez estava sendo solicitada por Raimundo Fagner, nem percebeu a troca por “Let It Be” quando liguei pra agendar a gravação em junho (rsrsr). Ele gravou o piano em casa, com voz guia, e depois viajou para o Japão. Na volta, encontrou a base gravada pelo produtor Clemente Magalhães e seus músicos e ficou encantado. Realmente ficou linda, surpreendente mesmo. “Let It Be”, como “Yesterday”, “Hey Jude” e “The Long and Winding Road”, são clássicos ingratos de se recriar. Mas eles conseguiram.
Maggie Mae
A banda mineira Operação Tequila foi uma das mais entusiasmadas pelo projeto “Álbum Branco” em 2008, e também uma das mais competentes. Eles fizeram uma versão “early beatles” para “Martha My Dear” e, quando pensei em “Maggie Mae” para o “Projeto 69”, resolvi chamá-los para fazer uma versão bem merseybeat para aquela tradicional das docas de Liverpool. Era uma cançãozinha infame, sobre uma prostituta de Liverpool etc, então talvez por isso na época da “invasão britânica” nenhuma banda inglesa fez uma gravação dela. Foi aí que fiz Rodrigo Andrade ouvir muito Gerr & The Pacemakers, muito Swinging Blue Jeans etc, pra criar esta sensacional versão “63” da música. Tudo a ver com o espírito “Get Back” dos Beatles em janeiro de 1969, já que eles resgataram diversas pérolas de seu baú durante aqueles ensaios (falaremos mais sobre isso no Vol. 2).

I’ve Got a Feeling
Conheci a cantora e compositora Danni Carlos em outubro de 2007, na semana em que criamos a comunidade que deu origem ao projeto “Álbum Branco”. Ela ficou inicialmente empolgada e chegou a dizer que participaria, mas depois sumiu... e só reapareceu no final de 2008, quando através de Rodrigo Sabatinelli mandou o recado de que participaria do novo projeto. Eu liguei e combinamos que ela faria “I’ve Got a Feeling” – embora ela achasse que Cássia Eller já tivesse gravado bem demais. Eu ponderei que Cássia só havia feito breve citação, ainda que eterna, na abertura de sua versão quase autoral de “Por Enquanto” (Renato Russo) em 1990. Danni criou uma levada meio Portishead com músicos de sua banda e já trouxe praticamente pronta para o estúdio quando fechamos a gravação com guitarras e efeitos em abril último, pouco antes dela isolar-se do mundo no reality show “A Fazenda” da TV Record.

One After 909
O repertório da fase “Get Back” foi o primeiro a ser definido e era óbvio que o Ultraje a Rigor era a banda perfeita para gravar “One After 909”, uma das músicas que os Beatles sacaram do baú durante os ensaios e que foi a única efetivamente gravada para o disco deles. Ao procurar Roger Moreira por email, ele me surpreendeu dizendo que o Ultraje já tocava a canção. Então eles gravaram rapidamente em estúdio e a gravação finalizada foi uma das primeiras que recebi.

The Long and Winding Road
Inicialmente pensei num piano man para fazer esta canção e Ivan Lins foi o artista que personificou o conceito. Lembrava bem de Ivan ao piano, cantando “Yesterday” no “Submarino Verde e Amarelo 2” que co-produzi em 2000. Mas, quando Raimundo Fagner manifestou desejo de gravar a canção e o trio Sá, Rodrix & Guarabyra deixou de gravar “Let It Be” por conta do falecimento de Zé Rodrix, acabei trocando a faixa de Ivan e confirmando esta para Fagner gravar. Ele acabara de gravar seu novo CD no estúdio Corredor 5, com produção do Clemente Magalhães, após tê-los apresentado no final de 2008, então Fagner gravou com uma moçada de Fortaleza. Mas Clemente finalizou com o tecladista Leo Fernandes no Rio, onde a faixa também foi mixada.

For You Blue
Quando o projeto 69 começou a ser pensado, eu tinha vontade de reunir em estúdio os membros originais da banda Os Incríveis. Conheço todos eles e convivemos bastante no ano passado, então tudo caminhava para tal mas no final ficou complicado demais levar a idéia adiante. A participação dos quatro lendários músicos dos anos 60 – Nenê, Netinho, Risonho e Manito – seria balão de ensaio para um projeto dos quatro reunidos, mas o tempo mostrou que isso seria uma missão impossível. Excelente baixista e músico em geral, Nenê Benvenuti gravou toda a base de “For You Blue” sozinho – num rhythm & blues sensacional que mostra que ele deveria fazer mais coisas por aí.
Teddy Boy
Esta canção de Paul McCartney chegou a ser gravada pelos Beatles na fase “Get Back”, e teria saído no LP “Get Back”. Mas ficou de fora e acabou sendo gravada e lançada no primeiro LP solo “McCartney” de 1970. Imaginei que ficaria bonita na voz de uma mulher e a ótima escolhida foi Paula Marchesini, que ano passado já havia gravado “Junk” para o “indie version” do “Álbum Branco”. Tem um timbre muito bonito e canta alto, o que mostra que tem voz de verdade.

All Things Must Pass
Quando Elias Nogueira me colocou em contato por email com Mu Carvalho no final do ano passado, eu imaginei chamá-lo para algum lance instrumental no “Projeto 69”. Sua carreira pós-A Cor do Som vinha se desenvolvendo em discos de piano solo etc, então inicialmente o chamei para fazer um tema instrumental feito por Paul McCartney. O papo depois descambou para a idéia dele gravar uma canção com cantora convidada, o que até fizemos numa faixa que está no vol. 3, mas eu queria ouvi-lo cantar novamente e propus que gravasse e assinasse “All Things Must Pass” como artista solo. Ele topou o desafio e, como me confidenciou depois, gostou de ouvir-se cantando novamente.

Wah Wah
Baixista dos Mutantes em sua nova fase, Vinicius Nunes esteve no lançamento do “Álbum Branco” na FNAC da Av. Paulista juntamente com outros membros da banda em setembro de 2008. Eu soube que ele tinha uma banda paralela e o convidei a gravar, e Sérgio Dias acabaria participando da gravação em São Paulo. Sugeri “Wah Wah” por ser uma música pra guitarrista, mas pelo arranjo criado acabou que Sérgio não foi o vocalista. Ficou muito bacana a pegada do Tortú para essa música esporrenta do George.

Let It Down Desde que ficou claro pra mim que esta música estaria no repertório do “Get Back” por ter sido composta durante os ensaios de janeiro de 1969, imaginei que ficaria bonita na voz de uma mulher. Seria gravada por uma cantora que estava sendo produzida pelo Clemente Magalhães, mas por questões de agenda acabou que Clemente indicou a cantora Maria Gadú para fazê-la. Gadú tinha sido descoberta por nosso amigo Rodrigo Vidal, engenheiro de som e produtor, e tinha acabado de gravar parte de seu disco de estréia no Corredor 5. Sua versão ficou muito boa e a faixa sai no momento em que, já com seu disco no mercado, Gadú é aclamada como uma das grandes revelações de 2009. Ou seja, motivo de muito orgulho para nós.

Hear Me Lord
O Manfred tinha que estar neste projeto, afinal é a banda do Guto Ribeiro – baixista que foi co-produtor do “Álbum Branco” ano passado. Pensei em “Hear Me Lord” pela suntuosidade da canção, ainda que tenha uma temática religiosa demais – é irmã mais velha de “M Sweet Lord”, digamos. Marcos Manfredini, líder da banda e seu vocalista, guitarrista e produtor, chegou a gravar a base e a desistir da canção e da participação no disco, mas eu o convenci de que conseguiriam e sugeri que convidasse a prima Carmem Manfredini para fazer uma participação vocal. E o resultado ficou muito bom.

Suzy Parker
Quando obtive uma listagem das editoras para checar informações durante o projeto “Álbum Branco” em 2008, tive a grata satisfação de verificar que algumas canções dos Beatles, 100% inéditas em disco por eles ou qualquer outro artista, estavam registradas nas editoras e devidamente representadas no Brasil. “Suzy Parker”, composta pelos quatro Beatles num esquema jam session em janeiro de 1969, nunca foi gravada em disco por ninguém no mundo. Só consta do filme “Let It Be”, num registro de ensaio, mas nunca foi propriamente gravada. Tinha que ser uma banda bacana e na minha opinião os Filhos da Judith, na estrada há algum tempo, estão tendo um ótimo ano em 2009 e mereciam esta oportunidade. São excelentes músicos, muito criativos e muito gente boa, então fizeram realmente bonito. Me orgulho muito desta faixa.

Paul’s Piano Intro
Outra inédita constatada nas listas de editora, é o tema que Paul McCartney toca ao piano na cena inicial do filme “Let It Be”. Registrada como uma obra de Paul e John, e por isso aqui no projeto, é na verdade uma adaptação para piano solo que Paul fez do “Adagio For Strings” de Samuel Barber (1910-1981). Cheguei a propô-la para alguns maestros e pianistas, ao longo dos meses, até encontrar no jovem virtuoso pernambucano Vitor Araújo o artista ideal para esta gravação, realizada com belos improvisos e muita intuição musical.

You Know My Name (Look Up The Number)
Para ser um projeto completo, o “Beatles ‘69” teria que incluir tudo que os Beatles fizeram ao longo do ano de 1969. “You Know My Name” nasceu em uma jam dos Beatles de 1967 e foi finalizada por John e Paul em meados de 1969, tendo sido utilizada como lado B do compacto “Let It Be” somente em 1970. Canção doida, pedia uma gravação maluca, mas quando Rodrigo Sabatinelli comentou comigo que Marcelinho da Lua havia manifestado interesse em participar do projeto com seu BossaCucaNova, eu percebi que entregar “You Know My Name” a eles poderia resultar em algo realmente interessante. E não deu outra, ficou com uma cara de gravação gostosa que a gente ouvia muito na virada dos anos 60/70... em discos de Regininha, Evinha etc. Cris Delanno no vocal.
The Ballad of John and Yoko
Rodrigo Santos tornou-se um amigo querido e no início do ano, enquanto rolava a produção do “Across The Universe” pro volume 1, ele me convidou para um de seus shows em Ipanema e falou que sua ex-banda seria reunida para uma apresentação. Eu tenho o compacto do Front de 1985, produzido por Leo Jaime. A banda era formada pelo Rodrigo e por Nani Dias, Kadu Menezes e Ricardo Palmeira. Fizeram apenas este compacto e mais alguma coisinha, além de um LP que nunca saiu. Depois o Front origem ao Telefone Gol, outra lendária banda carioca dos anos 80. Então sugeri que aproveitasse a reaproximação pro Front gravar pro projeto de 2009 e logo sugeri “The Ballad of John and Yoko”, que eu sabia que abriria o segundo volume por ter sido o compacto lançado entre o projeto “Get Back” e o LP “Abbey Road”. Eles toparam e eu pedi que fizessem uma intro, aproveitando aquela seqüência de acordes que eles tocam no final, pois eu sempre achei que a música merecia começar de outra forma. Eles gravaram e ficou muito legal, com uma levadinha meio Stray Cats com direito a solo de gaita de Flávio Guimarães, o cara do Blues Etílicos.

Old Brown Shoe
Lado B de “The Ballad of John and Yoko”, é uma das canções de 69 que eu mais gosto. Quando pensei no projeto 2009, imaginei que daria uma bela versão na voz de uma cantora e mandei o MP3 pra Twiggy. Ela topou fazer e na mesma época eu estava em contato com a Selma Vieira, ex-baixista dos Autoramas. Ela por pouco não havia participado do “Álbum Branco” em 2008, mas havia saído da banda literalmente na véspera da gravação de “Cry Baby Cry”. Ela estava com uma nova banda e acontecia dela ser vizinha de cidade de Twiggy, então eu as aproximei e acabamos combinando de gravar a faixa no estúdio Hocus Pocus de São José dos Campos em janeiro, antes da Twiggy mudar-se por um ano para a Alemanha. O Holic’s acompanharia Twiggy numa faixa e Twiggy faria uma participação numa faixa do Holic’s, já que a banda não tinha vocalista definido ainda.
How D’You Do
Esta canção inédita de Paul McCartney foi rascunhada no final de 1968, quando ele estava produzindo o LP “Postcard” de Mary Hopkin – após o término das sessões do “Álbum Branco”. Se tivesse sido gravada, teria saído no repertório de 1969 e daí eu pensei em aproveitá-la no novo projeto. Acabei descobrindo que a canção estava editada desde os anos 70, porém nunca gravada – nem por McCartney, nem por ninguém. Por algum motivo imaginei que ficaria legal pra Mallu Magalhães fazer, depois que tive contato com sua equipe na pessoa de Raul Albornoz, um produtor gaúcho que eu conhecia desde os anos 90. Eles ficaram animados com a idéia de gravar uma inédita de Paul McCartney, eu enviei um MP3 do único registro da música – num precário ensaio do final de 68 – e a cantora e sua banda entraram num estúdio perto do aeroporto de Congonhas na tarde de um domingo no início de maio. Tive o prazer de acompanhar pessoalmente a gravação, que ficou muito legal. Se Paul ouvir, vai gostar.

Penina
Outra canção feita por McCartney no finzinho de 1968, quando passava férias em Portugal e se encantou pela banda que se apresentava no bar do hotel em que se hospedou na praia de Penina. Ele acabou esboçando a canção, os caras do Jotta Herre gravaram e a música foi editada em 1969, sendo também gravada pelo cantor Carlos Mendes. Paul chegou a cantarolar “Penina” durante os ensaios de “Get Back” no início de janeiro de 1969, mas efetivamente seu interesse pela canção morreu aí. Nenhum registro da mesma estava à altura do nome de seu autor, então incumbi o cantor e compositor mineiro Aggeu Marques, especialista em Beatles e particularmente McCartney, com anos de estrada à bordo da banda cover Sgt Pepper, de fazer uma versão bem bonita de “Penina”. E ele o fez e sua versão é uma das gravações que mais gosto neste novo projeto.

Every Night
Kleiton & Kledir sempre foram fãs dos Beatles e em 2000 eu os convidei pro projeto “Submarino Verde e Amarelo 2”, no qual cantaram “Hello Goodbye”. Eles toparam participar deste novo projeto e eu lhes sugeri três canções por email. Eles escolheram esta de McCartney, feita em 1969 e até ensaiada nas sessões de “Get Back”, mas só gravada em disco no primeiro LP solo, “McCartney” (1970). Convidei Clemente Magalhães pra produzir, assessorado pelos músicos que compõe a equipe criativa do estúdio Corredor 5. Fizemos uma primeira sessão com Kleiton e Kledir em maio, para gravação de base e voz guia, e eles voltaram um mês depois pra aprovar o belo trabalho do pessoal e para colocar a voz definitiva. O arranjo ficou muito legal.

Goodbye
A gravação de “I Will” que Érika Martins fez pro “Álbum Branco” ficou muito legal e, quando comecei a pensar no projeto de 2009 imediatamente associei seu nome à canção “Goodbye”, feita por Paul McCartney para a cantora Mary Hopkin em 1969 e obrigatória no repertório. Érika adorou a música, que não conhecia, e topou gravar... e por isso fizemos uma sessão no Corredor 5 para fazer de “Goodbye” uma canção irmã de “I Will”. Como efetivamente são. A música fez relativo sucesso no Brasil em 1969, tendo sido gravada em português por nomes como Silvinha e Giane.

Hot As Sun
Tema instrumental que foi uma das primeiras composições de Paul McCartney, ainda no final dos anos 50, foi resgatado durante os ensaios do projeto “Get Back” em janeiro de 1969 – juntamente com diversas outras. Embora tocado e ensaiado, o tema só acabou sendo efetivamente gravado para o LP solo “McCartney” (1970). Mas eu quis tê-lo no projeto e para isso chamei a banda paulistana Surfadelica, que em 2008 já fizera um belo trabalho com “Why Don’t We Do It In The Road”.

I Lost My Little Girl
Oficialmente a primeira música composta por Paul McCartney, ainda nos anos 50, esta canção inacabada também foi resgatada pelos Beatles durante os ensaios de “Get Back” em janeiro de 1969 – mas não foi gravada em disco pela banda e efetivamente só foi registrada em disco em 1991, quando McCartney a finalizou para o especial “Unplugged MTV” e a incluiu no LP lançado. Eu queria tê-la no projeto 2009 mas não com a segunda parte criada por Paul para cantar ao vivo nos anos 90, porque ficaria sem sentido na voz de outra pessoa. Então chamei Lafayette & Os Tremendões pra gravar, pensando que Lafa poderia fazer seu solo justamente naquele trecho que Paul finalizou com “Well, gather round people, let me tell you the story of the very first song I wrote”. Por mim o trecho teria sido dobrado e o solo de Lafa teria ficado maior, como ele faz em “Eu Te Darei O Céu” (Roberto Carlos, 1967), mas ele e o pessoal da banda preferiram fazer algo menos longo.

Fancy My Chances With You
Mais uma das antigas composições de Lennon e McCartney, resgatadas pelos Beatles nos ensaios de janeiro de 1969 e não propriamente gravadas. Um breve trecho do ensaio acabou aparecendo no disco bônus do CD “Let It Be... Naked” (2003), o que obrigou a dupla a editar a música. Com isso, pudemos fazer o primeiro registro profissional e eu chamei o trio Doidivinas pra fazer. A líder é a Flavia Couri, Flavinha dos Autoramas, e a gravação de guitarra, violão, baixo e guitarra foi feita num final de tarde de sábado no Leblon. Eu sugeri que elas complementassem aquela música inacabada com a introdução e o solo de outras músicas antigas de Lennon e McCartney, por isso ouvimos a intro de “Please Please Me” e o solo de “All My Loving” no meio.

Because I Know You Love Me So
Mesma história da canção acima, também registrada oficialmente num breve trecho de ensaio incluído no CD bônus do “Let It Be... Naked”. Conhecia o Renato Martins da banda Lafayette & Os Tremendões e o chamei pra gravar com sua banda, o Canastra, que tem músicos do Big Trep e do Los Hermanos. Eles criaram uma fanfarra sensacional pra segunda parte desta canção inacabada e a gravação foi uma loucura, com 1001 instrumentos no estúdio do Leblon. Sanfona, tuba, banjo e tudo mais. Pra mixar foi uma loucura, mas o resultado é muito legal.
Another Day
Não só canções lançadas no LP “McCartney” são originárias das sessões de “Get Back” de janeiro de 1969. Duas canções só gravadas pra fase “Ram” (71) nasceram naquela fase de 1969, a primeira sendo esta “Another Day”. Primeiro single de sucesso da carreira solo de Paul, teve uns primeiros ensaios em 1969 e é por isso que para este projeto tive a idéia de usar a gravação inédita que Zé Ramalho tinha em seu arquivo. Ele já havia liberado as gravações de “Dear Prudence”, “While My Guitar Gently Weeps” e “Jealous Guy” para outros projetos de Discobertas, então cá temos mais uma. Do mesmo lote ele tem “The Long And Winding Road”, que iremos utilizar em outro projeto em 2010... pois no vol. 1 entrou a gravação feita especialmente por Raimundo Fagner.

The Back Seat Of My Car
Outra que Paul esboçou em janeiro de 1969 e que só foi gravada por ele sozinho, já em outubro de 1970, com acompanhamento da Orquestra Sinfônica de Nova Iorque, para lançamento no LP “Ram” (71). Aqui “The Back Seat Of My Car” entra em registro da banda catarinense Aerocirco. A produção dos rapazes de Florianópolis é realmente especial, todo mundo que ouviu curte muito. Ano passado eles já haviam feito uma gravação muito boa de “Hey Jude” para o CD “Beatles ‘68”.

Oh My Love
Composta por John Lennon no finalzinho de 1968, após finalizado o “Álbum Branco”, foi ensaiada com os Beatles em janeiro de 1969 mas só ganhou registro em disco em 1971, quando Lennon a gravou para seu LP “Imagine”. Já em 2000, quando eu fiz o tributo a Lennon pelo selo Geléia Geral, tinha vontade de ter a canção na voz de uma mulher. A escolha da afinadíssima Esmérya Bvlgari, vocalista dos Mutantes na sua volta em 2007, foi muito acertada e ela mandou a gravação pronta de São Paulo – onde gravou com dois grandes músicos, que muito tempo atrás foram membros da banda de Elis Regina.

Gimme Some Truth
Outra de Lennon ensaiada na fase “Get Back” mas só gravada para o LP “Imagine” de 1971. Quando ficou certo que a cantora Twiggy gravaria “Old Brown Shoe” com os Holic’s em São José dos Campos, e a banda - de Selma Viera, ex-Autoramas - queria participar com uma faixa, mesmo sem ter vocalista definido naquela fase, combinamos que “Gimme Some Truth” ganharia registro pelos Holic’s e com participação de Twiggy. Foi uma noite de gravação para cada faixa, no estúdio Hocus Pocus anexo à casa noturna.

I Found Out
Este rock irado de John Lennon também é originário das sessões de “Get Back”, quando apenas a frase inicial “I told you before...” foi brevemente ensaiada. Ele terminaria a canção no ano seguinte e a gravaria para seu LP “Plastic Ono Band”. A nossa gravação ficaria a cargo de uma banda carioca que, por algum motivo, não conseguiu ir adiante nos ensaios e dar cara a um arranjo. Por isso, no grito, convidei os amigos do Sãomer Zwadomit de Recife e eles toparam gravar de sopetão. Todo mundo que ouve gosta muito e quer saber mais sobre a dupla, formada por Luiz Pessoa e Daaniel Araújo, e eles já haviam feito bonito o “Cry Baby Cry” da indie version do “Álbum Branco” em 2008.

Isn’t It a Pity
A cantora gaúcha Hevelyn Costa chegou tarde para o projeto “Álbum Branco” em 2008, mas participou de alguns projetos de Discobertas nos meses seguintes. Primeiramente fez uma belíssima versão de “That Is All” para o “Letra & Música” dedicado a George Harrison. Depois gravou “I Am Your Singer” e “How” para os volumes dedicados a McCartney e a Lennon, respectivamente. Quando pensei no projeto “Beatles ‘69” fiz questão de convidá-la e, por conta do que fizera com “That Is All”, fiquei tranqüilo de que faria um “Isn’t It a Pity” bem legal. E fez. É realmente muito afinada.

Behind That Locked Door
Já conhecia Sérgio Reis mas o reencontrei ano passado em seu estúdio Bavini, quando gravei as faixas de Andreas Kisser, Dr. Sin e Twiggy para o “Álbum Branco”. Seu filho Marco, músico e produtor, gerencia o estúdio e estava sempre por lá. Quando o projeto “Beatles ‘69” já estava andando e ficou claro que esta canção de George Harrison, composta em 1969, teria que estar no repertório, eu liguei pro Marco e propus que “Serjão” cantasse em inglês de novo, pela primeira vez em muitos anos. No seu início de carreira, na pré-Jovem Guarda paulistana, ele cantava músicas de Roy Orbison etc. Ficou muito bonito o arranjo, ainda que fiel ao original, pra mostrar que a canção de George – gravada no LP “All Things Must Pass” (1970) – é realmente sertaneja.

Woman Don’t You Cry For Me
Outra de George feita em 1969, mas só gravada em disco no LP “33 & 1/3” (1976). Eu estava pensando em intérpretes quando, em janeiro de 2009, estive em São José dos Campos e conheci o Marcelo Dangelo como produtor e membro dos Holic’s. Ele me mostrou os discos de sua outra banda, o Elegia, com alguns anos de estrada na praia gótica, e não tive dúvidas em propor que fizessem algo surpreendente com essa música diferente do George Harrison. Ficou muito bacana o arranjo do Elegia, bem oitentista.

Beautiful Girl
A banda mineira Operação Tequila já ia gravar “Maggie Mae” quando seu líder Rodrigo Andrade comentou comigo que seu amigo Emmerson Nogueira poderia participar do projeto 69. Emmerson faz um belo trabalho acústico em discos da Sony e eu propus que fizesse esta outra canção que Harrison fez em 1969 e só gravou em disco sete anos depois. Grande fã dos Beatles, Emmerson já conhecia a canção e topou na hora. E me surpreendeu bastante com o arranjo, tocando todos os instrumentos e mostrando que pode ir muito além em sua carreira.

I Live For You
Composta por George Harrison em 1969 e registrada apenas numa demo de 1970, “I Live For You” teria ficado eternamente inédita não tivesse o próprio Harrison resgatado a gravação de 70 como faixa bônus da reedição 2001 de seu álbum triplo “All Things Must Pass”. Belíssima balada, propus aos amigos da banda Tantra e o guitarrista Fred Nascimento fez um belo vocal. Taking a Trip To Carolina
Conheci Carol Lima pelo Orkut no início do ano, quando já estava rolando o projeto 69. Curti muito o som dos Fuzzcas no Myspace e propus que ela, como beatlemaníaca que demonstrava ser, inventasse um belo arranjo para um tema inédito de Ringo Starr – “Taking a Trip To Carolina”, somente cantarolado por alguns segundos no CD bônus “Fly On The Wall”, incluído no “Let It Be Naked” de 2003. Os Fuzzcas estavam passando por alterações de formação e ela acabou gravando com os amigos dos Filhos da Judith, criando uma levada super divertida para o que se pode esperar de uma música do Ringo. E com citações de “Octopus’s Garden” e “Don’t Pass Me By”, dentre outras. Muito legal.

Come Together
Reencontrei Renato Rocha ano passado no lançamento do “Álbum Branco”, depois dele ter participado da gravação de “Savoy Truffle” com Os Canibais. Eu não havia comparecido à gravação no dia, porque havia falecido alguém e eu tive que ir a um sepultamento. Mas já conhecia os Detonautas, porque eles haviam participado do tributo a Renato Russo que eu fizera com Liminha pro Multishow/EMI em 2005. Naquela noite lembro que falei sobre o projeto 2009 e alguns dias depois os Detonautas reservaram “Come Together” – ensaiada, gravada e finalizada na mesma época em que a banda preparava seu projeto acústico com Marcelo Sussekind na produção. A gravação deles ficou muito boa.

Something
Esta é uma canção que todo mundo pensa em fazer quando se fala em “Abbey Road”, e não me arrependo de ter deixado a cargo de Flavio Venturini. Ele fez um belíssimo arranjo e gravou novamente em dupla com Aggeu Marques, com quem ele já havia feito “Honey Pie” ano passado. A gravação ficou suntuosa e ainda temos uma canja do irmão Cláudio Venturini, do 14 Bis, no solo de guitarra.

Maxwell’s Silver Hammer
Tão logo comecei a pensar no projeto 69 e comentei com o amigo pernambucano Gustavo Montenegro, ele voltou com o recado de Tomaz Alves, da banda Profiterolis: eles queriam fazer “Maxwell’s Silver Hammer”. Quando alguém me pede uma música pouco comum, é sinal de que já tem uma bela idéia na cabeça. A Profiterolis foi uma das grandes descobertas do projeto “Álbum Branco” em 2008, quando a banda gravou “Long Long Long” para a indie version. Tomaz é um músico atuante na cena local e a banda também fez um belo “Lay Lady Lay” para o “Letra & Música” de Bob Dylan que Discobertas lançou em abril.

Oh! Darling
Ano passado eu convidei Roberto Frejat pra participar do “Álbum Branco”, na época ele estava terminando de gravar seu disco e não pode contemplar a possibilidade. Este ano o convidei novamente e ele reservou “Oh! Darling”. Imaginei de cara que seria algo bem diferente, afinal Paul McCartney gravara num tom alto e Frejat teria que fazer algo para seu timbre. Foi uma das últimas faixas que recebi, às vésperas do início da masterização, e foi uma das grandes surpresas.

Octopus’s Garden
Canção do Ringo ninguém lembra, né? Acho que ninguém regravou essa música esses anos todos, então tive que pensar em alguém que pudesse fazer algo surpreendente. A banda Forfun fez um arranjo bem gostoso, acho que vai agradar, e o mais curioso é que quando procurei o empresário deles, o amigo Marcos Sketch, e falei sobre o projeto etc, ele me disse que tinha pensado justo nesta canção quando eu a sugeri. Gosto muito do vocal black que fizeram e daquele trecho do meio, na instrumental...

I Want You (She’s So Heavy)
Revelação musical do “Álbum Branco” em 2008, quando fez sua primeira gravação profissional, a cantora Carmem Manfredini já estava gravando seu CD de estréia com a banda Tantra quando rolou este novo projeto. Eu a chamei pra gravar uma canção, pensei dela fazer dueto com um outro cantor nesta faixa. Marcamos estúdio e no dia o cantor teve contratempo e ficou de fora, ela acabou fazendo sozinha a base com a banda. E naquela noite ficou claro que ela deveria gravar sozinha mesmo, o arranjo ficou perfeito... com uma levada Pink Floyd jazzístico... se é que isso é possível.

Here Comes The Sun
Desde o início do projeto propus a Joyce que participasse do projeto “Beatles ‘69”. Inicialmente ela sugeriu fazer “Something”, mas Flavio Venturini já tinha reservado. Sugeri “Teddy Boy” ou “Every Night”, ela até curtiu mais a segunda... mas aí, quando ficou claro pra mim que Lulu Santos não poderia gravar “Here Comes The Sun”, eu propus que ela fizesse esta outra de George Harrison. Ela topou, marcamos estúdio no Flamengo e lembro que ela gravou em 4 takes, optando pelo take 3 no final. Menos de meia hora pra gravar, ao vivo de voz e violão com essa levada de bossa que só ela sabe fazer.

Because
Outra música ingrata, pois todas gravações feitas até hoje sempre tentaram repetir o clima quase religioso do coral dos Beatles. Eu já conhecia Aretha pela Internet há algum tempo e por uma grande coincidência a encontrei num shopping de São Paulo meses atrás. Quando fui gravar uma faixa na cidade, ela visitou o estúdio e eu, sabendo que ela é bem afinada, acabei propondo que fizesse aquela canção de Lennon num arranjo ousado qualquer. Ela ficou muito feliz com o desafio e fez um belo trabalho com músicos amigos nas semanas seguintes.

You Never Give Me Your Money
Como expliquei nas notas do vol. 1, quando conversei com Mu sobre o projeto 69 e ele se entusiasmou, esta foi a canção que ele inicialmente reservou – já pensando em fazer uma gravação com a participação de uma cantora. Ele chegou a preparar o arranjo, foi adiantando tudo e nada de concluirmos pela voz, até que bateu-me a idéia de convidar a Marjorie Estiano. Conversei com seu empresário Rommel Marques, a quem conhecia desde os anos 90, e aí ela visitou o estúdio e ouviu a base de Mu – voltando para colocar a voz final semanas depois. Ficou muito bom, porque é uma canção de Paul McCartney com três temas e diversas variações.

Sun King
Esta gravação foi uma das mais divertidas de se fazer. Eu propus aos amigos do Pochete Set de São Paulo que a gravassem, mas que me permitissem convidar a cantora Vanusa para uma participação especial no trecho final. É que Vanusa havia gravado em 1975 a canção “Amigos Novos e Antigos”, de João Bosco e Aldir Blanc, e nesta canção eles haviam citado – sem mencionar a fonte – aquele trecho final de “Sun King”. Desde aquela época Vanusa cantava aquilo sem saber que era de uma música dos Beatles, e curtiu a idéia de fazer na faixa o que já fazia há décadas. O Pochete Set preparou tudo, a cantora Tulipa Ruiz fez até voz guia naquele trecho final e mandamos pra Vanusa. Ela curtiu, marcamos estúdio e tudo mais, mas no dia marcado em São Paulo ela não estava bem e não pode gravar. Ficamos preocupados, pois a queríamos na gravação... e acabamos conseguindo agendar uma segunda data e ela compareceu. A voz guia de Tulipa a confundiu um pouco mas após algumas tentativas ela acabou conseguindo repetir a voz. E sai rindo do estúdio, pois na cabeça dela estava zoando com os compositores da canção inédita que ganhou de presente pra gravar em 1975.

Mean Mr. Mustard
Essa é uma canção que ficou curta demais no “Abbey Road”, embora no formato original ensaiado pelos Beatles em janeiro de 1969 ela fosse maior – com direito a uma segunda parte etc. Na verdade ela fora composta na Índia em 1968, mas oficialmente é do repertório de 1969 até por estar no LP daquele ano. Ouvindo os ensaios da fase “Get Back”, com John Lennon martelando um piano elétrico, me deu vontade de chamar João Donato para gravá-la com Fender Rhodes. Parecia loucura mas ele gostou da idéia, mandei os MP3 dos ensaios e tivemos uma reunião em sua casa na Urca só pra conversar sobre isso. Ele não queria cantar e acabou sugerindo que chamássemos Paula Morelenbaum, com quem ele vinha ensaiando um novo projeto. Ela foi simpática à idéia, topou gravar e fizemos uma sessão no Corredor 5 com o produtor Clemente Magalhães e seus músicos. Donato ouviu a precária gravação do ensaio dos Beatles, já tocando o Fender Rhodes, e na seqüência gravou a base e o solo. Ainda naquela noite Paula colocou voz e o convocou para que cantasse junto em alguns trechos. Ficou realmente especial, é uma das grandes surpresas musicais deste projeto.

Polythene Pam
Tão logo comecei o projeto e convidei os Autoramas, Gabriel Thomaz imediatamente reservou “Polythene Pam” – com objetividade, da mesma forma que fizera com “Cry Baby Cry”. Concluí que ele sabia o que fazer, e na gravação realizada no Leblon comprovei que realmente tinha tudo a ver com a banda. A baixista Flavinha cantou bastante e o overdrive da guitarra fez a gravação ficar bem pesada – com direito a um solinho no final que me remete às trilhas de “Pulp Fiction” e “Austin Powers”, e a uma citação dissimulada de “She Loves You”.

She Came In Through The Bathroom Window
O amigo jornalista Rodrigo Sabatinelli conhece o pessoal do Sul e comentou comigo que o Pouca Vogal poderia participar. Eu não sabia que Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii) estava com um projeto em dupla com Duca Leindecker (Cidadão Quem), na época o lance deles ainda estava no forno. Sugeri que fizessem “She Came In Through The Bathroom Window” e eles toparam na hora, dias depois recebi a primeira versão e eles finalizaram rapidamente. Ficou muito bacana, bem na pegada de uma versão embrionária que rolava nos ensaios dos Beatles de janeiro de 1969 – quando ela surgiu, seis meses antes de ser gravada para o “Abbey Road”. Eu só pedi que eles não fizessem nenhuma intro, cantando em off a frase inicial... para que desse boa montagem com a faixa anterior.

Golden Slumbers / Carry That Weight / The End
Quando pensei nesta faixa, imaginei que teria que ser alguém com uma grande voz. Cássia Eller teria sido perfeita, pois inclusive ela havia cantado isso ao vivo em 1999. Lembrei que Elis Regina havia gravado em 1971 e também que havia convidado Milton Nascimento pro “Álbum Branco” em 2008, mas ele não pudera participar. Quando estive com ele no início do ano, levei o disco e ele perguntou:"Ué, por que nao estou aqui?" Eu disse que não houve oportunidade, mas que pra 2009 eu estava trabalhando no “Abbey Road”. Ele falou que era seu disco favorito dos Beatles, eu falei de “Golden Slumbers” e que ele poderia cantar com Elis Regina. Ele se animou duplamente, primeiro por causa da canção e depois por que eu tive que explicar que existia a gravação de Elis e que poderíamos isolar o canal de voz. Eu já tivera acesso ao tape original de Elis anos antes e sabia que era viável, então diante de seu interesse procurei o jurídico da Universal pedindo o licenciamento da gravação de Elis. A gravadora me pediu que primeiramente buscasse o OK dos três filhos de Elis, o que não demorou muito e em seguida pude negociar com a gravadora. O processo demorou um pouco, Milton sempre perguntava quando iríamos gravar e pra mim a gota d'água foi quando ele falou: "Penso nisso todo dia". Pressionei e a coisa finalmente aconteceu, e em poucos dias a fita surgiu do arquivo da Universal e foi preciso encontrar um estúdio para fazer a transcrição do tape de 4 canais, meia polegada. Eu até tenho máquina pra rodar esse tipo de fita, um Tascam 38 que usei em projetos até uns 5 anos atrás - mas desde a caixa "Anos 60" de Roberto Carlos ela não era ligada e certamente teria que passar por manutenção. Falei com André Rafael, dono do AR, e embora o estúdio estivesse fechado para mudança, ele ligou os equipamentos especialmente e no início de junho fez a transcrição para Pro Tools e queimou um precioso DVD-R.
Convidei o produtor Clemente Magalhães, dono do estúdio Corredor 5, para produzir a gravação e tivemos um ensaio na casa de Milton com os músicos Leo Fernandes (piano), Alexandre Prol (guitarra), Claudio Bezz (violão), André Carneiro (baixo) e Rick de La Torre (bateria). Estava previsto um ensaio com todos tocando, mas tão logo ficou evidente o entrosamento dos músicos com Milton ao piano no salão, fazendo a citação de “You Never Give Me Your Money” (não feita por Elis) e criando o trecho final de “The End” (Elis só havia gravado o medley “Golden Slumbers / Carry That Weight”), o próprio Milton dispensou o ensaio e disse pra marcar logo a gravação. Clemente convocou Rodrigo Vidal para trabalhar no tratamento do canal de voz de Elis e, uma semana depois, a banda fez a gravação da base do dueto com a voz guia de Leo no lugar de Milton. Já àquela altura a base tinha 5.30 de duração, mas quando ouvi reparei que no trecho de “Golden Slumbers” só Elis cantava, então insisti para que esticassem e criassem espaço pro Milton também cantar a primeira canção do medley. É por isso que a gravação final ficou com mais de 6 minutos.
A gravação de Milton foi realizada somente no dia 2 de julho, quando ele surpreendeu-se ao ouvir a base pronta e a voz guia do Leo. Milton havia gostado muito dos músicos e inicialmente ficou confuso com o tanto que já estava pronto, mas em duas horas de estúdio colocou voz nas três partes da faixa e ainda dobrou, fez coro etc. A maior parte dos canais de voz foi take 1, poucas coisas foram refeitas. Ele levou uma gravação de monitor para casa, mas no dia seguinte ligou e pediu pra voltar e refazer algumas poucas coisas - o que foi feito já no dia 3. A faixa foi então mixada pelo Rodrigo Vidal, ao longo do final de semana, e no dia 6 Milton retornou ao estúdio para aprovar a mixagem. Estava fechado o grande dueto.
Como as editoras dos Beatles - EMI e Sony - não permitem a utilização das obras em medleys, a faixa teria que ter separação em dois pontos internos para que as três canções ficassem separadas no disco. É assim até no “Abbey Road” dos Beatles, ainda que seja uma faixa única musicalmente falando, mas no CD elas estão separadas na contagem de faixas - porém com 0 de tempo entre elas. Ricardo Franja, que fez a elogiada masterização do “Álbum Branco” em 2008, estava masterizando as faixas dos 3 CDs do novo projeto em São Paulo desde junho e fecharíamos a master geral em julho. Eu fui a São Paulo para ouvir tudo e em especial para acompanhar a masterização das faixas finais do vol. 3, que têm uma certa continuidade entre elas.. e pra definir os pontos de separação de faixa no medley de Elis & Milton. Deu tudo certo.
Her Majesty
Faixa final do “Abbey Road” numa versão curtinha, “Her Majesty” merecia uma brinceira à altura de sua divertida presença original no disco. Pensei em fazer uma versão calcada na original que Paul McCartney cantarolou nos ensaios de “Get Back” em janeiro de 1969 e – quando vi Silvia Machete cantando jocosamente como Billie Holiday em seus shows – não tive dúvidas de que era a pessoa certa para refazer o sarro musical que Paul McCartney tirou na rainha da Inglaterra. Mandei o link da gravação pra Silvia poder ouvir no Youtube enquanto estava em Nova Iorque, e fizemos a faixa numa tarde de estúdio assim que ela voltou. Ficou muito divertida, com direito à citação instrumental de “Octopus’s Garden” no começo e ao solo de trombone copiando o solo de piano de “In My Life”.

Suicide
Há anos eu queria que alguém gravasse esta inédita de Paul McCartney, registrada oficialmente com os meros 8 segundos incluídos em seu primeiro LP solo (1970). Mas ela foi ensaiada pelos Beatles em janeiro de 1969 e existia também uma gravação de Paul em vídeo no estúdio, tocando ao piano em 1974. Com a canção devidamente registrada na editora, bastava alguém gravar e lançar. Quando terminávamos o “Álbum Branco” e eu já preparava o “Letra & Música” de Paul McCartney em 2008, mostrei a gravação para Twiggy e ela topou fazer. O maestro Zezo de Almeida, especialista em publicidade e big bands, fez um belo arranjo e ela colocou voz. E acabou já ficando pronta para o projeto 69.

Come and Get It
A banda catarinense Reino Fungi, inicialmente empresariada por meu amigo Arnaldo Fortuna, estava em contato desde 2006. Fiz o release dos discos deles e em 2007, quando começamos o projeto “Álbum Branco”, eles foram logo reservando “Mother Nature’s Son”... e depois acabaram fazendo “Hey Jude” pras bônus do indie version. Quando bolei o projeto 69, de cara imaginei que “Come and Get It” ficaria legal pra eles. A música havia sido feita por Paul McCartney para a banda Badfinger gravar e lançar em single da Apple, e efetivamente ficou perfeita pra Reino Fungi.

Cold Turkey
Esse rock junkie de John Lennon, feito para seu segundo single solo no final de 1969, para narrar o drama de quem passa por um processo de desintoxicação, tinha tudo a ver com o repertório do projeto. E nenhuma banda melhor que o Matanza, tanto é que os caras toparam na hora quando fiz o convite através do produtor Rafael Ramos, que comandou a gravação no estúdio depois. Pena que eu não estava no Rio no dia e não pude ver de perto, mas ficou sensacional.

Give Peace a Chance

O hino pacifista de John Lennon, composto e gravado com estardalhaço depois daqueles bed-ins em Amsterdam, Paris e Montreal, tem tudo a ver com 1969 e foi o primeiro single solo de um beatle – quando John Lennon a lançou sob o pseudônimo conceitual Plastic Ono Band naquele ano. Seus versos estão datados e tinham a ver somente como referência histórica nas gravações de Lennon, por isso a opção foi a de fazer uma versão instrumental bem livre – com respeito tão somente ao refrão e à frase tão famosa. Ficou perfeita pra fechar o disco e também o projeto, na gravação feita sob medida pelo Daniel Latorre – músico paulistano especialista em órgão Hammond, apaixonado pelo som vintage dos anos 50/60/70 e que eu conheci através de Jerry Adriani em 2007 e que em 2008 gravou duas faixas no “Álbum Branco”, num trio maravilhoso formado com Andreas Kisser e Paulo Zinner.

setembro 14, 2009

Rodrigo Santos

Após a parada do Barão Vermelho Rodrigo Santos, baixista e também compositor aproveitou a inatividade da banda, em 2007, para se dedicar à carreira-solo. Primeiro lançou com ótima repercussão seu primeiro CD, “Um pouco mais de calma”, onde fez vários shows no Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades. Agora, Rodrigo Santos arremessa novo álbum, intitulado “O Diário do Homem Invisível”. Não se trata apenas de mais um disco, mas de um conceito musical como se fazia nos anos 60 e 70. Entretanto, Santos já idealizava sua incursão solo antes com primeiro disco fora do Barão Vermelho, lançado em 2007. Em “O Diário do Homem Invisível” (Som Livre), Rodrigo demonstra personalidade individual diferentemente do Barão Vermelho, apostando numa sonoridade diversa. Para isso convidou artistas de diferentes vertentes que deram um tom mais elegante ao álbum - Ney Matogrosso, Cidade Negra, Hélio Flanders do Vanguart, Autoramas (banda com maior número de shows), Filhos da Judith, entre outros. Nas 13 faixas autorias, sendo algumas divididas com parceiros talentosos, Rodrigo mostra que não está para brincadeira. “Com o Barão Vermelho e Os Britos parados pude enxergar que tinha que ser mais rápido do que um raio e não depender das bandas para viver” diz Rodrigo. Em entrevista, Rodrigo Santos fala sobre elaboração do álbum, orientação de sua carreira solo, Barão Vermelho, Os Britos e comenta a descoberta de seu público que até então era somente do meio. Com vocês Rodrigo Santos!

Por Elias Nogueira

- Antes de se lançar em carreira solo, você já era compositor. Agora é o momento de se firmar, também, como tal tendo em vista que todas as faixas são autorais?
- Componho porque gosto de mostrar minhas idéias e pensamentos, sei fazer isso em forma de música. Na carreira solo, obviamente, tenho mais espaço para isso e faço com muita tranqüilidade. Não sou artista que compõe para se firmar no mercado ou disputar com outros compositores, ou compor grande quantidade para enviar para outros artistas, escrevo de forma pessoal. Tenho personalidade como compositor e não abro mão disso. Tenho critérios de escolha própria e dos compositores que escuto ou gosto. Em carreira solo tenho mais espaço e direciono meu trabalho, tanto musical quanto conceitualmente, na direção que acho certa e instintiva. Os que me conhece, sabe que escrevo com o coração e a emoção de quem se entrega nas letras, seja me expondo na primeira pessoa ou até na terceira pessoa, falando de situações pessoais do cotidiano, direcionadas em outro personagem. Tinha mais de 50 músicas e letras para esse novo CD, selecionei as que tivessem mais a ver com o conceito do álbum e ainda fiz outras no estúdio, no meio do disco. Não gosto de colocar músicas fora do contexto e se pra isso for preciso criar coisas, eu crio. Pra mim, disco tem de ter uma história. Arte tem que ser assim, não pensar demais, se jogar na própria convicção, estando certo ou errado. Não faço música pensando em rádio ou em ficar mais digerível - detesto isso. Faço música por prazer, mensagem, sentimento, desesperos guardados, emoções que devem ser colocadas pra fora, por estar feliz, triste, emocionado - essa é a minha verdade! Sem formatos óbvios, as pessoas gostando ou não. Assim não me sinto parte de uma fatia do mercado que acho uma farsa. Sem citar nomes, claro!
- Gostaria que comentasse as parcerias nas composições.
- Meus parceiros têm tudo haver comigo na forma de pensar e até agir. Não gosto de compor com alguém conhecido apenas pra chamar atenção da mídia. Por isso tenho como parceiros mais presentes: Leoni, Mauro Santa Cecília, Marília Bessy, Zélia Duncan, Dado Villa-Lobos, Frejat, Guto Goffi, Humberto Barros, Maurício Barros, George Israel e Fernando Magalhães. Claro que estou sempre aberto a canções e descobri novos parceiros que já cantaram comigo e estão no meu cd, mas não compus nada ainda: Filhos da Judith, Gabriel dos Autoramas, Hélio do Vanguart, Canastra, Nervoso e os Calmantes. Ainda vou fazer coisas com essa galera. Fiz algumas com Lobão que saiu no primeiro disco. Com Mauro Santa Cecília fiz muitas canções e pretendo não parar, temos facilidade em compor juntos, além de sermos amigos. Tenho muita afinidade com que Leoni. O acho preciso e não foi por acaso que o nome do CD vem de uma letra dele com música nossa, o pensamento combina. “O Diário do Homem Invisível” têm duas nossas, a faixa titulo e "A última vez", que veio de dois sonetos, dele, fiz o refrão além da parte musical. Humberto Barros está sendo meu maior parceiro, atualmente. Descobrimo-nos parceiros nesse CD que produzimos. Fizemos quatro músicas juntos e poderíamos ter feito muito mais, mas ficaríamos doidos depois na hora de decidir. (risos) Com certeza essa parceria será bem constante porque acho que encontrei alguém que encaixa com minhas idéias, conceitos e musicalmente. Marília Bessy, também, é uma parceira recente. Compusemos três para o CD dela que estou produzindo e uma entrou no meu: "Você não entende o que é o amor", que Ney Matogrosso cantou. Além de minha amiga e grande cantora, descobrimos uma afinidade enorme de pensamentos e começamos a traduzir isso nas parcerias, que vieram uma atrás da outra. Fora isso, faço músicas só - na hora aparece letra e música, às vezes três no mesmo dia. Não uso gravador ou algum tipo de registro. Toco várias vezes à música, mexo na letra e depois, caso haja algo que possa melhorar - e se achar boa, lembro depois. Muitas vezes faço primeiro a letra e depois a música - da outra forma também me agrada. Por exemplo: "7 vidas" e "E agora" primeiro saiu à música e depois a letra. Já em "32 segundos", "Longe perto de você", "O Diário do Homem Invisível" e "Vamos dormir em paz" primeiro a letra e depois a música. Têm casos onde sai tudo junto, música e letra na mesma hora com melodia pronta - "Trem Bala", "Você não entende o que é o amor", "Não vá" e "O Homem da Máscara de Ferro". A única diferente foi "Linhas pontilhadas", onde eu e Dado Villa-Lobos fizemos ao mesmo tempo, letra e música - eu tinha uma letra e ele uma música e queríamos fazer uma parceria. Saiu tudo bem! Encaixei uma na outra.
- “O Diário do Homem Invisível” foi preparado ao longo de quanto tempo?
- Começamos em novembro e em fevereiro estava pronto. Foi muito bacana esse processo. As canções foram tomando forma com bateria e baixos eletrônicos, teclados, violões, vozes guias (algumas ficaram) e depois chamei Fernando Magalhães e Kadu Menezes pra completá-las com a maravilhosa musicalidade de ambos. Gravei guitarras, além de alguns baixos, todos, violões e vocais-vozes. A novidade era que eu tinha (desde abril de 2008) planejado gravar de uma maneira diferente - chamando bandas novas e consagradas pra dar a pluralidade musical, que eu desejava. Cada faixa tinha que ter um som particular interligado pela minha voz e violão. Outros baixistas também gravaram faixas avulsas - Nilo Romero, Jorge Valladão e Felipe Cambraia (Nando Reis). Entreguei o baixo para pessoas mais competentes. (risos) Gravei em “Trem Bala”, “E agora”, “7 vidas” e “32 segundos”. Baixos e baterias eletrônicas também foram gravados por Humberto Barros. As vozes e teclados foram gravados no estúdio do Humberto. O Coral foi gravado em Petrópolis numa ótima tarde, naquela serra linda. As bandas também gravaram lá, as baterias foram feitas na Som Livre. Hélio cantou em São Paulo e mandou a sessão. O esqueleto do disco foi todo realizado no estúdio do Humberto e algumas coisas como violões e guitarras, na Som Livre.

- Quando você lançou seu primeiro disco solo, já havia planos em andamento para o segundo?
- Sim, "Não vá" foi guardada para o segundo, assim como uma centena para os outros álbuns, dependendo da época e do conceito de cada disco que venha a fazer. Não me planejei para um ou dois discos ou pra provar que sou capaz ou ainda pra me divertir e sim para construir uma carreira que me possibilite continuar fazendo o que sempre quis na minha vida - viver de música sem depender das bandas em que trabalho há mais de 15 anos, Barão e Os Britos. Essas paradas me fez enxergar que eu tinha de ser mais rápido do que um raio e não depender do Barão Vermelho pra viver.
- São treze faixas. Este número (13) para muitos é místico. Você já havia percebido isso?
- Não. Sinceramente até agora, eu nunca tinha nem pensado nisso. (risos)

- Como surgiu a idéia de trazer – Autoramas, Cidade Negra, Ney Matogrosso, Marília Bessy, Hélio Flanders (Vanguart), Filhos da Judith, Coral das Princesas de Petrópolis, Canastra e João Penca e Seus Miquinhos Amestrados?
- Canastra, Cidade Negra, Autoramas, Filhos da Judith, João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, Coral das Princesas de Petrópolis, Marília Bessy, Ney Matogrosso e Hélio Flanders, foram os escolhidos a partir da participação na temporada que fiz no Rio de Janeiro, dentro de uma linha que queria seguir. Hélio cantou comigo em São Paulo umas três vezes e sou fã dele, assim como das outras bandas que convidei. Fui mestre de cerimônias de minhas próprias músicas durante esse tempo, tendo como base meus shows. Participaram mais de 100 artistas e músicos de várias gerações tanto do rock quanto da MPB, isso me possibilitou viver momentos sensacionais. Escolhi os que afinavam mais com cada canção minha. Todos já haviam feito participação em meus shows e vice e versa, com exceção do Coral que foi uma indicação de Pedro Paulo Carneiro - diretor do meu novo clipe e do DVD d’Os Britos. Num papo informal confessei a ele que queria gravar com um coral e ele indicou o maestro Rodrigo D’Ávila com as princesas do Coral do Colégio São José, em Petrópolis. Depois descobri que já havia feito som várias vezes com o maestro em fogueiras da região serrana. Ney Matogrosso foi um caso à parte, é uma das coisas mais importantes da minha carreira desde que comecei a tocar. O convidei para a temporada no Rio depois de termos cantado juntos no Tributo a Cazuza em maio de 2008. Em julho cantamos no Letras & Expressões "Flores Astrais", "Metamorfose Ambulante" e "Sangue Latino". Foi maravilhoso! Quando gravei um CD pra ele com as músicas (dele) que íamos cantar no Letras & Expressões, coloquei uma música minha de voz e violão no final e ele curtiu muito. Quando fui gravá-la convidei e ele aceitou, numa generosidade incrível. Ney era dos poucos artistas que se encaixavam nesse disco, por ser um artista mutante, sempre antenado com o novo, diferente, atual e a música tinha tudo haver com ele. É uma influencia minha de Secos & Molhados e Mutantes. Por isso falo que não escolho a composição por ser radiofônica. Cidade Negra foi uma escolha direta. Chamei Nilo Romero pra produzir especialmente a faixa "Não vá". Queria fazer algo com ele há tempos à canção era do primeiro CD. Como tinha muito folk rock no primeiro, guardei para o segundo. Quando comecei pensar no disco novo decidi que não queria mais folk rock da maneira que era, então transformei em reggae, meu único até hoje. A coincidência é que ao falar isso pro Nilo, e confessar que queria chamar a cozinha do Cidade Negra, ele me confidenciou que estava produzindo o Cidade Negra! Marcarmos a sessão no estúdio do Lazão e correr para o abraço! Eles realmente foram demais! Toda a banda (o novo Cidade + o Nilo) participou da faixa. Autoramas fez a faixa título por ter a pegada de rock que eu queria e já havíamos feito no meu show no Canecão em abril de 2008. Fiz uma vinheta especialmente para esse “Diário..." e queria que os Miquinhos gravassem cantando comigo, uma homenagem aos caras que me deram a primeira oportunidade como músico em 1984. O Canastra entrou para apimentar essa composição. Íamos gravar outra, mas ao compor essa, não tinha dúvidas que eles fariam bem e dariam o humor que eu queria. Juntamos as turmas! Edu ainda levou a Tuba que havia acabado de comprar e demos a sonoridade da faixa, uma versão circense. O naipe foi uma característica diferente desse meu novo trabalho e o Canastra deu esse tempero. As outras de naipe foram feitas pelas mãos de Humberto e seus teclados voadores. Marília Bessy cantou comigo as músicas mais estranhas do disco e ficaram muito legais, pois ela tem uma voz bem marcante. Numa delas, cantamos juntos com o Ney. Ela participa do meu show como cantora e como baterista. Combinei com Hélio - depois de um show em que cantamos juntos. Ia separar uma música do "Diário..." especialmente pra ele, uma vez que tinha curtido o trabalho. Caiu como uma luva em "O Homem da Máscara de Ferro", letra minha, me emociono ao escutar. Os Filhos da Judith chegaram com o arranjo pronto depois que mandei por e-mail uma música que fiz com Mauro Santa Cecília e Fernando Magalhães com voz e violão. Eles já haviam feito várias participações nos meus shows e a sintonia foi perfeita. O e-mail voltou 10 minutos depois com baixo, bateria, mellotron e vocais, em cima e-mail que mandei. Fiquei impressionado. Eles fazem parte do meu show também, como backing-vocalistas e no meio do show passam para baixo e guitarra. Fazemos quatro músicas com dois deles e com a Marília Bessy na bateria. A idéia de convidar esses artistas todos foi pela afinidade e musicalidade, única e exclusivamente por esses quesitos. Sinto-me feliz por poder ter contado com todos eles. O Cd vem com uma faixa interativa com as filmagens de todos que gravaram.
- Humberto Barros na produção...
- Parceiro que sabe tudo de música e produzimos juntos, catalisando e canalizando as nossas idéias, muito afinadas. Tão afinadas que ainda nos demos ao luxo de compor quatro músicas Foi ótimo trabalhar com ele. É uma pessoa que escuta minhas idéias, respeita, mas também não se furta a dizer se alguma coisa esta ruim quando ele acha. O bacana é que respeitei todas as opiniões contrarias dando razão ou não, quando necessário. Quando achava que tinha razão e quando tínhamos dúvidas, conversávamos até achar a direção. Muito bom trabalhar com ele. Acho que nossa única divergência foi quanto ao colocar o Coral. Inicialmente ele achava over - ate porque eu também queria colocar o Monobloco. Depois acabou concordando com o resultado final.

- O primeiro disco serviu de termômetro para início de sua carreia individual? Em algum momento você teve receio em sair como cantor, já que você faz parte de um grupo de rock consagrado, Barão Vermelho? Teve medo de comparações?
- Não tive receio. Eu já cantava em outros trabalhos e sabia o que queria, mas claro que um primeiro CD é sempre um divisor de águas e serviu para me transportar a uma nova fase. Depois de 420 shows de 2007 até agora, acho que estou cantando e interpretando bem melhor, tanto minhas canções, como versões de outros. Fui aprendendo e melhorando na estrada. Acho que estou cantando melhor no segundo disco, mas considero uma coisa natural. A prática do dia-a-dia e diferentes situações que encontrei nesses dois anos, deram a segurança que sinto agora. Enfrentei milhares de situações diferentes com a minha banda, com bandas locais que eu nunca havia tocado antes e em shows de voz e violão em situações mais variadas possíveis e das mais adversas. Sempre me comportei da mesma maneira e encarando-as. Participei de muitos shows, dividi palco com Ney Matogrosso, Zélia, Benjor, Toni Garrido e muitos outros - na temporada de um ano que fiz no Rio de Janeiro. O palco é onde me sinto melhor e hoje consigo transportar, melhor, para o estúdio o que faço ao vivo. Cantei todas as músicas do CD no quarto do Humberto Barros, sentado na cama da maneira que queria e sem interferências, nisso eu e Humberto estávamos totalmente de acordo, funcionou muito bem. Ao vivo sou bem mais maluco e me jogo em cada música, transpiro toda emoção que se apresenta e me divirto horrores! (risos). Não fiz um trabalho que estabelecesse comparações com o Barão ou qualquer outro trabalho, fui por outro caminho, minha própria estrada. Hoje acho que tenho minha marca e meu público, que realmente pede as minhas músicas nos shows. Foi uma transição que já previa. Aos poucos fui trocando, nos shows, as músicas do Barão pelas minhas. É tendência natural de quem mostra novidades próprias de disco para disco. E foi o público quem pediu que eu tocasse as minhas músicas. Sobre receio, desde que parei com álcool e drogas em 2005, aceito qualquer desafio numa boa e mesmo se tivesse receio de algo, não deixaria de fazer por causa disso. Acredito nos sonhos e não desisto deles por qualquer barreira boba ou opinião alheia. Sonho não se negocia, corre-se atrás.

- O que não poderia de deixar de fora. E o Barão Vermelho? O relacionamento com os outros Barões? Sei que Fernando Magalhães está sempre com você.
- Mixei meu disco no estúdio do Frejat - por Rodrigo Lopes. Estamos sempre nos falando. Guto Goffi veio em minha casa para vermos o tom de uma música nossa que vai entrar no disco dele. Maurício Barros e eu jogamos bola toda segunda feira. Parceiro e também está para lançar CD solo. Peninha gravou três faixas no meu disco, assim como Cesinha, irmão dele. Fernando, como você falou acima, está comigo em todos os momentos, bons ou ruins! Somos casados! (risos) Fernando também esta lançando disco solo - o segundo instrumental. Ele tem sido um grande amigo e companheiro. Frejat, Guto, Fernando, Peninha e Mauricio são meus irmãos e sinto por eles mesmo sentimento - de respeito, fraternidade, carinho, admiração e amizade. A volta do Barão Vermelho não tem previsão, mas isso não é o mais importante. O importante é que quando fizermos algo junto novamente. Será com muita vontade e prazer, como merecemos!

- Os Britos ainda continuam?
- Como os Barões, estão de férias! Tire férias para os seus pés! Temos projetos, mas todos para depois da Copa do Mundo no Brasil. (risos)

- A banda básica é a mesma do disco anterior?
- Sim, Fernando Magalhães, Kadu Menezes, Humberto Barros e Jorge Valladão. Às vezes me viro para fazer shows em qualquer lugar e tenho outras formações espalhadas. Mingau, Bacalhau e Marcos Kleine (todos do Ultraje a Rigor) fazem a formação em SP junto ao tecladista Ruivo, Sérgio Serra (ex-ultraje), Sérgio Mello, Marcelinho da Costa e Billy Brandão (todos da banda solo do Frejat). A mais freqüente é a que gravou os dois discos.

- Rodrigo Santos e George Israel uniram-se, no dia 8 abril de 2008 e gravam, supostamente, DVD no Canecão - Rio de Janeiro. Será lançado?
- Acho que será lançado sim, mas não agora. Os projetos solo não estão nos dando tempo no momento, mas vai sair um dia.

setembro 08, 2009

Fabbio Ribeiro

O pop rock em sua nova página!

Fabbio Ribeiro - a nova, refinada, safra do pop rock nacional.

Fabbio Ribeiro - cantor e compositor carioca de 25 anos detona seu segundo disco “Quebrando a Vidraça” com produção de Ezequias B. Silva e do próprio Fabbio. Nele o cantor despeja repertório próprio, onze faixas, acompanhado de sua banda. Na verdade, Fabbio compõe desde os 16 anos, essa influência musical vem de família que outrora integrou várias bandas de baile no circuito carioca e até Minas Gerais. Fabbio tem uma carreira que é direcionada pela família que participa ativamente desse trabalho. O cantor tem influências requintadas de lendários nomes da música mundial - Rolling Stones, The Beatles, Lulu Santos, Jorge Benjor, Tim Maia, Dalto, Pepeu Gomes, dentre outros. Essa mistura de influencias e inspirações está no disco “Quebrando a Vidraça”. Fabbio Ribeiro tem muito do pop rock oitentista, com criatividade, modernismo, jovial com personalidade madura. Fabbio é respeitado e admirado por pessoas importantes que acompanham sua carreira como Dalto, Kiko Continentino, Fabio Lessa, entre outros.
Pude bater um papo com o cantor que se mostrou simpático, inteligente e linkado em tudo que acontece na cultura.

Fotos e texto por Elias Nogueira Início.
- Jogava futebol em alguns clubes do Rio - Canto do Rio, Botafogo e Flamengo. Tive umas contusões, passei a me dedicar a outra paixão - a música, coisa de família. Procurei aprimorar sem pretensão mesmo depois que começou a ficar sério, a partir das minhas criações.

Música
- Aprendi tudo vendo! Tudo que sei foi esforço próprio.

Inspirações
- Ás vezes me pergunto e não sei o certo. Acho que vem naturalmente, uma coisa minha, faço letra e música ao mesmo tempo a partir de uma idéia, cotidiano dos amigos ou de pessoas que agente mal conhece. Falo de minha pessoa na maioria delas.


- Gosto, desde criança do Tim Maia! Acho um cara genial! Gostaria de ter conhecido. Uma figura carismática.

Gosto
- Tenho gosto musical variado – vão de Vinicius de Moraes a Titãs, Lulu Santos, Beatles, Barão Vermelho, Tim Maia etc.

Instrumento
- Violão e guitarra.

Tempo de carreira
- Do primeiro CD para o segundo, sete anos.

Primeiro disco
- Um amigo levou meu CD, que era uma demo, pra casa do Dalto (compositor e cantor) ele gostou e logo de cara tentou me colocar no selo Niterói Discos. Dalto teve alguns problemas para isso, mas o trabalho chegou às mãos de um produtor da gravadora e acabou me lançando. Foi legal, me deu experiência e respaldo.

Shows - agenda cheia
- Fico feliz por isso! Acho que isso reflete no que muita gente quer ver! Existe uma carência por artistas novos. É uma tendência natural devido á escassez de novidades boas no mercado.

“Quebrando a Vidraça”
- Esse disco tem tudo um pouco de mim. Trato ele como um filho. Quem não me conhece e vai me conhecer logo de cara na primeira música. É um disco bem eclético, muito importante pra minha carreira, marca meu amadurecimento musical. É fruto de uma realidade!

agosto 17, 2009

Marcio Augusto

Ele é cantor, músico e compositor paulistano. Têm três discos lançados, atuou ao lado de feras como Paulo Cezar Barros, Nenê, Cleudir Borges, Pedrinho da Luz, Netinho, Guto Angelicci em gravações de CD/DVD. Já cantou em vários programas de TV, teve sua voz em trilhas de novelas e já fez shows em grande parte do país. Teve participação, como parte do elenco, em novela Global e agora prepara vôo solo! Marcio Augusto é um músico de excelente bom gosto e admite dizer do que gosta e no que se inspira. Em entrevista, exclusiva, pude conhecer algumas coisas da carreira deste artista que tem muito a mostrar! Deixemos o cara falar!

Texto e fotos por Elias Nogueira

O começo.
- Tudo começou na infância quando ouvia o velho rádio valvulado, de minha mãe, sucessos do início dos anos 70. Para ter uma idéia, com dois anos de idade imitava Roberto Carlos e dizia que seria cantor. Em meados de 1979, pedi o primeiro violão que tenho até hoje, ganhei do meu pai. É para mim uma peça importante em minha vida como pessoa e como músico. Com este instrumento, iniciei meus primeiros passos. Meu pai me levava nos botecos e nas rodas de choro e nostalgia. Observava os caras tocando e prestava muita atenção. Um dia, num churrasco feito na oficina mecânica vi o Paulinho, amigo do meu pai, tocando baladas da Jovem Guarda e senti que sabia tocar tudo aquilo! Disse a ele: ‘Paulinho da aqui este violão bicho! Eu sei tocar!’ Tinha nove anos de idade!(risos) O cara achou muito engraçado e me passou o violão, não saiu nada! Pedi que me ensinasse algumas notas, acordes, mas naquele tempo eles tocavam com dedeira e chamavam os acordes de posição. Aprendi o lá menor (Am), o dó maior (C) e também o sol maior (G). Fui pra casa maluco! Queria um violão de qualquer jeito! Freqüentava os bares e ia pegando uns toques com o pessoal. No Natal chegou o violão e comecei a tocar e cantar sem parar. Levava o instrumento pra escola e na 5ª série do Ginásio me promovia cantando na sala de aula sentado na mesa da professora, no final da 5ª aula geralmente, depois no teatrinho do colégio, etc. e tal. Matriculei-me numa escola de música do bairro ministrado pela Prefeitura de Santo André. Iniciei o violão clássico, o que considero importante. Entendi que a coisa era séria e tinha que aprender teoria, leitura e ganhar agilidade para canções mais populares. Isso durou até o conhecimento da guitarra elétrica. Daí em diante eu queria tirar solos históricos, estou aprendendo até hoje. Uma dupla de palhaços liderada pelo Palhaço Pimenta me levava a shows infantis, com isso perdi o medo de enfrentar platéias. Após sair do programa iniciei meu trabalho musical na noite, foi a melhor escola. Aprendi todos os truques para usar bem a voz, escolher bem os tons e tocar com dinâmica tudo aquilo que ouvia desde criança. O maior barato é que tinha 14 anos e cantava Beatles, Elvis, Johnny Rivers, Roberto Carlos, Erasmo Carlos... Depois: Lulu Santos, Pepeu Gomes, MPB e muito Rock and Roll. As pessoas curtiam muito aquele moleque cantando coisas de outra época, era um sucesso!Fui descobrindo várias vertentes do rock e definindo meu caminho. Ainda busco a melhor performance para trabalhar, não me contento fácil. Procuro nivelar meu trabalho por cima. Os músicos que trabalham comigo precisam ter a mesma ideologia musical, fazer bem feito!
Cidade natal.
- Nasci em Santo André e fui criado no bairro de Utinga. Foi ali que tudo começou. Hoje moro em São Paulo, mas Utinga está guardada em meu coração pra sempre.

Discos lançados.
Em 1984 iniciei na TV Gazeta SP como cantor participante do programa infantil A Turma da Pipoka, apresentado pelo primeiro Bozo da televisão brasileira, Wanderlei Tribeck, fiquei no programa por um ano e meio. Gravei o primeiro disco com eles.
O álbum foi lançado pela gravadora Fermata no mesmo ano. Participei da faixa com a música “A moto”. Na época uma versão do cantor mexicano Luis Miguel. Meus discos são: 1984 Uma faixa para o álbum A Turma da Pipoka - Gravadora Fermata. Em1992 compacto simples independente - lado A “Alguém pra amar” (Marcio Augusto) e lado B “Eu e o violão” (Marcio Augusto e Nicola Fontana), rock a billy na onda do Erasmo Carlos com 1.000 cópias vendidas. 1996 CD “Vejo nos teus olhos” independente com 6.777 cópias vendidas - com produção musical de Nenê Benvenuti - ex Incríveis. 2001 CD “As 100 mais do século” pela Universal com duas releituras de Johnny Rivers, produção musical de João Plinta. 2006 DVD e CD The Originals Volume 2 - Indie Records, acima de 40.000 cópias vendidas, produção musical de Miguel Plopschi e Michael Sullivan. 2008 DVD e CD The Originals “A festa continua” pela Universal como guitarrista convidado, direção musical de Miguel Plopschi. Atualmente estamos em estúdio trabalhando novo disco pelo selo Seastar Music.
Cantor romântico e de rock com inspirações anos 60, 70 e 80.
- Como guitarrista gosto de clássicos do rock, blues, country e principalmente guitarra de surf music - The Ventures e The Shadows, este o meu preferido com destaque ao Hank Marvin! Um espetáculo de guitarrista para qualquer época. Como cantor, aprecio as músicas românticas. Aprendi unir coisas e dentro deste baú encontrei os tesouros mais ricos da música e venho inspirado por tudo isto, desfilando repertório que sempre é sucesso em qualquer lugar. A intenção é reproduzir coisas com originalidade e também criar uma assinatura própria em determinadas canções, onde haja espaço para criação e expressão.

Rádio.
- Escuto algumas rádios selecionadas, elas estão segmentadas. Procuro programações que me agrade. Na verdade, ouço 20% de rádio e o resto em vinis, CDs, etc. e tal. Acredito que a tecnologia que estaria a serviço da melhora, acabou tirando um pouco da criatividade praticada em décadas passadas. Atualmente as gravações estão super digitalizadas e as músicas são passageiras, logo aparecem outras numa velocidade enorme! Acho que faz parte do novo esquema de marketing, mas ainda consigo avaliar grandes nomes como: Norah Jones, Amy Winehouse, Maroon 5. Gosto bastante do Skank, trabalhos mais recentes de Marisa Monte, entre outros tantos. Ocorre que se olharmos para trás, teria obrigação de relacionar uma imensidão de artistas antigos que dariam páginas. Vou citar alguns nomes de meu set list predileto: The Beatles e carreira solo dos quatro! Elvis Presley, Laura Pausini, Chuck Berry, Roberto Carlos, Johnny Rivers, Erasmo Carlos, Johnny Mathis, Caetano Veloso, Frank Sinatra, Tim Maia, Chris Montez, Rita Lee, Bob Dylan, Raul Seixas, Paul Simon, Elton John, Queen, Yes, Led Zeppelin, Deep Purple, The Shadows, entre outros.

Cleudir Borges e Marcio Augusto

The Originals.
- Em 2005 quando o Nenê apresentou um CD demo, minha, gravada em casa e com direção musical dele, ao Miguel que disse ter gostado, mas ele estava fora da indústria se não, gravaria um disco meu. Fiquei feliz considerando que naquele período já estava na batalha há muito tempo e o meio é muito concorrido para fazer sucesso. Alguns meses depois do lançamento “The Originals”, o Almir Bezerra decidiu morar em Recife, dificultando a logística da banda. O Miguel não teve dúvida e me chamou para uma conversa em São Paulo na TV Record, onde estavam gravando o programa do Tom Cavalcanti. Disse, ao Miguel, que tinha pretensões de carreira solo e pensaria no convite. Ele disse que eu tinha 24 horas para decidir. No dia seguinte, aceitei ficar na banda, pois era de fato um sonho e uma moral enorme, participar ao lado das três bandas: Os Incríveis, The Fevers e Renato e seus Blue Caps. Eu conhecia repertório! Sempre gostei da Jovem Guarda, interpretava tudo com muito amor. Fui ao Rio de Janeiro ensaiar com a banda e deu tudo certo! Gravamos, viajamos o Brasil e a partir do The Originals o Marcio Augusto tornou-se conhecido. Tivemos momentos marcantes. “Areia pro meu caminhão” interpretada por mim entrou na trilha sonora da novela Cobras e Lagartos. Tive participação ao vivo na novela O Profeta em 2006. Foi emocionante dividir palco com Nenê Benvenuti, Netinho, Pedrinho, Cleudir, Ed Wilson e Miguel Plopschi. O Miguel em minha opinião foi o maior Hit Maker do Brasil e detectou em mim uma condição de trabalhar na história da banda, delegando a responsabilidade de substituir Almir Bezerra que tem uma voz marcante e conhecida do Fevers. Procurei exibir nas interpretações a mesma lágrima e o público me acolheu com carinho. Em meados de 2007, o Netinho decidiu reviver o Casa das Máquinas, entrou na banda o Guto Angelicci baterista que era conhecido dos tempos do Super Bacana no Rio de Janeiro. Em seguida, o Nenê decidiu sair também para se ocupar mais em estúdio, é o que ele mais curte fazer. O Paulo Cezar Barros já conhecia algum tempo. Ele já esteve em minha casa, tocou comigo em uma apresentação no ABC e foi legal demais, pois conheço a história musical dos dois baixistas. O Nenê e o Paulo Cezar têm muito peso no currículo e dividir palco com os mestres tem sido uma grande escola, amizade e realização profissional. Os caras são barras pesadas na hora de tocar, defini-los é difícil. Ambos têm estilo próprio e o som dos dois é genial!No meio desta história estou lá como cantor e guitarrista! Em julho de 2007 conversei com o Miguel alegando minhas tendências e vontades de cantar sozinho! Ele entendeu, deixei o grupo com a porta aberta. Em 2008 fui convidado para gravar o terceiro DVD e agora em 2009 concordei em fazer alguns shows até o retorno do Ed Wilson, que teve um problema de saúde. Ele está melhor e logo estará brilhando na banda.
Trabalho novo.
- Quando deixei o The Originals, fiz um DVD promocional em Toledo (PR) ao vivo. Devo todo carinho e respeito ao meu amigo Omero Bordin que sabendo da minha necessidade de ampliar os resultados pelo país, tornou possível e me levou a um show inesquecível em Outubro de 2007. O DVD chegou às mãos do Edu de Oliveira e ele me convidou para iniciarmos um projeto que já está sendo definido. Começamos gravando a música “Alguém pra amar” no Rio de Janeiro com direção do Gil Cardoso. O restante está sendo concebido em São Paulo com produção do Nenê Benvenuti e direção musical do Edu de Oliveira, é engenheiro de som de Roberto Carlos e criou o selo Seastar para promover artistas novos. Antes do final de 2009 estaremos com o CD nas lojas e nas rádios para uma alçada em busca do sucesso! Sei das dificuldades do mercado fonográfico, mas estou seguro e confiante!

Rio de Janeiro.
- Fiz shows no Rio de Janeiro algumas vezes com o The Originals. Para o lançamento de meu disco solo teremos shows em Niterói e Rio de Janeiro. Quero neste projeto, convidar The Originals, será um honra neste momento tão importante na minha carreira.

Viver de música no Brasil.
- Realmente viver de musica no Brasil não é fácil, assim como é dificil viver de outras profissões. Acho que quando se pensa positivamente, quando se trabalha com dignidade e afinco, com garra e determinação, aí meu amigo não tem jeito, a crise não chega perto, pois as forças maiores do Universo vão conspirar a seu favor e tudo vai harmonizando e acontecendo. Para quem tem um ideal na vida é só focar nele, seguir sem medo, enfrentar os maiores obstáculos e assim chegará ao ponto determinado.