maio 31, 2007

Paulo Otávio - Supersoul

Supersoul, terceiro disco do cantor e compositor gaúcho Paulo Otávio. Com dez faixas inéditas, sendo nove autorais e uma do baixista Gustavo Garcia.

Com influências que adquiriu durante mais de dez anos de carreira, soube aderir com carisma singular o que escutou durante sua vida reverenciando seus ídolos - Tim Maia, Hyldon, Cassiano, Wilson Simonal, Jorge Benjor e Sandra de Sá - durante anos em que viveu no Rio de Janeiro e Estados Unidos, atingindo assim sua sonoridade original.

Paulo Otávio, gaúcho de nascimento e carioca de coração, já que vive no Rio de Janeiro por mais de seis anos, não esconde seu amor pela cidade. Isso pode ser conferido nas letras de suas canções "Supersoul" e "Frio em Maromba" e no swing de suas músicas "Vem comigo", "Samba-funk", “Se eu quiser” e "Meu lugar".

Em Supersoul, Paulo Otávio vem acompanhado de Gabriel Damasceno (bateria), Anderson Cardozo (teclados), Caco Scarlatelli (guitarra), Gustavo Garcia (baixo), Breno Hirata (sax), Demétrio Bezerra e Gilson de Oliveira (trompete), músicos bastante conhecidos nas noites cariocas. Em conversa, Paulo Otávio fala de sua carreira e o que vem pela frente.

Antes você já havia lançado disco de rock. Como surgiu a idéia de lançar um disco totalmente soul?
Comecei tocando e cantando em bandas rock e por isso fui morar em Los Angeles, onde acabei descobrindo o gosto pelo soul e pela música brasileira. Faz tempo que venho me dedicando a pesquisa deste gênero musical. Em “Supersoul" meu objetivo é resgatar a sonoridade da black music produzida no Brasil no final dos anos 70.

Fale-me da seleção de repertório. É todo inédito?
Sim. O repertorio é composto de dez canções inéditas, sendo uma de autoria de Gustavo Garcia, que é baixista de minha banda e outra em pareceria com Dudu Cairibé. Quanto à seleção de repertório, dei preferência às canções mais antigas, compostas em meus primeiros anos no Rio de Janeiro.

Fale da produção do disco.
O disco foi gravado no Arena estúdio em Botafogo no Rio de Janeiro
Fiz a direção e a produção musical. Contei com as parcerias dos produtores Daniel Medeiros (Fino Coletivo) que cuidou da parte de gravação e Roberto Lly cuidou da mixagem.


Vejo no Myspace que você é bastante elogiado. Você vem fazendo um trabalho via Internet em seu álbum. Como isso funciona?
Este trabalho vem tendo boa aceitação no exterior. Segundo os comentários, pela originalidade e balanço das canções. Todos os dias recebo mensagens de carinho e convites que chegam de diversos países, são rádios, artistas, gravadoras e público em geral, interessados em comprar o cd, em distribuir, contato para shows ou simplesmente pra dizer - I love your music. Através do myspace, meu trabalho vem sendo reconhecido. Devido ao grande interesse do publico, já se encontra à venda por donwload, através do sistema Snocap, a versão final do meu disco que primeiramente só chegará à Internet.

O que é Snocap?
Esse sistema permite a compra de música por donwload, com segurança e qualidade diretamente do artista, algo que agrada muito ao público Europeu e também aqueles que pregam a moralização dos meios de comercialização da música.

Você pretende fazer carreira no exterior?
Na verdade quando comecei este trabalho não era essa minha intenção, mas fazer o que se o reconhecimento vem de fora, como já dizia o mestre Tom Jobim, "A saída do músico brasileiro é o Galeão".

Em seu disco anterior, teve participações de artistas do rock
internacional. Conta como isso aconteceu?

Em busca de novos horizontes pra minha carreira, em Janeiro de 1998, fui morar em Hollywood, na Califórnia, onde tive a oportunidade de tocar e gravar com grandes nomes da música. Entre eles: o guitarrista Gilby Clarke (ex Guns ‘n Roses), o baterista Eric Singer (Kiss), o tecladista Rique Pantoja e do trompetista Harry Kim, arranjador e integrante da banda de Phill Colins. Foi o sonho que se tornou realidade. A vitória de alguém que sempre buscou, não o sucesso, mas, o reconhecimento da sua arte.

E shows?
Por enquanto, shows, dia 13 de julho no Festival de Inverno de São Lourenço em Minas Gerais. Logo após, embarco pra um temporada de três meses na Europa. Lá estarei realizando um trabalho ao lado do grupo Jazz Me Brown, que conta com a participação de grandes músicos brasileiros, como o Ciro Cruz, ex Ed Motta e Gabriel Pensador e o trompetista Demétrio Bezerra, ex Paralamas do Sucesso e Banda Black Rio. www.myspace.com/paulootavio

PS: Vale informar que: O aeroporto citado na entrevista, hoje chama-se Aeroporto Internacional Tom Jobim

Marília Bessy

A cantora, compositora, guitarrista e baterista, a carioca Marília Bessy, teve seu disco lançado no final de 2006. Marília Bessy contou ajuda de amigos e expoentes da música como: Fernando Magalhães e Rodrigo Santos, guitarrista e baixista do Barão Vermelho; Fábio Fonseca, tecladista e produtor musical de grandes artistas como Marina Lima; Toni Platão, ex-vocalista do Hojerizah; Gustavo Corsi, guitarrista do Picassos Falsos; Duani, do Forróçacana; João Cavalcanti, do grupo de chorinho carioca Casuarina, entre outros. Bem sucedido mesmo sendo independente, (hoje em dia não é necessário ser de uma grande gravadora para se obter êxito no mercado fonográfico), o disco criou asas e voou sozinho pelo mundo musical e foi parar nas mãos de pessoas como eu que pesquisa tudo que saiu de novo no mercado.

O CD foi gravado no estúdio WCDD/RJ pelo técnico César Delano, super conceituado e conhecido no mercado musical, mixado no Estúdio Rock House/RJ, d, pelo técnico Marcelo Passos e masterizado por Classic Master/SP, por Carlos Freitas e Jade Pereira.
Veja o bate papo que tive com a cantora.

Música
Quando descobrir a música, eu era bem novinha, tinha 12 anos quando comecei a tocar bateria. Tocava em uma banda de rock e blues quase cover do Celso Blues Boy, que adorávamos na época. Eu sou fã incondicional! Percorremos todo o cenário underground e, inclusive, fizemos um show no primeiro Circo Voador. Toquei muitos anos depois na noite como baterista, instrumento que amo e não abandono nunca. Inclusive, gravei uma faixa tocando no meu primeiro disco na música ”Sem Essa” e também como percussionista.

Primeiro disco
Meu primeiro disco produzi com Rodrigo Ramalho e Ricardo Cabral, músicos que tocaram também no CD. Gravei em 2003 e confesso que não tive muito tempo, porque foi uma oportunidade daquelas que você agarra e sai para o abraço. Fiz com muito carinho e contei com pessoas muito boas para me ajudar. Está na pressão! Tive várias participações especiais somente peso-pesado da nossa música! Uma honra.

O blues
Conheci na época de banda com 12 anos e foi com o querido mestre Celso Blues Boy. Gravei uma canção dele no CD, “Fumando na Escuridão”.

Famosos
Acho que tenho a sorte de encontrar pessoas queridas, talentosíssimas e muito generosas no meu caminho. Agradeço a Deus!

Disco novo
Em primeira mão lhe digo que: o CD será produzido por Rodrigo Santos que é cantor (lançando disco solo), baixista do Barão Vermelho, compositor e fundador da banda de craques Os Britos, na qual já fiz algumas participações em seus shows. Estamos na pré-produção, selecionando repertório etc e tal. Em breve, estaremos em estúdio.

Shows fora do Rio Janeiro
Em breve. Quero tocar em Minas, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Brasília e etc!
É só me chamar!

www.mariliabessy.com

maio 28, 2007

Discoteca Iê Iê Iê


Discoteca IÊ IÊ IÊ

Abastece as noites cariocas com clássicos antigos da música pop


Dois amigos que curtem música boa e sem limites de tempo. Um é operário do mundo virtual e especialista em fazer capas de Cds, sites e tudo que for ligado ao mundo digital. Este é o Rafa El Gonzalez, que com o passar dos anos descobriu que a música boa é atemporal e com o passar dos anos vem acumulando experiência trabalhando em casas noturnas fazendo o público dançar e curtir a música da Discoteca Iê Iê Iê.
“Minha atuação no meio musical foi discreta. Comecei como seletor sonoro e não me considero um DJ de verdade, por enquanto. No começo dos anos 90 trabalhei em algumas casas da Zona Sul do Rio. Nessa mesma época conheci o Bacalhau. Meu trabalho até então era restrito a criação de trabalhos gráficos, capas de CDs além de alguns cartazes, material de divulgação e sites. O surgimento da Discoteca Iê Iê Iê foi natural. Essa é a primeira vez que participo de um projeto coletivo”, confessa El Gonzalez.

A diferença entre ser seletor musical e Dj, o próprio Gonzalez define:
“Acredito que a diferença esteja basicamente na seleção do repertório executado. Nosso repertório é baseado em pesquisas de músicas a partir dos anos 50 até metade dos anos 70. Isso abrange músicas conhecidas em versões obscuras”.

Já o seu parceiro Bacalhau (baterista), é um expoente da cena musical carioca. Foi fundador e integrante da formação clássica do lendário Planet Hemp, onde teve sucesso e glamour. Por desentendimentos e sempre fiel a veia roqueira, deixou o grupo e integrou o já aclamado trio Autoramas, onde já faturou alguns prêmios no cenário musical.
“A Discoteca Iê Iê Iê surgiu da vontade de ouvir musicas que venho garimpando há muitos anos. Tudo que encontrava e achava interessante, comprava. Discos de vinil ou CD, porque não tinha ninguém tocando as músicas que eu e meus amigos estávamos com vontade de ouvir. Agora juntou a fome com a vontade de comer”, sentencia Bacalhau.

Na realidade, tudo começou com o envolvimento desses aficionados por músicas com a Jovem Guarda. Mas quem pensa que a Discoteca Iê Iê Iê Iê é um repertório apenas da Jovem Guarda, engana-se.
“O fato de termos o Iê Iê Iê no nome, serve apenas para marcarmos uma época a nossa discotecagem e não é apenas um gênero, é uma referência e não uma bandeira. Tanto é que o repertório é feito por artistas que tenham representatividade à boa musica dos anos 60 e 70”, avisa Bacalhau

“A idéia da Discoteca Iê Iê Iê, surgiu naturalmente assim que o Lafayette começou a fazer shows com Os Tremendões. Fomos convidados para discotecar antes e depois dos shows. Tudo isso aconteceu por conta, na época, estarmos ouvindo basicamente somente Jovem Guarda. Hoje para os shows do Lafayette e os Tremendões a Discoteca Iê Iê Iê é a parte sonora que complementa a idéia de Baile Jovem Guarda muito por conta da seleção musical executada. Assim a Discoteca Iê Iê Iê pode se apresentar junto de qualquer outro artista e estar sempre disponível para festas diversas, coquetéis, recepções, casamentos, enterros e outras festividades”, completa Gonzales.

Ainda sobre o repertório, El Gonzales esclarece: “O repertório é feito por artistas que tenham representatividade à boa musica a partir dos anos 50, mas sempre baseado nos anos 60 e 70. Assim, tanto artistas anteriores a esse período que influenciaram esses, como artistas modernos que foram influenciados, entram no repertório. O que vale é o som e as influências que esse passa a quem esteja ouvindo. Por exemplo: para os shows do Lafayette e os Tremendões o objetivo é tocar músicas de artistas com teclado e orquestra. Paralelamente a Discoteca Iê Iê Iê. Tenho uma pesquisa de artistas mais modernos para discotecagen que faço fora desse projeto. Assim volta e meia musicas de artistas como, Chris Joss, por exemplo, entram no repertório sempre que tenham uma sonoridade de época”.

Texto publicado originalmente no jornal International Magazine edição 131

maio 25, 2007

Paulo Debétio

Paulo Debétio “Pelas ruas da Lapa”

Paulo Debétio - Nascido no estado de Pernambuco, passou pelo Paraná e por São Paulo até imigrar de vez no Rio de Janeiro em 1965. Chegou a trabalhar em uma joalheria situada na rua do Ouvidor com Gonçalves Dias, no centro do Rio de Janeiro quando compôs o seu primeiro samba – “Eu, avenida evocê” -, gravado por Roberto Ribeiro. Essa gravação lhe permitiu traçar os seus caminhos em busca dos seus projetos de vida. Filiou-se à ala decompositores da Mocidade de Padre Miguel; participou das rodas-de-samba do Cacique de Ramos; desfilou como ritmista na bateria da Estação Primeira de Mangueira; freqüentou as memoráveis noites de Vila Izabel e, assim, foi se integrando ao mundo do samba. A primeira consagração como compositor se deu com o sucesso Pelo amor de Deus, vencedor do Festival MPB Shell de 1982 da Rede Globo, em parceria com Paulinho Rezende, e que foi interpretado por Emílio Santiago no Maracanãzinho, onde foi aclamado por unanimidade.

Como produtor inicialmente na Polygram – atualmente Universal-, onde produziu João Nogueira, Lecy Brandão, Chico da Silva, Agepê, Luiz Caldas, Cheiro de amor, Margareth Menezes, Markinhos Moura, Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, dentre outros. Foi o responsável pela contratação e elaboração do primeiro projeto da dupla Sandy e Júnior. Ao transferir-se para a Warner, em 1991, assumindo também as funções de diretor artístico trabalhando com artistas como João Paulo e Daniel, Bruno e Marroni, Jorge Vercilo, Gian e Giovani e etc. Em 1993, fundou o selo Paulitura Edições Musicais, que vem investindo em novos talentos.

Suas composições fazem parte da história das telenovelas: “Tieta” - Trilha de abertura da novela Tieta, “Uma nova mulher”, trilha da novela Tieta, “Nuvem de lágrimas”, trilha da novela Barriga de aluguel, “Meu amor não vá embora”, trilha da novela Tropicaliente, “Idas e voltas” e “Estrelas de outubro”, trilhas da novela Arapongas.

Em tempo: Paulo Debétio lança seu primeiro álbum "Pelas ruas da Lapa”. Com produção musical do próprio Debétio e lançado pelo selo Paulitura Edições Musicais "Pelas ruas da Lapa" traz 15 músicas. Treze delas são de autoria do compositor em parceria com Paulinho Rezende, Wally Bianchi, Toninho Gerais, Toninho Nascimentos, João Carlos e Jovenil Santos, mais a faixa título o disco, composta apenas por Debétio. A canção "Bola da Vez", parceria com Paulinho Rezende, já é bastante executada nas rádios e faz parte da trilha da novela da Rede Record, ”Vidas Opostas”. Há também uma versão em samba para a antológica “Asa branca” de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Em conversa telefônica Paulo Debétio fala do disco, de produção e composição.

Disco
Eu já havia lançando outros discos em 1970. Gravei um compacto pela EMI como dupla Santos e Debétio um Samba chamado “Amor crediário”. Depois participei de um festival da Rede Tupi com duas musicas do Humberto Teixeira e Rildo Hora, “Porque os guizos dobram” e “Lolita” que foram finalistas do festival. Foram dois compactos. Foi ali que comecei a compor.

Produtor
Quem me colou na área de produção foi o Hyldon. Ele quem me convidou e deu as dicas de produção. Naquela época eu não entendia nada. Até que um dia teve um cantor chamado Marcus Pitter que ninguém queira fazer. Eu como novo no assunto tive que aceitar. Ainda bem que eu estava com o Azimuth (Zé Roberto, Alexandre e o Mamão). Disseram pra eu ficar tranqüilo. Foi mais ou menos por acaso. Ainda tive outra dupla. Lemos e Debétio, chegamos a gravar também. Tive que abandonar por causa de muito trabalho em outras áreas da música. Fui parar na gravadora que hoje é a Universal. Foi lá que tudo aconteceu.

Compositor
A década de 70 foi muito rica pra mim - Alcione e Roberto Ribeiro. O Roberto gravou o primeiro samba que era meu chamado “Eu, avenida e você”. Logo depois a Alcione, gravou com sucesso até no exterior, “Retalhos”. Um tempo depois gravei com Alcione “Recusa”. Na mesma época, o Jorginho do Império gravou em homenagem ao Mano Décio da Viola “O Imperador”. Lancei também a Janaina, cantora que fez muito sucesso. Mas o momento maior foi com Emilio Santiago que defendeu minha música “Pelo amor de Deus”. Até então, nenhum samba havia ganhado um festival. Quem ia defender a musica era Alcione, mas não pode. O Roberto Menescal me apresentou o Emilio que gostou e aconteceu.

Pelas ruas da Lapa
Levei anos pra decidir em gravar esse disco. Sempre que me preparava surgia outra coisa pra fazer e deixava de lado. Começou a chegar os 60 anos de idade e me perguntei: se não fizer agora, vou fazer quando? Preparei-me para esse disco. Como produtor sabia que se pedisse musica pra algum compositor, iriam perguntar pra quem era e eu não queira falar que era pra eu gravar. Gravei “Eu, avenida e você” e resolvi fazer um arranjo igual. Me assustou, mas gravei. O disco está todo certinho pra jovens de 40 anos pra cima, pra baixo é bebê! (risos). Mas pode conhecer também. Disco é pra quem gosta da boa música e poesia. Gravei “Pelo amor de Deus” também que é um marco em minha carreira e sem comparações com o Emilio.

Nordeste
Existem algumas cobranças. Como nasci em Pernambuco e sabia que viria cobrança de lá. Pensei em gravar um maracatu. Pensei e decidir não gravar. Resolvi gravar “Asa branca” que é uma canção emblemática em ritmo de samba, coisa que ninguém fez. Meu sentimento nordestino está em “Asa branca”. Samba é samba, não podemos misturar se não, não é samba! Sou sambista e gosto de samba e quero ser lembrado como sambista.

maio 24, 2007

A Bolha


A Bolha, dia 25 de maio no Garden Hall
Participação especial de Bruce Henry

A Bolha está de volta! Sim, depois de contribuir para a trilha sonora do filme “1972”, de Ana Maria Bahiana e José Emílio Rondeau, a legendária banda carioca aproveita a maré e retorna aos palcos para lançar é só curtir, o CD registrado no embalo do filme. Após se apresentar em Niterói, nos dias 20, 21 e 22 de abril, A Bolha chega ao Rio, onde faz sua primeira apresentação depois de 35 anos com sua formação original. Renato Ladeira (vocal, guitarra e teclados), Arnaldo Brandão (vocal e baixo), Pedrinho Lima (vocal e guitarra) e Gustavo Schroeter (bateria) prometem reeditar no palco do Garden Hall, no dia 25 de maio próximo, às 22 horas, um daqueles memoráveis concertos que a banda fazia no início dos anos 70, quando lotava os teatros da cidade com seus rocks vigorosos, entremeados de viajantes temas psicodélicos.

Além de mostrar o novo CD, o ótimo É só curtir, e temas do LP “Um Passo A Frente” (o primeiro do grupo, lançado em 1973), A Bolha promete outras surpresas, dentre elas a impressionante iluminação de Bimbão e a participação especialíssima do ex-baixista dos Outcasts e do Soma, Bruce Henry.

Definitivamente, uma oportunidade imperdível de (re)ver uma das maiores bandas do rock brasileiro de todos os tempos em ação novamente, numa festa de muito desbunde, psicodelia e rock and roll.

Avenida das Américas, 3255 - 2/ piso - tel/fax - reservas - 3151.3302

PISO 1
SETOR PALCO: R$ 40,00
SETOR A: R$ 30,00
SETOR B: R$ 30,00

SETOR 2
FRIZA CENTRAL: R$40,00
FRIZA LATERAL: R$ 30,00
MEZANINO: R$ 30,00

Horário 22:00h

Evinha, Golden Boys e Trio Esperança


Evinha, Golden Boys e Trio Esperança se apresentam no show “Gold Herança”, no Garden Hall.

Os sete irmãos juntos no palco em um show inédito no país.

Pela primeira vez no Brasil, os irmãos da família Correa se reúnem para um grande show. O palco do Garden Hall receberá nos dias 01 e 02 de junho às 22h, o show “Gold Herança”. No repertório, momentos especiais das carreiras de Golden Boys, Trio Esperança e sucessos da carreira solo de Evinha. Na banda que os acompanhará, a novíssima geração estará representada por seus filhos, além do maestro e pianista francês Gerard Gambus, marido de Evinha.

“Tudo era sol, era ré, mi, fá... ai que saudade me dá...” Como dizem os versos da canção “Gold Herança”, de autoria de Gerard Gambus e Carlos Colla, a família Correa sempre foi um exemplo de musicalidade. Começaram suas carreiras muito jovens. Por volta de 1958, os primeiros a estrearem oficialmente na música foram os irmãos Ronaldo, Roberto e Renato juntamente com o primo Valdir. Surgia então os Golden Boys, que começaram a carreira cantando versões em português para baladas e rocks internacionais conhecidos do grande público em programas de calouros nas rádios do Rio de Janeiro. Conforme a Jovem Guarda assumia posição de destaque na música brasileira, o grupo aumentava seu prestígio. Os Golden Boys também tiveram nobre participação nos Festivais, excursionaram por países da América do Sul e gravaram diversos discos.

Mas a família é grande... e os irmãos mais novos observavam atentamente tudo que acontecia com muito brilhantismo com seus irmãos mais velhos dos Golden Boys. Foi aí que em 1961, o Trio Esperança iniciou também a sua carreira, por iniciativa do irmão mais velho Roberto Correa. O Trio Esperança, formado por Regina, Mário e Evinha gravou seu primeiro disco em 1961, quando os integrantes tinham 15, 13 e 10 anos, respectivamente. O sucesso veio com "Filme Triste", versão brasileira de "Sad Movies". Em seguida, outros hits do trio vocal como “O Passo do Elefantinho”, “A Festa do Bolinha”, “Gasparzinho” estiveram à frente das rádios e programas de tv da época. No fim da década de 60 Evinha partiu para carreira solo, sendo substituída por sua outra irmã, a caçula Mariza, ou Marizinha como era conhecida. Com a nova formação, o grupo lançou outros discos de sucesso.

Após sua saída do Trio Esperança, Evinha começou mais uma bela trajetória. Seu primeiro sucesso foi “Casaco Marrom”. Em 1969, conquistou o primeiro lugar no IV Festival Internacional da Canção com a música "Cantiga por Luciana". Outros sucessos fizeram parte da história de Evinha, como: "Teletema", "Que Bandeira", "Como Vai Você", "As Canções que Você Fez para Mim" e "Sonho Lindo". Gravou músicas brasileiras em um disco de Paul Mauriat em 1977, excursionando com o maestro francês pelo Japão e pela China, como crooner da orquestra. Casou-se com o pianista da orquestra e passou a viver na França.

Com o término do Movimento Jovem Guarda, o Trio Esperança também chegou ao fim. Mário se tornou empresário do ramo de educação e as duas irmãs Mariza e Regina também foram morar na Europa, a convite de Evinha. Por lá, voltaram a cantar e criaram uma nova formação do Trio Esperança, gravando 3 álbuns que geraram uma turnê de sucesso em toda a Europa, Canadá, países da África, etc. Em seus discos, além de participações de cantores brasileiros como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ivan Lins e Caetano Veloso, tiveram também nomes internacionais como Charles Aznavour e Michel Fugan. Conquistaram 03 discos de ouro e sempre com muito sucesso de público e crítica, participaram de Festivais importantes como o de Montreux, se apresentaram nos maiores estádios e também por diversas vezes no tradicional Teatro Olimpya, o mais importante da França. Evinha, Mariza e Regina desenvolvem hoje um excelente trabalho conquistando a Europa e o resto do mundo divulgando a MPB. No momento, planejam um novo álbum que trará novas participações que em breve serão divulgadas.

Já o grupo Golden Boys nunca parou de cantar e atualmente faz shows por todo o Brasil. Na década de 80, atuaram também como produtores de grandes nomes de sucesso como Beth Carvalho, Gonzaguinha e Elymar Santos. Atuam também nos estúdios gravando jingles, vinhetas para rádios e coro para diversos artistas da MPB. Além disso, compuseram hits que foram cantados não só por ícones da Jovem Guarda, mas também por nomes atuais como Roupa Nova (canção “Anjo”), Xuxa (canção “Doce Mel”), Alcione (“Pode Esperar”), Fábio Jr (também a canção “Anjo”), entre outros artistas.

Em um clima de festa, os irmãos se reúnem nos dias 01 e 02 de junho para festejarem juntos essa história de sucesso.

SERVIÇO

Show: Gold Herança.
Dias: 1 e 2 de junho.
Local: Garden Hall (Av. Das Américas 3.255 – 2º Piso – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 3151-3302.
Ingressos: R$40, R$50 e R$60.
Classficação etária: 18 anos

maio 23, 2007

Reação em Cadeia


Reação em Cadeia e a “Febre confessional”

Sucesso no Sul do Brasil, com mais de 150 mil cópias vendidas de seus dois primeiros discos independentes, o grupo Reação em Cadeia formada por Jonathan, Daniel Jeffman (guitarra), Maurício Faria (baixo) e Elias Frenzel (bateria) está pronta para conquistar o restante do país.
O novo álbum, "Febre Confessional", foi gravado com bastante tempo e cuidado, sob a direção do produtor Rafael Ramos (Raimundos, Pitty, Capital Inicial), e aposta nas onze faixas do disco que tem músicas fortes, riffs ligeiros, refrões explosivos e voz firme e rasgada do vocalista Jonathan Correa de 25 anos. O clipe da música "Os Dias" está em alta rotação nos canais de música MTV e Multishow e a música em pleno vapor nas principais rádios rock do Brasil. “O jantar”, “Perdi você”, “Me deixe em paz” e “Te desejo”, são boas canções que diferenciam esse terceiro lançamento da banda, mostrando maturidade. É o melhor disco do grupo até então.

A Reação em Cadeia representa uma geração pós-grunge, influenciadas por bandas como Nirvana, Pearl Jam e Alice In Chains e passa longe da onda emocore dos últimos anos. O disco vem com boas canções de rock, daquelas para tocar em rádio, emocionar e fazer todo mundo cantar junto, com um grito contido à espera do refrão. Uma verdadeira reação em cadeia, que está ao alcance de todos desde já.


Texto publicado originalmente em junho de 2006 no Jornal das Gravadoras

Chico Batera


Chico Batera e o “Lume”

Chico Batera que tem no currículo 28 anos de carreira sólida, coloca no mercado o novo disco com temas de Jobim, Chico e André Victor Corrêa, além de composições próprias e ainda conta com participação de Chico Buarque.
Há 28 anos Chico Batera é conhecido como o percussionista de Chico Buarque. Com 41 anos de carreira, iniciada na primeira metade da década de 60, acompanhando o grupo de Sergio Mendes, Chico Batera lança “Lume” seu sexto trabalho de carreira pelo selo carioca Biscoito Fino.

Acompanhado de Kiko Continentino (piano) e Luiz Alves (baixo), com participações de Marcos Nimrichter (acordeom) e do amigo com quem toca há muito tempo, Chico Buarque que empresta sua voz à “Iracema” voou, que juntamente com temas de Antonio Carlos Jobim, André Victor Corrêa, além de composições do próprio Chico Batera e de Continentino, constituem o repertório deste disco.

O “Lume” de Chico Batera aparece com incursões rítmicas e melódicas – Chico executa a bateria e o vibrafone ao longo de todo o disco, passando pelo samba e o choro com elementos do jazz e pegadas de música latina.

Logo no início, um dos temas mais tradicionais do repertório do choro, “André do Sapato” Novo, é recriado com pegada de samba com influência jazzísticas. A referência se estende a duas composições nada óbvias do vasto repertório de Jobim: “Quebra-pedra” e “Mojave”, dialogando de maneira vigorosa com o baião e o jazz. ”Samba e Amor”, de Chico Buarque, com o ar cool, não compromete a obra do poeta remetendo aos grandes momentos do jazz.

“Lume” que foi gravado nos estúdios Castelo, em Niterói, e Biscoito Fino, no Rio, apresenta na segunda parte um andamento mais acelerado feito a "Correria da cidade" descrita na letra original de Chico Buarque, para logo regressar à languidez compassada, ideal de embalar amantes no lume das manhãs e das madrugadas. “Iracema Voou” conta com a voz de Chico Buarque como mais elementos instrumentais, a melancolia da personagem ilustrada pelo acordeom jazz-portenho de Nimrichter. Já o conhecidíssimo pianista Kiko Continentino contribui com dois temas de sua autoria: o samba “No Sapato”, com direito a solo de contrabaixo com arco, de Luis Alves, e o samba-jazz “Pulando a cerca”. O próprio Chico Batera, apresenta composições próprias: o samba-choro “Acaba Logo com Esse Choro”, com solos de acordeom, piano e vibrafone; o a samba lento “Afinidades” e o quase bolero “Teia II”. Vale muito conferir.

Rivera


Leonardo Rivera em conversa franca

O relançamento dos álbuns selecionados de Ronnie Von é válido para nova geração porque traz fonogramas importantes remasterizados aos quarenta anos da primeira gravação do artista. A versão em portuguêsdo super hit beatle 'Girl', que virou 'Meu Bem' e tocou em todas as rádios de forma ostensiva, catapultando o 'Príncipe' ao suposto cargode concorrente do 'Rei Roberto Carlos' na história da música brasileira da segunda metade dos anos 60. O responsável pela façanha é o jornalista, produtor e pesquisador carioca Leonardo Rivera. Acompanhe em um bate papo o que diz Rivera.

Como e quando foi que você teve a idéia de relançar os discos de Ronnie Von?
Leonardo Rivera - Há sete anos ou mais. Quando entrei na PolyGram (hoje é a Universal) minha missão era trabalhar com novos talentos, mas também tinha a curiosidade de achar tapes antigos de bandas cuja época não vivi. Aí, encontrei o tape de Technicolor, dos Mutantes, que tinha sido descoberto primeiramente pelo Carlos Callado e depois foi parar nas mãos de outro produtor. Na mesma época descobri os álbuns do Ronnie.

Esse projeto, você já vinha trabalhando algum tempo! Quanto tempo demorou até ficar pronto? E porque demorou?
Dependeu de liberações?Leonardo Rivera - Além das liberações -- algumas versões a editora original nem sabia que tinha que a original tinha sido versionada na época – tinha o interesse da companhia. Aos poucos fui mostrando que o Ronnie movimentava grupos no Orkut, que artistas da nova geração como Rodrigo Amarante, do Los Hermanos, e Nervoso, gostavam dos discos de início de carreira e até cantavam em alguns shows. Aí, com a gestão de Ricardo Moreira no departamento de catálogo da Universal, ficou mais fácil porque ele passou a vida me vendo falar de Ronnie Von dentro da companhia. Fui funcionário de lá no final da década de 90 e sempre fui o pesquisador que levantou a bandeira da importância destes relançamentos.

Fale da importância, desses três discos que você relançou, para os jovens atuais?
Todos três são importantes. Ronnie não gosta muito do primeiro, foimuita pressão em cima dele, diziam pro cara "vai lá, entra e cantaisso aqui, isso é que vende" e ele estava surgindo, sem direçãoartística alguma. O cara é um galã e a beleza dele conquistou muitasfãs com aquela versão dos Beatles de 'Meu Bem'. Mas, o discopsicodélico idealizado por ele e Damiano Cozzella é o filé da safra. Cheio de interferência modernas, conceitos diferentes e arranjos experimentais, é o melhor e mais incompreendido álbum de Ronnie. E a Máquina Voadora, de 70, tem lindas baladas e efeitos com roupagem mais pop, sem abandonar a psicodelía. Foi o Ronnie que ensinou muita coisa aos Mutantes.

Aproveito para perguntar também o que representa, em sua opinião, catálogo do Ronnie Von?

Os álbuns revelam o que havia por trás daquele momento -- talvez até mais que alguns álbuns dos Mutantes. Por isso a juventude deve ouvir, pra ver como se fazia boa música sem cobranças de mercado. Boa eatemporal, pois os discos soam muito modernos em 2007.


Poderão ser lançados os discos que ficaram de fora?
Isso depende da Universal. Por mim, completo a pesquisa que, originalmente, era para uma caixa de seis cds e um de extras. O Ronnie gosta mais da idéia da caixa do que dos lançamentos isolados, segundoele me disse.

O que foi mais difícil nesse trabalho e o que foi mais gratificante?
Difícil foi esperar tanto tempo e correr perigo do projeto parar em mãos erradas, ou seja, de pessoas que não se empenharam realmente em revitalizar os títulos e a obra de Ronnie como um todo comprometimento meu desde antes de eu conhecer o artista, porquetambém sou fã. O mais gratificante foi voltar a trabalhar comRicardinho, na Universal, e os encontros que tive com o Ronnie - ocara mais elegante e educado que eu já conheci em toda minha vida.


O que Ronnie Von achou do produto final?
Não estive com Ronnie ainda. Soube que ele estranhou ser lançado avulso, sem que ninguém da Universal fizesse contato com ele. Mas aUniversal me colocou no meio de campo disso e fiz o melhor que pude.Meu projeto de pesquisa ele aprovou, emprestou as capas e me recebeu na casa dele com muita elegância.

Você é jornalista musical. Até que ponto isso contribuiu em seutrabalho com relançamentos. Terá mais novidades pela frente?
Tem novidades, mas não falo ainda porque não há nada concreto. O fatode eu ser jornalista, pesquisador, produtor e dono de selo, só ajudano meu interesse por música, artistas e mercado.

Fale-me um pouco de você: Como começou sua vida profissional?
No jornalismo local, em Niterói, aos 15 anos. Depois, escrevi parajornais e revistas de música -- até um dia ir entrevistar a Rita Lee,de quem também sou fã, e ela me indicou para a direção da PolyGramcomo um cara que saca de novos talentos. Eu já tinha ouvido a Larika, primeira banda do filho dela, Beto Lee. Daí permaneci dois anos lá edepois montei, em 99, a Astronauta Discos --selo que tenho até hoje echegou a lançar a banda Galaxy, liderada pelo próprio Beto Lee, em2004. Hoje em dia escuto diversas bandas novas pop/rock e façoparceria direta com os artistas e seus empresários, além de ser editor de cultura de uma página diária no jornal A Tribuna de Niterói, colaborador da Revista Bizz novamente e pesquisador de catálogos (até agora, somente da Universal).

O público pode esperar o que de Leonardo Rivera em termos de novidades?
Ainda estamos preparando as tais novidades e você será um dos primeiros à saber!


Foto do arquivo pessoal de Leonardo Rivera. (Leo, Ronnie e Cable)

Silvério Pessoa

Silvério Pessoa em registro oficial

Vencedor do Prêmio TIM 2006 como “Melhor Cantor” na Categoria Regional, Silvério Pessoa nasceu em Carpina, zona da mata norte de Pernambuco. Ex-integrante do grupo Cascabulho, banda que formou em 1994, fez turnês pelo Canadá, EUA e Alemanha. Participou do Free Jazz, de três edições do Festival Abril pro Rock e recebeu, como compositor, o Prêmio Sharp de Música em 1999, na Categoria Regional. Apos sua saída da banda, Silvério desenvolveu um trabalho com base na música do alagoano Jacinto Silva e lançou, em 2001, o cd “Bate o Mancá - O Povo dos Canaviais” que chegou a ser lançado na Europa em 2004. Seu segundo cd “Batidas Urbanas - Projeto Micróbio do Frevo” é uma revisão da obra carnavalesca de Jackson do Pandeiro nas décadas de 50 e 60. O cd independente foi bem recebido pela crítica especializada. Em tempo, Silvério lança seu primeiro DVD, Cabeça elétrica, coração acústico – Ao vivo (Casa da Farinha/Tratore, 2007).
“O show estava maduro, eu estava chegando de uma turnê de três meses e a banda estava entrosada. Além é claro, de toda uma sofisticação que um DVD promove na carreira de um artista. Planejamos, observamos o tempo certo de lançamento, investimos e foi um sonho realizado. Imagens e músicas se completam e ao mesmo tempo, temos agora um item precioso para mostrar e fazer com que muitas pessoas conheçam nosso som”, diz o cantor.

Registrado ao vivo em novembro de 2005 em Recife no centenário Teatro Santa Isabel, o show aumenta o repertório de projeções de imagens alucinadas. Com repertório variável entre diálogos, a tradição e a modernidade “Seu Antônio”, “Eu vi a máquina voadora” e “Alto que só”, denúncias sociais líricas “Sambada e massapê”, viagens pelo sertão “Na boleia da Toyota”, brincadeiras de infância “Cipó de goiabeira”, orgulho pernambucano “Nas terras da gente”, canções de amor “Disposto a tudo”, dentre outras.
“O repertório base é o CD "Cabeça elétrica, Coração acústico", lançado um ano antes. Um momento bacana de minha carreira como compositor, com bons amigos de parceria, Bráulio Tavares, Ivan Santos e Herbert Lucena, com participações de amigos como Lenine, Alceu Valença e Dominguinhos”, avisa Silvério.

O DVD traz nos extras, bastidores do show e clipes dos trabalhos anteriores do cantor Silvério Pessoa, com destaque para “Carrero novo”, gravado na marquise da Farmácia dos Pobres, no centro de Recife.

Foto: Marcelo Lyra

maio 22, 2007

Rádio Fluminense




Rádio Fluminense em livro

Rádio Fluminense FM, antiga rádio voltada para o rock no Rio de Janeiro, start na vitrine musical de diferentes artistas que hoje são nomes famosos como, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, dentre outros e que tem sua trajetória inicial marcado pela antiga rádio que sempre dava oportunidades para novos talentos. Os primeiros cinco anos da rádio estão relatados minuciosamente no livro “Rádio Fluminense FM - A porta de entrada do rock brasileiro nos anos 80” lançado pela Outras Letras Editora, escrito pela jornalista Maria Estrella.
Ao longo de quase 200 páginas, Maria Estrella conta à história da emissora que ficou conhecida como a rádio “Maldita” e ainda esclarece como funcionavam as rádios cariocas antes da chegada da Fluminense FM, que foi ao ar pela primeira vez no dia 1º de março de 1982. Em entrevista exclusiva ao Elias Nogueira, Maria Estrella conta com mais detalhes como foi gerado o livro.




Quando foi que surgiu a idéia de fazer um livro contanto a história da rádio?
O livro é resultado da monografia de conclusão do curso de especialização em Jornalismo Cultural, na UERJ, que eu concluí em novembro de 2005. O tema surgiu da minha experiência pessoal como ouvinte da rádio e por considerá-la um exemplo a ser seguido, já que não aceitava jabá e abriu espaço para tanta gente que não tinha onde tocar. Foi escutando a Fluminense que eu formei meu gosto musical e conheci muita gente (internacional e nacional) que tinha um trabalho de excelente qualidade.

Você já havia lançado outro livro antes?
Não, esse é o meu primeiro.



Você é contemporâneo do rock Brasil. O que mais chamou sua atenção na Rádio Fluminense?
Sim, quando a Maldita surgiu, eu tinha 13/14 anos. Naquela época, eu estava descobrindo o rock, através da influência de três irmãos e seus amigos, que levavam os discos pra gente escutar lá em casa. Como falei, o melhor da Fluminense foi escutar o que não se tocava em nenhuma outra rádio. Isso era muito bacana. E participar de todo o movimento, comprando os primeiros compactos, comparando as versões demos que tocavam na rádio com as divulgadas nos discos foi uma experiência muito rica.

Quem mais te ajudou nessa empreitada?
Fiz o livro inteiro sozinha. Banquei tudo, entrevistei as pessoas, escrevi o texto, comprei as fotos, escolhi as ilustrações e montei os capítulos. Toda essa formatação foi feita por mim. Na produção do livro, propriamente dito, não posso deixar de citar a inestimável contribuição do designer gráfico Luiz Marcelo Rezende, que diagramou o livro, fez as ilustrações e trabalhou com uma dedicação que fez toda a diferença.

Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou na elaboração?
Devo dizer que o livro foi muito trabalhoso, mas não foi difícil. Tive a grande sorte de ser muito bem recebido pelos entrevistados e ter à mão uma bibliografia valiosa para a pesquisa. Foi um ano inteiro de entrevistas e quatro meses de redação do texto. Como foi uma monografia, as sugestões do meu orientador Carlos Moreno foram valiosas para, pouco a pouco, dar forma ao que vinha sendo pesquisado.

Qual foi a maior virtude deste trabalho?
A maior virtude é não deixar a Fluminense FM cair no esquecimento. É manter viva a memória de uma rádio inesquecível para muitas pessoas e permitir que o rádio carioca dos anos 80 possa ser pesquisado a qualquer tempo. Oferecer este material de estudo para pesquisadores, estudantes e professores é o meu maior orgulho.

Você acha que ficou faltando algo que poderia ter saído em livro?
Sempre fica, né? É uma pena, mas como é possível contar tudo de uma vez só? Na noite do lançamento, me contaram histórias bacanas que não estão no livro, como as aventuras dos técnicos que ficavam no Sumaré girando a antena para as localidades que não estavam ouvindo a rádio e cujos ouvintes reclamavam exaustivamente pelo telefone da rádio. "Fulano, não está pegando em Madureira. Vira pra lá". Fantástico! Muitas vinhetas que poderiam ter sido incluídas - como a do programa "Guitarras" - eu não consegui a tempo e ficaram de fora do cd, infelizmente.

Em sua opinião, qual a importância do livro?
A importância é mostrar todos que fizeram a Fluminense FM nascer. O querido Luiz Antonio Mello, diretor geral da rádio, já tinha lançado seu livro "A Onda Maldita", onde contou sobre a rádio, mas o meu é complementar e mostra mais o papel de cada um e a repercussão da rádio no mercado fonográfico do país. Consegui ampliar a visão do Luiz Antonio e fiz um recorte mais jornalístico da Fluminense FM.

Que tipo de retorno você espera com esse lançamento?
Rádio e música sempre fizeram parte do meu dia-a-dia. Espero poder continuar contribuindo para que o rádio seja motivo de estudo. Meu próximo livro será sobre a Rádio Cidade que, se ainda existisse no dia carioca, completaria 30 anos em maio de 2007. Entre tantas outras, essa é mais uma emissora que não pode cair no esquecimento.

Erasmo Carlos


Os amigos do amigo do Rei

Já dizia o velho ditado: Time que ganha não se mexe. Mas no caso do Tremendão Erasmo Carlos, a coisa foi diferente devido à distância do lançamento dos projetos. Passados exatamente 27 anos de lançamento do seu álbum antológico “Erasmo Carlos Convida” o amigo do Rei divide o canto com amigos de peso, Nara Leão, Rita Lee, Roberto Carlos, Tim Maia, Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil, A Cor do Som, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, As Frenéticas e Wanderléa.

Erasmo repete o que deu certo e reúne um timaço de amigos e parceiros para um segundo volume do projeto intitulado “Erasmo Carlos Convida II”. O novo disco faz releituras de músicas que marcaram a trajetória do Tremendão.
“Erasmo Carlos Convida - Volume II” (Indie Records), traz nomes da música nacional marcantes no cenário em doze faixas. “Coqueiro verde” (Lulu Santos), “Olha” (Chico Buarque) e “A banda dos contentes” (Skank), aparecem num clima descontraído com emocionantes interpretações. A romântica “Não quero ver você triste” com a bela voz de Marisa Monte e “Cama e mesa” que virou um samba com o popular Zeca Pagodinho, ficaram modernas e fazem a diferença no disco.

“Sábado morto” com Los Hermanos ficou linda com Erasmo dividindo a voz com Rodrigo Amarante. “Ilegal, imoral ou engorda”, ficou atualizada como um rock de garagem com a voz e guitarra de Adriana Calcanhoto.
“De tanto amor” teve o carimbo do Djavam, assim como “Vou ficar nu pra chamar sua atenção” com a Simone. Kid Abelha contribui com “O portão” canção já reformulada por outros artistas (Lafayette e os Tremendões e os Titãs), aparece mais discreta sem comprometer.

A melhor de todas as interpretações ficou por conta dos Cariocas em “Pão de açúcar”. O disquinho fecha com chave de ouro com Milton Nascimento em “Emoções”.

Vejo este disco como um presente que Erasmo ofertou aos seus fãs e não como um elemento pra inflar uma carreira já consolida há anos. Vale muito conferir.

Rita Lee


Rita Lee – Biograffiti
O Registro definitivo da maior roqueira do Brasil

Caixa com três DVDs, dirigidos por Roberto de Oliveira, traça o perfil musical e filosófico da maior roqueira do Brasil.

Com participações especiais de Caetano Veloso, Cássia Eller, Elis Regina, João Gilberto, Mutantes, Roberto de Carvalho, Tom Zé e Tutti Frutti, Rita Lee dá uma geral em sua carreira na caixa Biograffiti, com três DVDs dirigidos por Roberto de Oliveira, que sai pela Biscoito Fino. A caixa reúne imagens de shows, programas de TV e depoimentos ao longo de quase quatro décadas de amor e rock´n´roll. O primeiro vídeo, Ovelha negra, destaca as origens de Rita, em sua São Paulo natal Fala de seus pais, visita seu antigo colégio Liceu Pasteur onde costumava horrorizar os menos avisados com sua irresistível tendência a iconoclastia, sem jamais perder a doçura. Nele estão “Panis et circenses”, registrado em um programa de TV na década de 60 e imagens raras de Rita com a banda Tutti-Frutti (“Mamãe Natureza” e “Pé-de-meia”). Recebe o amigo Caetano Veloso no rock jovem-guardista “Eu sou terrível”, de Roberto e Erasmo. Em shows do século XXI, sob a batuta de Roberto de Carvalho, Rita interpreta músicas do repertório dos Mutantes (“Balada do louco”, “Top top”), Beatles (“A hard day´s night”) e hits de diversas fases de sua carreira, com direito a uma palinha da inédita “Eu sou do tempo”. De quebra, ainda tem um depoimento de Tom Zé.
Baila Comigo, o segundo DVD, enfatiza a vida na estrada. Rita fala sobre o prazer de compor, da sua afinidade com o público e de como surgiram algumas canções. A base do programa é o show realizado por Rita na Praia de Copacabana, no dia 20 de janeiro de 2007, data do padroeiro da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro Além dos sucessos “Orra meu”, “Flagra”, “Mania de você”, “Lança perfume”, “Saúde”, “Baila comigo”, “Papai me empresta o carro”, Rita homenageia os cariocas em “Valsa de uma cidade” de Ismael Neto, acompanhada por um coro de 180 mil pessoas. O terceiro episódio, Cor de rosa choque aborda a relação de Rita com o universo feminino. Criada num ambiente onde ‘pra fazer rock tem que ter gostar mesmo!’, Rita mostrou ser mais transgressora. Rita Lee, bem ao seu que a consagrou canta e proclama: ‘toda mulher é maluca’. A abençoada loucura feminina é tema de “Pagu”, “Todas as mulheres do mundo”, “Cor de rosa choque”, “Doce de pimenta” (com participação de Elis Regina) e “Luz del fuego” (com Cássia Eller).

Rita ainda aparece sobrevoando o Rio de Janeiro de helicóptero e momentos de sua apresentação no Morro da Urca, em novembro de 2006. A caixa serve tanto pra colecionadores como para os admirados da obra da eterna roqueira brasileira.
Neste, as imagens ao vivo de Rita em números musicais são “Erva venenosa” (outra egressa da Jovem-Guarda) “Doce vampiro”, “Bwana”, “Desculpe o auê”, “Baby” (com os Mutantes), “Amor e sexo” e a inédita “Tão”.

maio 21, 2007

Autoramas

Autoramas no Sesc Pompéia em São Paulo 19 de maio de 2007 .



O trio fez a primeira parte do show com novo visual! A banda deixou o público paulista em delírio!


Autoramas












Produzido pelos badalados Kassin e Berna, o novo CD dos Autoramas, Gabriel (guitarra e voz), Selma (baixo e vocal) e Bacalhau (bateria), "Teletransporte" é o resultado de muito trabalho e um grande passo na carreira da banda: Sábado dia 19, pude conferir o show de lançamento do trio, que vem de uma turnê bem sucedida pela Europa. Confiram algumas fotos do show.




Érika Martins

Nos Bastidores do show dos Autoramas em São Paulo (Sesc Pompéia) dia 19 de maio, encontramos Érika Martins. A cantora confirma que seu disco está saindo do forno. Vamos aguardar!

maio 19, 2007

Radiokaos


Radiokaos: Calê (voz), Adriano Vieira e Léo Ribeiro (guitarras), João Pedro Lima (baixo) e Fernando Sant'anna (bateria). Com melodias nervosas em arranjos pesados e letras instigantes, seu primeiro disco independente, produzido por Felipe Rodarte e gravado nos estúdios de Victor Chicri, surpreende pela originalidade. Em 2004, foi eleita a melhor banda de música própria no I Festival Café Etílico, garantindo duas músicas numa coletânea promovida pela casa e pela Rádio Cidade. No início de 2005, se apresentou no evento Verão Tim, do produtor Bruno Levinson, realizado na Praia do Pepê. Em tempo: a Radiokaos se finalizou seu primeiro vídeo-clipe da música Foi Bom, Foi Mal, produzido e filmado por Márcio de Andrade, diretor do curta-metragem Carraspana. O segundo CD está em fase de gravação. Aguardem!

Hervah





À volta do Herva Doce com o Hervah

Por Elias Nogueira

Três ex-integrantes do Herva Doce “Banda de sucesso dos anos 80”, Marcelo Sussekind (guitarra), Roberto Lly (baixo) e Fred Maciel (bateria e voz) se juntam ao Sérgio Villarim (teclado e voz) da antiga banda carioca de rock progressivo Bacamarte e recrutaram o cantor Márvio (voz, guitarra e violão), bastante conhecido no circuito carioca e fundam o Hervah. Banda de hard rock, com guitarras bem soladas, bateria segura e baixo pulsante adicionado do teclado progressivo. Acompanhe a primeira entrevista concedida com exclusividade ao jornalista Elias Nogueira em conversa num estúdio no alto da Gávea no Rio de Janeiro, por ocasião da finalização do primeiro disco. Os dois lendários músicos e produtores, Marcelo Sussekind e Roberto Lly, contam como surgiu a mais nova banda carioca de rock.

Como foi que aconteceu? Foi um encontro?
Roberto Lly - Não foi um projeto, foi uma coisa que foi acontecendo aos poucos. Estamos fazendo tudo há mais de um ano.

Isso pode soar como um retorno.
Roberto – A intenção nunca foi voltar com o Herva Doce, tem uma ligação somente com o nome. Mas quando se escuta o trabalho, não nada haver com o Herva Doce.

Chegou a ser cogitado o retorno do Herva Doce?
Marcelo - Algumas pessoas em volta, que nos via tocando e ficavam falando: - Volta! Porque que não volta com o Heva Doce.... Esse tipo de coisa.
Roberto – Recebemos até propostas para retornar com o Heva Doce, mesmo antes desse movimento Ploc. Queriam fazer um DVD com músicas antigas. Sempre que nós encontrávamos o Renato a coisa nunca rolava.

E quanto ao nome?
Roberto – O nome é apenas uma referência.
Marcelo - O nome é o seguinte: Não têm doce para atrapalhar e antes era com um h, agora são com dois! (risos)

Mas tem três ex-integrantes do Herva Doce.
Roberto – Sim! Eu, o Marcelo e o Fred que fez parte da segunda formação do Herva Doce. Formamos a base, mas tem outro cantor, outro tecladista e outras músicas. Acho que é mais uma evolução do que um retorno.

Marcelo Sussekind - Não existia uma pretensão de fazer um disco. A intenção era tocar. E foi o que fizemos eu, Fred e Roberto há mais de um ano. Nós não queríamos voltar com o Heva Doce. Não queremos fazer concessão. Não queremos subir no palco e tocar músicas antigas.
Roberto – A intenção era levar um som! Não tinha nem cantor! As coisas foram acontecendo e surgiu o papo de gravar um disco. Mas nem cantor tinha! Já conhecíamos o Marvio, que é oriundo da noite e o convidamos. Começamos a fazer músicas e rolou umas duas. E não é nenhuma que está no repertório do disco. Precisávamos de um tecladista para preparar e gravar. Como já o conhecíamos o Villarim, amigo de longa data, fomos até o seu estúdio e ele acabou fazendo.

Tudo foi acontecendo gradativamente?
Marcelo – Sim! Estávamos tirando um som dentro de um estúdio de ensaio que dava para gravar algumas coisas. Depois, levava para casa, arrumava aqui e ali. Voltava para o estúdio e fazia tudo de novo. Quando percebemos já tínhamos uma média de 25 músicas, entre as que ficaram para trás e as que foram gravadas. Teve coisas que gravamos e foi descartado, assim como música que virou outra música.

O som de vocês é um rock com referências antigas. É um hard rock pesado com solos de guitarras, bateria pesada e baixo pulsante. Diferente do que rola atualmente no mundo do rock. Isso pode ser um choque?
Marcelo - Ninguém está preocupado com isso, Não estamos preocupados com o sucesso. Estamos fazendo por puro prazer. E é obvio que tem um público grande que curte esse tipo de som! Se as pessoas comprarem o disco, ótimo! Se aparecer algo legal, como festivais, teatros... Lugares em que possamos tocar de verdade, puxando as coisas mais antigas! Não queremos fazer showzinhos em clubes! A intenção não é essa. Não quer dizer que não possa ser se o negócio acontecer! A mira não é essa! Mas se acontecer... Não faremos concessão. Lá atrás, fizemos um monte de concessões! Quando tocávamos por tocar, era por aí! Não digo exatamente assim, mas era por aí! Tínhamos que frear e fazer música para o disco e tinha umas letras meio bobinhas. Esse nosso trabalho novo não têm nada disso. A única coisa que têm haver com o passado, é os três ex-componentes de uma antiga banda.

Como vai ser para equacionar a vida profissional de cada um, tendo em vista que todos têm trabalhos separadamente?
Roberto – Como não estamos preocupados e não dependemos do sucesso. É exatamente outra coisa. Ou seja: Ta acontecendo, tem um lugar bacana para tocarmos, vamos lá, sentamos a mão, tocamos três dias e rendeu um filhote! O cara chama para outro e vamos lá e fazemos. Aí é um show aqui e outro ali no final de semana. Acho que isso não vai atrapalhar. Isso faz parte da vida que levamos. Produzindo disco ali, fazendo PA... E assim vai! Lógico que se chegar a um ponto e estourar, estamos aí pra vida!

Então isso é a concepção de uma banda e não um projeto?
Roberto – Não é um projeto é uma banda de rock!
Marcelo – Não é um projeto, para fazer um disco, trabalhar intensamente na mídia e coisa e tal. Não temos essa preocupação de fazer para estourar. Se aparecer oportunidade para fazer, faremos! Inicialmente nós dois estávamos muito resistentes a tudo isso. Mas quando se pensa só na música e no prazer, tudo é diferente. Isso é passado para o público inconscientemente e se acontecer uma quantidade maior de trabalho, vamos fazer dentro do possível. O que não vai se fazer é coisinha à toa. Não queremos tocar em qualquer lugar, porque se não, vão começar a pedir músicas antigas e não é isso que queremos fazer!

Como foram feitas as composições?
As composições são próprias. Todos colaboram?
Roberto - Sim todos participam dando suas sugestões.
Marcelo – Alguém vem com um embrião. O Fred mostra, o Roberto também, junta com o que eu mostrei e é feito o arranjo. E as composições também são feitas assim. Exemplo: O Fred vem com uma idéia, me mostra, dou minha contribuição. É mais ou menos assim. Nada foi planejado! Teve vezes que tocávamos duas vezes e ficávamos três meses sem se ver. É sempre tudo no prazer. Teve sábados e domingos que tocamos o dia inteiro dentro do estúdio.



OS: Texto publicado originalmente na edição 130 do jornal International Magazine

The Beatles


The Beatles
“Love”

Por Elias Nogueira

George Martin, emblemático produtor do quarteto e seu filho Giles Martin, trabalharam a partir das fitas originais dos Beatles para uma colaboração com o Cirque du Soleil. O resultado, uma incumbência de Paul McCartney e Ringo Starr, juntamente com Yoko Ono Lennon e Olivia Harrison, foi batizado “Love”, como o espetáculo da trupe circense que celebra o legado musical do grupo inglês.

Na verdade, "Love" é um acontecimento que reafirma mais uma vez que os Beatles sempre foi e será o grupo musical mais importante de todos os tempos e confirma também que George Martin é o melhor produtor que o mundo já viu, mesmo tendo problemas de surdez e lança também o seu filho Giles Martin como o mais promissor produtor da nova geração.

"Love" é um trabalho notável de mistura de bits and pieces. Cada faixa incorpora um tema central a que se juntam, em perfeita união, milésimos de segundos de outras canções que só um surdo do quilate de George Martin, com a ajuda do filho Giles, poderia fazer.

O disco apresenta uma abordagem sem precedentes à música do quarteto britânico, onde foram usadas as masters das fitas originais nos estúdios Abbey Road da EMI por George e Giles onde criaram um som que resultou em uma nova visão das canções dos Beatles: novas mixagens e misturas de trechos de diferentes músicas com áudio em qualidade digital 5.1.

No Brasil, “Love” teve seu lançamento e audição no dia 21 de novembro com coquetel oferecido pela EMI num espaço cultural no bairro da Lapa no Rio de Janeiro, com presença de diretores da gravadora, jornalistas especializados e, artistas como: Zé Ricardo, Bacalhau e Gabriel - ambos dos (Autoramas), Érika Martins, Tico e Renato (Detonautas), dentre outros.

Confira o repertório de “Love”

Because
Get Back
Glass Onion
Eleanor Rigby/Julia
I Am The Walrus
I Want To Hold Your Hand
Drive My Car/The Word/What You're Doing
Gnik Nus
Something/Blue Jay Way
Being For The Benefit of Mr. Kite!/I Want You (She's So Heavy)/Helter
kelter Help!
Blackbird/Yesterday
Strawberry Fields Forever
Within You Without You/Tomorrow Never Knows
Lucy in the Sky With Diamonds
Octopus's Garden
Lady Madonna
Here Comes The Sun/The Inner Light
Come Together/Dear Prudence/Cry Baby Cry
Revolution
Back In The U.S.S.R.
While My Guitar Gently Weeps
A Day In The Life
Hey Jude
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)
All You Need Is Love

PS: Texto publicado na edição de dezembro de 2006 do Jornal das Gravadoras.

maio 17, 2007

Jefferson Gonçalves


Jefferson Gonçalves mistura blues com outros ritmos
‘Conexão Nordeste – Gréia ao vivo’
Com estilo inconfundível e original, é assim que o gaitista Jefferson Gonçalves um dos grandes nomes do cenário musical carioca, com mais de 15 anos de carreira, vem conquistando reconhecimento nacional e internacional.

Jefferson lançou-se em carreira solo em 2004 com o bem sucedido - Gréia - disco inaugural em sua carreira. Depois de conquistar o território nacional, Jefferson partiu para mais uma turnê pelos EUA ao lado do bem conceituado guitarrista Big Gilson e do cantor inglês The Wolf em agosto de 2005. Jefferson Gonçalves alcançou reconhecimento internacional como virtuoso da harmônica por sua fluidez e seu estilo original tornando-se numa referência em seu instrumento.

Agora, Jefferson parte para o desafio do segundo disco ‘Conexão Nordeste - Gréia ao Vivo’, gravado 19 de julho de 2005, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro por ocasião do projeto - É Tempo de Blues. “À vontade de fazer um disco ao vivo é antiga. Percebo que nos shows é mais visceral à integração do público com o artista” comenta Jefferson.

Nas doze faixas de ‘Conexão Nordeste – Gréia ao Vivo’, o virtuose da gaita despeja espontaneidade e carisma de um artista que sabe muito bem o caminho a seguir. “As idéias são parecidas com o disco anterior. Fiz uma miscigenação da música brasileira misturando forró, maracatu, baião e o rock, que é representado pelo folk através da obra do Bob Dylan em duas canções All Along The Watchtower e Don’t Think Twice it’s all Right e ainda fiz um arranjo em forma de maracatu para Crossroads de Robert Johnson” avisa.

Mas as novidades não ficam por conta somente das citadas. Outras como: Rollin & Tumblin (Muddy Waters), Mellow Down Easy (Willie Dixon), receberam arranjos novos de Jefferson, além de Big Jake de autoria do renomado gaitista americano Norton Buffalo, com o qual Jefferson acompanhou em 2004 em sua primeira tour pelo Brasil.
“Sou fã do Bob Dylan e sempre faço uma reverencia a ele” declara o músico.

Diferente do primeiro disco, que foi gravado parte no Rio de Janeiro e parte em Recife, em seu segundo CD, Jefferson gravou ao vivo no Rio de Janeiro e captou o clima do público, mas mesmo não usando músicos nordestinos, Jefferson conseguiu manter os arranjos característicos do nordeste que foram feitos no CD Gréia.

“No primeiro disco teve muita sanfona e rabeca tocada por músicos do nordeste, coisas que não consegui no Rio de Janeiro, mas felizmente os músicos que me acompanham tem conhecimento desse vocabulário em seus instrumentos” esclarece Jefferson.

Visite o site http://www.jeffersongoncalves.com/ e veja a agenda completa e saiba mais sobre a carreira do músico.

Mutantes


Os Mutantes

A maior banda de rock do Brasil está de volta!

Por Elias Nogueira

O retorno dos Mutantes é um acontecimento marcante para uma banda que é considerada o ícone do rock brasileiro. Sérgio Dias que sempre se considerou um mutante, já vinha especulando o retorno da banda chegando até se reunir com integrantes da fase progressiva do grupo. Como seu irmão, o tecladista Arnaldo Baptista, se mostrou capaz de tocar, Sergio o chamou para reintegrar. Rita Lee não quis participar e seu lugar foi ocupado, depois de muitas especulações e conversas, pela cantora Zélia Duncan. Da formação original, o baterista Dinho Leme reapareceu para coordenar as baquetas.
“No inicio das conversas eu não acreditava no retorno. Foi sempre muito falado e especulado, mas eu não acreditava. Estava a mais de trinta anos sem tocar bateria. No começo que avisei que ia até onde eu agüentava. Agora já me sinto melhor”, comenta o baterista.

Se, no começo do tropicalismo, Arnaldo, Sérgio, Rita, Dinho e o baixista Liminha bastavam para desencadear tempestades sonoras eletrizantes, atualmente os Mutantes dobraram de tamanho para reproduzir um som de alta qualidade e profissionalismo. Para isso formaram uma super-banda de apoio com: Simone Soul (percussão), Henrique Peters e Vitor Trida (teclados), Vinícius Junqueira (baixo), Fábio Recco e Esmérya Bulgari (vocais de apoio) que reforçam a liga dos gigantes. Devendra Banhart e Noah Georgeson colaboram nos vocais de Bat Macumba. O DVD e o CD duplo foram gravados no dia 22 de maio, no Barbican Theater, em Londres com o show fez parte da mostra Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture, promovida pelo Barbican Centre. Hugo Prata dirigiu o DVD.

As pérolas dos Mutantes, com seus arranjos mirabolantes e de ótimo bom gosto, contaminaram a platéia como nos velhos tempos. É gratificante e emocionante ver esta banda no palco, mostrando a magia que contaminou o público no passado. E o mais impressionante ainda, é ver jovens que nem brasileiros são, idolatrando os Mutantes. É muito bom ver isso. Assim como é incrível notar a habilidade do Sérgio em sua guitarra e a distancia do seu irmão Arnaldo que mesmo sem o poder de fogo que tinha no passado, é uma figura marcante e lendária.

Outra personalidade da banda é a cantora Zélia Duncan a mais nova integrante do grupo que com sua personalidade entrou no lugar que antes pertencia a Rita Lee Jones.
“Não estou ocupando o lugar da Rita e jamais pensaria desse jeito. Estou colaborando e cheguei até pedir conselhos para ela. Sou muito lisonjeada por participar desse acontecimento. É uma honra pra mim”, confessa Zélia. "A Zélia é um escândalo. A cada show ela cresce e já posso dizer, com certeza, que ela é uma Mutante das mais autênticas", diz o guitarrista Sérgio Dias.

Acontece que: com a Rita ou sem a Rita, os Mutantes estão de volta para alegria de milhares de fãs que esperavam por esse momento por muitos anos. Vida longa aos Mutantes!

Arnaldo Antunes



Arnaldo Antunes Ex -Titãs se consagra como poeta popular e romântico em “Qualquer”Arnaldo Antunes, nascido em São Paulo, participou de grupos de música, poesia, vídeos, performance e integrou de 1982 a 1992 a lendária banda de rock Titãs, uma das mais importantes do rock nacional na década de 80.


Arnaldo nunca parou de escrever e lançar livros de poemas enquanto fazia parte do grupo. Depois de sair deixar os Titãs continuou compondo para a banda, emplacando suas canções em "Titanomaquia" (1993), "Domingo" (1995), "Acústico" (1996, participa em uma faixa) e "Volume 2" (1998).


Partiu para carreira solo como cantor, compositor e poeta lançando o disco-livro-vídeo "Nome" em 1993. Outros discos seguiram a mesma trilha do artista como: "Ninguém" (1995), "O Silêncio" (1996) e "Um Som" (1998).


Diferentes intérpretes já gravaram canções de sua autoria: Marisa Monte (Beija eu, Volte para o seu lar e outras), Jorge Ben Jor (Cabelo), Gilberto Gil (A ciência em si), Rita Lee (O que você quer), Ney Matogrosso (Comida) e muitos outros.


Em 2002, lança “Tribalistas” em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown, disco apontando como mais uma estética musical.


Em tempo: Arnaldo lança seu oitavo disco solo “Qualquer” (Biscoito Fino) com 14 faixas autorais, dividindo composições com Adriana Calcanhoto, Carlinhos Brown, Hélder Gonçalves, Marisa Monte, Chico Salém, Manuela Azevedo, Gilberto Gil, dentre outros. Além de renovar com sua voz (Acabou chorare) de Moraes Moreira Arnaldo ainda renovou outras canções como: (Eu não sou da sua rua) em parceria com Branco Mello, (Lua vermelha) confirmando mais uma vez sua veia poética que o consagrou ao longo de sua carreira.


Em entrevista concedia na sua produtora em São Paulo, Arnaldo falou do processo de criação, composições e etc.


Criação

Eu não faço 40 músicas por dia. Tem muita musica que faço e acaba sendo gravado por outras pessoas. Nesse disco tem quatro canções que já foram gravadas por outro artista e eu tive o desejo de reler. Acho que a maior parte do disco é de material inédito. Deve ter umas oito inéditas e quatro que já haviam sido gravadas e que são tão inéditas pra mim, porque quando canto uma música tento fazer uma leitura inédita como se eu tivesse que dá alguma novidade em relação ao que as pessoas já conhecem da canção. Trazer para uma linguagem pessoal que dê um novo olhar em relação a aquela canção. Sempre predomina essa intenção. Isso acontece no caso de (Lua vermelha), (Eu não sou da sua rua) e (As coisas). O que eu acho é isso! Primeiro pensei na sonoridade e depois é que fui buscar o repertório. Fui buscando um que tivesse haver. Tem muita música que eu fiz que não te nada haver com esse contexto. Se for fazer um disco de rock, com power trio, com guitarra distorcida e bateria, vou buscar outro tipo de repertório. Seja coisas que fiz recentemente coisas antigas que nunca foram gravadas ou mesmo coisas antigas que foram gravadas por outras pessoas e eu nunca gravei. Isso tudo se iguala. O importante é criar essa coesão e adequação ao projeto. Acho que esse disco foi um olhar feliz! Comecei registrando muita música somente com voz e vilão, já pensando que seria uma formação assim. Foram mais de 40 músicas e fiz uma pré-produção com o Chico Salém antes de ensaiar para poder ouvi-las só com voz e violão e ver o que combinava melhor com a sonoridade próxima dessa voz que é um tom mais grave.


Quanto à presença de palco no show do disco

Tem toda uma mudança no comportamento de palco. Todos os músicos ficam sentados. Sei que eu vou ficar bastante tempo em pé, mas tem um banquinho para eu sentar pelo menos uma parte do show. Vai ter um figurino pensado para esse show. O cabelo vai ter um penteado diferente, no cenário vai ter um vídeo sendo projetado. Quer dizer: Todo conceito de cenário, figurino, comportamento e performance de palco, vai se adequar à sonoridade desse disco, que é o que estou realizando nesse momento.

Mercado

Faço músicas sem prever muito à repercussão. Mas agente sempre quer ser ouvido por maior números de pessoas possível, fazer sucesso, tocar na rádio, fazer show para muita gente. Acho música popular à natureza dela, faz dessa idéia do coletivo. Mas ao compor, não vem essa idéia de um público específico e nem fórmulas para agradar público algum. Acho que tem fazer acreditando numa expressão verdadeira e que me satisfaça também. A gente conta que as pessoas vão se identificar de alguma forma com aquilo.

Popularidade

A popularidade depende de cada projeto. Com os Titãs e os Tribalistas são projetos que eu tive muito mais sucesso comercial muito mais do que à carreira solo. Mas acho também que na carreira solo, de uma certa forma, cultivo a cada dia um público próprio e uma certa solidez para dá continuidade a ela. Acho que ela é do tamanho que me sinto satisfeito. Lógico que gostaria de está fazendo maior sucesso possível. Mas acho que uma certa forma tem uma garantia de prosseguimento a longo prazo que acho que é o mais importante para minha imagem.

Discos

Acho que cada disco é feito de um jeito. Quando estou lançando um disco nunca penso no próximo. Vendo hoje em dia, acho que tinha na forma de interpretar e na sonoridade de uma música mais suave. Acho também que nos meus últimos discos isso vem aparecendo e convivendo com outras formas. Mas não que eu estivesse prevendo que eu fosse fazer um disco nesses moldes. Quando lanço um disco, estou pensando no show do disco. Acho que existe um equilíbrio muito sábio, temporada de estúdio e temporada de show. Quando estou fazendo muitos shows não estou pensando em gravar. E quando começo a fazer menos shows, começa a me dá uma coceira para fazer um novo disco. É mais ou menos assim. Depois de fazer esse disco, pensando retroativamente, eu vejo que já existia alguma semente do que fiz em “Qualquer” e que já estavam no “Saiba”, “Paradeiro” e nos “Tribalistas”.

Composições

Varia muito e depende da requisição. Tem pessoas que falam - Vou gravar essa música e estou te mandando a melodia, vou gravar no meu próximo disco e gostaria que você fizesse uma letra. Geralmente aquela melodia já inspira algo adequado para aquele universo. Mas tem muita coisa que faço por fazer sem muita direção. Com Carlinhos e Marisa por exemplo é isso que acontece. Ai chega à época de ela fazer um disco um disco e acaba gravando. Assim acontece comigo e com o Carlinhos. Algumas são gravadas por outras pessoas. A Rita Lee gravou uma parceria nossa.

Samba

Não tenho nenhum problema em gravar um samba. Nesse disco tem (Lua vermelha) que é um samba meio rock.


Ouvinte

Sou muito eclético nesse sentido. Escuto música do mundo inteiro e todos os gêneros da musica brasileira. Às vezes quero ouvir Jackson do Pandeiro, Zeca Pagodinho, Nação Zumbi, João Gilberto... Tenho ouvido muito o último disco do Caetano e Nina Simone quem eu gosto de paixão.



Reino Fungi

O futuro do iê iê iê nas mãos do Reino Fungi

Conjunto de quatro rapazes de Santa Catarina, o Reino Fungi é formado por Tiago Lanznaster (Guitarra solista, vocal e compositor), Hugues Torres (Baterista e compositor), Vitor Torres (Baixista, vocal e compositor) e Rômulo Henrique N. “Plank” (Guitarra rítmica e vocal). Fãs de artistas de gerações passadas estão lançando o seu segundo disco “Renino Fungi e o Clube do Chá Dançante” onde as influencias da Jovem Guarda, Beatles e Roberto Carlos são claras, afirmando mais uma vez que a música sendo boa é atemporal. Acreditem, eles fazem rock como antigamente! Em entrevista concedida ao INTERNATIONAL MAGAZINE, os integrantes do Reino Fungi falaram da carreira, influências, repertório e outras coisas mais.


Por Elias Nogueira

Como surgiu a banda?
Tiago - A banda surgiu nos anos 80 quando nasceu o último integrante, o Vitor, rsrsrs. Eu, Tiago, sou primo do Hugues e do Vitor que são irmãos, nós sempre fomos muito unidos e tivemos aquela idéia que muitas "crianças" tem de montar uma banda depois de descobrir os discos dos Beatles, Roberto etc. Mas surgiu de fato mesmo em 2001. No grupo tinha o meu irmão Felipe, que saiu para a entrada de um grande amigo nosso o Rômulo Plank.

O nome? O que quer dizer?
Tiago - Foi de um sonho que o Vitor teve com o George Harrison e ele sugeriu que o nome fosse Reino Fungi com g e não com j. Reino dos fungos das coisas antigas, brechó, mofo...
A média de idade do grupo não chega aos 30 anos. O Vitor 21, Tiago 22, Plank 25 e Hugues 26.

Todos são fãs de rock antigo.
Tiago - Sim, de vários artistas da Jovem Guarda e principalmente do rock britânico dos anos 60 e de bandas atuais inglesas e nacionais.

Pode citar algumas que influenciaram de maneira marcante?
Tiago - The Beatles, Roberto Carlos, Renato e seus Blue Caps, The Who, Kinks

Como vocês descobriram esses artistas, tendo em vista que na época os integrantes nem eram nascidos?
Tiago - Descobrimos nos vinis dos nossos pais. Foi basicamente isso. Minha mãe é super fã do Roberto Carlos e tem tudo dele assim como meu tio é super fã de Renato e seus Blue caps. Na verdade, foram nossos pais que nos influenciaram inconscientemente.

Esse é o segundo disco lançado?
Tiago - Sim, nosso segundo disco. O primeiro foi totalmente independente, esse segundo disco "Reino Fungi e o Clube Do Chá Dançante”, saiu pelo selo goiano Allegro Discos e distribuído pelo (DI), uma empresa da Trama.


Gostaria que falasse sobre a seleção de repertório:
Como é feito? Vocês gravaram músicas do Renato e seus Blue Caps.
Tiago - A gente desenvolve o repertório num chalé no qual ficamos cerca de um mês morando e só ensaiando as músicas novas. É bacana por que a gente vive intensamente as músicas.

Vitor - A respeito das musicas regravadas, foi maravilhoso. Fomos conhecendo um a um. Primeiro o Paulo Cezar, depois o Cid e o Renato. Eles nos deram autorização e a maior força para fazermos essas releituras. São pessoas admiráveis! Ídolos que viraram amigos.

Tiago - Graças ao convite do Márcio, da dupla Os Vips que somos fãs, ele nos convidou a assistir a gravação do programa especial da “Jovem Guarda 40 Anos” que foi gravado na Tv Record. Fomos até SP para participar, mas sem saber que nós iríamos tocar. Lá estavam quase todos os artistas da JG. De repente vêm ele, Marcio e, fala: Se preparem que vocês vão gravar uma música para um especial. Quase que tivemos um infarto!

Vitor - Mas um ano antes tínhamos conhecido o Paulo Cezar Barros em um encontro da Jovem Guarda que aconteceu em São Paulo. Acabamos fazendo um jan session com ele e consolidando a nossa amizade. Foi sensacional!

Na banda, pelo visto, todos compõem. Como é feito isso? As parcerias? Todos escrevem, todos fazem os arranjos?
Vitor - Geralmente alguém vem com alguma idéia e todos nós lapidamos até ficar boa. Todos desempenhamos todas essas funções na banda

Todos são músicos de escola?
Tiago - Fizemos aulas para nos aperfeiçoar, sou formado em guitarra e fiz aulas de técnica vocal. Acho isso importante para não ficar limitado. O Hugues fez aulas de bateria e o Plank de técnica vocal. O Vitor também.

Vitor - Mais ou menos. Eu (baixista) e o meu irmão (baterista), estudamos muitos anos em escolas de música. Passamos por alguns instrumentos como: piano, violino, violão erudito, até chegar as guitarras e etc.

Tiago - A grande escola mesmo, é a estrada, tens que aprender na prática.

Hugues, você é baterista e um dos fundadores da banda junto ao seu irmão: O que foi mais fácil e o mais difícil nessa caminhada?
Hugues - O Mais fácil foi ter o apoio da nossa família. Desde de o início eles sempre estiveram do nosso lado. Minha mãe é pianista, meu pai um colecionar de discos de vinil de rock, meus tios, pais do Tiago, são amantes de músicas também e desde de o começo apoiaram nosso sonho.
O Difícil? Cara, nada na vida é fácil. Nos trabalhamos muito, ralamos mesmo! Já chegamos a ensaiar sete dias por semana quatro horas por dia, para que tudo saia perfeito, como gostamos. É difícil também espaço para divulgar o trabalho. As pessoas parecem que não dão valor ao artista com trabalho próprio que está em início de carreira. Parece que o rock virou um ritmo cover de barzinho. É complicado, mas não desistimos e cada vez mais, estamos ampliando o espaço e tentando mostrar ao maior numero de pessoas possíveis, a nossa música.

Entrevista publicada originalmente no jornal INTERNATIONAL MAGAZINE, edição 129.

maio 10, 2007

MarthaV

Depois de passear pelo underground e conquistar o público carioca, a cantora, compositora e guitarrista MarthaV, detona seu primeiro disco de inéditas pela gravadora, especializada em rock, T-Rec dos músicos Roberto Lly, Fernando Magalhães e Marcelo Guapyassu. Com onze faixas autorais do mais puro rock, o disco passeia pela franqueza e originalidade de uma compositora que destila do seu mundo um rico e admirável som, com letras pessoais que deixam o público descobrir por si mesmo a mensagem enviada por MarthaV. Em sua primeira entrevista, a cantora revela tudo sobre seu primeiro lançamento e outras coisas.


Por Elias Nogueira


1) Quanto tempo de estrada você tem?

MarthaV: Contando a partir do meu primeiro show num palco. Isso já tem uns 15 anos, no total. Mas contando a partir da época em que comecei a realmente achar minha identidade artística, o que considero a verdadeira estrada, tem uns oito anos.

2) Antes de sair esse disco oficial, você já havia lançado outros trabalhos? Mesmo que independente?

MarthaV: Participei de uma coletânea muito legal chamada "Tributo ao Inédito II e III". Lancei também um disco chamado “Pop Rock Acústico” distribuído pela Sony, onde interpreto sucessos de cantoras internacionais dos anos 70 até os anos 90 (voz e violões). Este último gravei em casa sem muito recurso nem experiência de gravação, que hoje tenho bem mais.

3) Esse disco é todo inédito? Não tem regravações?

Te pergunto porque hoje em dia, diferentes artistas que estão começando, sempre colocam uma faixa regravada de algum artista já conhecido. MarthaV: Neste disco não tem regravações, mas tenho vontade de gravar algum dia. E não como cover e sim releitura, como já faço nos shows. A releitura me faz ter liberdade de criar e, criando eu interpreto com mais verdade.

4) Você toca quais instrumentos além de cantar?

MarthaV: Em shows eu toco guitarra e violão. Mas em gravações, o que vier eu traço. É claro que com bom senso! Jamais vou deixar algo que perturbe os ouvidos, se essa não for à proposta. Mas posso dizer que gosto muito de bateria; pretendo voltar a ter uma e estudar bastante a ponto de eu me sentir segura até pra tocar com meus amigos

5) Você estudou música?

MarthaV: Estudei um pouco de harmonia, porém percebi que na época, isso estava me levando muito para lado MPB. Gosto de MPB, mas sentia que, naquele momento, precisava resgatar minha identidade de compor como autodidata. Foi assim que comecei na adolescência. Com o violão! Aí, parei e, propositalmente desaprendi 70%. Hoje sinto falta um pouco. Quando eu realmente sentir necessidade, volto a estudar, sim.

6) As composições do disco são próprias? Onde você arruma inspiração para compor?

MarthaV: São próprias com algumas parcerias. A inspiração vem de dois lugares: de fatos da vida que me fazem questionar (isso mais pro lado da letra) e da necessidade de extravasar tudo o que é vivido e sentido. E também, tenho um desejo muito grande de me comunicar, mesmo que seja de um modo abstrato (a música); mesmo que seja falando comigo mesma (risos).

7) Você recebe ajuda de alguém para compor? E os arranjos?

MarthaV: De vez em quando peço uma ajuda em harmonia e arranjo pro meu guitarrista Daniel Martins (baixista da Benflos, Rockz, Lobão...) e para grande Mariana Davies (cantora, compositora, guitarrista e tecladista). Esta última então, foi a pessoa que mais colaborou e participou deste disco em termos de arranjo, execução de vários instrumentos e produção musical. Mas gosto muito de contar com a participação de todos os músicos, quando se fala em arranjo. Gosto desse clima de banda; de somar idéias. Acho que rola uma boa troca de experiências, de ambos os lados.

8) Tem alguma música que você acha que vai se destacar das demais?

MarthaV: Percebo que a música “Enquanto” é a que alcança o maior número de pessoas e de diferentes gostos musicais. Mas músicas como "Pra quem quiser”, “Super 8” e “Tema livre”, músicas mais lado B, se destacam para as pessoas que curtem sons mais alternativos, que dão importância aos arranjos e sonoridade tanto quanto a própria canção.

9) Fale um pouco do repertório.

MarthaV: Escolhi algumas canções mais antigas que são bem atuais e outras mais novas. Esse processo de espera do lançamento do CD me fez temer sentir que as músicas já estejam “velhas” pra mim. Mas, felizmente, as vejo como fotos que você revê e sente tudo de novo. Continua sendo um prazer cantá-las e tocá-las.10) Quais as suas influências musicais?MarthaV: Têm muitas: Interpol, The Arcade Fire, Spoon, The Queen of the Stone Age, The Smiths, The Cure, U2, Radiohead, Portishead, Bjork, Coldplay, Aimee Mann, Fionna Apple, Norah Jones, Depeche Mode, Tracy Bonham, PJ Harvey, Sheryl Crow, Ani DiFranco, Suzanne Vega, Cranberries, The Cardigans, Imogen Heap, Skunk Anansie, Yeah, Yeah, Yeahs, The Killers, Blonde Redhead, Metric, Barão Vermelho, Legião Urbana, Elis Regina, Etta James, Aretha Franklin, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Guilherme Arantes e Lulu Santos (anos 80), Madonna (todas as décadas), Michael Jackson (até Thriller), Luanda Jones, Mariana Davies, Benflos e THE BEATLES, BEATLES e BEATLES!!!

11) Nas composições, vejo que compõe sozinha. Entretanto, você divide com parceiros algumas faixas. Têm parceria com a gaúcha Luciana Pestano, a cantora e guitarrista Mariana Davies... Fale um pouco do processo de criação?

MarthaV: Sempre gosto de colaborações para as músicas. Acho válido somar criatividade. Mas confesso que é mais fácil quando é com arranjo musical. A composição é um pouco mais complexa. Geralmente, a parceria autoral vem espontaneamente. Ou eu começo a letra e tenho algum "bloqueio" e a outra pessoa continua. Foi assim com a letra do refrão da “Dama de plástico” com a Luciana Pestano - agora seu nome artístico é Tigra. Quando tenho uma música pronta somente com harmonia e melodia, começo a fazer a letra junto e, às vezes, mudando os acordes e, com isso, acrescentando novas melodias - foi assim em "Os 3 lados" com Mariana “Miss” Davies. Uma música já iniciada e eu terminando música e letra... foi assim em “Quando a noite cai” com Luanda Jones e na faixa “Clube dos 5” com Tata Pierry. Faço também no formato antigo que é cada vez mais difícil, que é mandar a música com melodia para alguém pôr letra, foi neste esquema em "Indecisão” a parceria com Leo Shanty. Nesta letra, participei apenas do refrão. Cada vez mais prefiro fazer a letra sozinha ou, pelo menos, fazer junto. E se não for assim, a pessoa precisa conhecer muito minha maneira de pensar ou eu preciso ter muita afinidade de idéias e sonoridade de palavras com a mesma. Pois tenho cada vez mais necessidade de cantar com verdade os meus próprios sentimentos e com palavras que consigam traduzi-los. Minha “fórmula” geralmente é sempre começar com os acordes, em seguida, quase que nascendo junto, vem à melodia que guia o resto dos acordes e depois a letra. É mais difícil na hora da letra, pois tenho que escolher as palavras certas para encaixar na métrica da melodia. E preciso ter um senso de resumo muito grande para um espaço limitado por mim mesma. Mas é o modo que mais me satisfaz, no final de tudo.

maio 09, 2007

Rui Motta

baterista autodidata, compositor e arranjador, começou a tocar profissionalmente 15 anos e já atuava em bailes por todo o estado do Rio de Janeiro, além de tocar nos primeiros programas de rádio e televisão com seu grupo Os Corujas. Participou ativa e destacadamente dos movimentos iniciais do rock nacional nos anos 60, tocando em festivais e "concertos" de rock com as bandas Sociedade Anônima e Veludo Elétrico, muitas conhecidas na época. Em 1972 integrou-se aos Mutantes na fase pós – tropicalista, com muito sucesso. Nesse período foi eleito duas vezes Baterista do Ano pela revista Rock.
Como Mutante Rui gravou três discos, sendo que o primeiro deles – “Tudo foi feito pelo sol”, foi o disco da banda que obteve maior vendagem. Atualmente Rui Motta além de tocar com diferentes artistas, tem um trabalho solo onde já redeu discos lançados e ministra aulas de bateria lançando livros para vários níveis de ensino e administra uma oficina de bateria na Zona Sul do Rio de Janeiro. O Mais novo livro assinado pelo baterista “Curso de Divisão Rítmica – Volume 2”, com dois Cds contendo 97 trilhas e mais 750 padrões rítmicos, já está nas lojas. Acompanhe a entrevista concedida pelo baterista em sua oficina de bateria com exclusividade.

Por Elias Nogueira

Como foi depois que Os Mutantes pararam, o que você fez em termos de trabalho como músico? Você já tocou com diversos artistas.

A partir de 1978, quando a banda acabou, passei a tocar com vários artistas da MPB como Ney Matogrosso, Marina, Moraes Moreira, Zé Ramalho, Sá & Guarabyra. Também gravei muita coisa com estilo diferente como: Steve Hackett (ex-guitarrista do Genesis), Ednardo, Amelinha, Fernando Moura, João do Valle, Renato Teixeira, Wando, Dulce Quental, Jorge Mautner, Diana Pequeno, Sérgio Dias, Joe Eutanásia. Sem levar em consideração as apresentações relâmpagos. Aquelas que aparecem em função de um evento ou comemoração; aí também poderiam entrar Raimundo Fagner, Elba Ramalho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Benjor. Como também aqueles trabalhos do dia a dia do músico que não aparecem muito, que são as trilhas para novelas, jingles, teatro, filmes institucionais e por aí vai. Coisas que já fiz muito. A partir de 92, quando saiu meu primeiro disco, passei a fazer shows com a Rui Motta & Banda, um velho sonho que estava esperando a hora certa pra materializar. Quase ao mesmo tempo comecei com os workshops que é onde eu me esbaldo. Mesmo porque, o único compromisso é com a bateria e com um público que está ali exclusivamente pra me ouvir. É bom demais! Ano passado fiz uma temporada de shows em Brasília, São Paulo e Rio com Erasmo Carlos, Wanderléa, Golden Boys e Vanusa, num projeto do CCBB.

Você já lançou vários livros especializados em prática musicais. Como foi que surgiu a idéia de você começar esse processo?

Foi espontâneo. Porque nunca tinha passado pela minha cabeça, fazer livro de coisa alguma. Até que em 1991 fui acometido por uma daquelas sedes de estudo que de vez em quando me ataca. Como eu já havia explorado bastante todos os métodos que eu tinha, passei a escrever os exercícios que eu gostaria de encontrar num livro. O resultado disso é que surgiu naturalmente a idéia de organizar aqueles papéis em formato de livro. E aí eu acabei descobrindo uma coisa altamente gratificante pra mim que é explorar a bateria e compilar os exercícios que indicam os caminhos mais curtos pra desenvolver a técnica e a coordenação do baterista.

Quantos livros têm lançados?

Até agora são sete. O primeiro saiu pela Bruno Quaino Editora e os demais pela editora Irmãos Vitale. Editora que faz um trabalho bem consistente e variado na área de edições musicais. O catálogo deles é talvez o maior do país.

O Curso 'Divisão Rítmica' já tem 2 volumes. O que diferencia um do outro?

Bom, primeiro é importante lembrar que: o assunto "divisão rítmica" é fundamental porque cuida da parte matemática da música, que está por trás de tudo que se toque, não só na bateria, mas em qualquer outro instrumento. Falando, é claro, do padrão ocidental. Qualquer trecho musical, por mais simples ou complexo que possa soar, tem como referência uma divisão rítmica que é a parte dançante da música. O primeiro volume, com um CD, conta com as divisões básicas, pra quem está começando a explorar esse assunto, que é muito simples de entender. O segundo volume, conta com dois CDs e atende aos níveis médio e avançado, abordando os grupos quaternários, os subgrupos compostos, de sestinas, de fusas e uma compilação completa das quiálteras. Esse livro se propõe a resolver qualquer dúvida desse assunto porque inclusive tem os exemplos gravados que de uma certa maneira desmistificam aquele coisa do "difícil" de tocar. Pra quem considera a música uma coisa ampla, não pode deixar de ter.

Você recentemente abriu uma oficina de bateria. Como isso funciona?

É um outro projeto antigo que, graças a Deus, pude realizar. Fica no Rio de Janeiro, na Fonte da Saudade, Lagoa. É uma escola voltada exclusivamente para o ensino da bateria e da percussão para todas as idades, com professores muitos bem formados e preparados. Inclusive eu, modéstia à parte, dou aula. O curso de bateria tem quatro níveis e é profissionalizante, preparando o aluno para qualquer situação de trabalho dentro da música popular. A percussão abrange os ritmos brasileiros, afro-baianos, caribenhos e universais. A escola em si, é muito legal, tem dois estúdios e toda à parte de equipamentos e instrumentos de primeira linha. Se você me permite posso deixar o contato. 21-3235.6215. oficinadebateria@terra.com.br

Voltando ao assunto Mutantes: Existe a possibilidade do retorno? Digo, a fase progressiva da qual você era integrante.

Olha, há mais ou menos uns seis meses atrás, nos reunimos para conversar, matar a saudade e aproveitamos para tocar um pouco. Isso transcorreu dentro de um clima super agradável, recordamos coisas que vivemos nos anos 70, que foram momentos ótimos que nem a ditadura militar conseguiu impedir que vivêssemos. A parte musical ficou super natural, improvisamos fluentemente, com muita energia, como se os quase trinta anos decorridos tivessem sido ontem. A música tem mesmo esse negócio atemporal que é um mistério. Estou falando da formação que tinha, além do Rui Motta, o Pedro, o Sérgio e o Túlio. Fora isso, o que todos sabem é que a banda já voltou ao cenário musical, mas é a formação da fase da tropicália, que eu não participei. Acho que a liberdade interior que você conquista ao longo de sua vida te dá não só os recursos para identificar o que é bom e o que é ruim pra você, como também a possibilidade da escolha dos caminhos e meios que serão utilizados na obtenção dos seus objetivos. Quando você é requisitado para um trabalho, já vai sabendo até onde vai poder contribuir com sua bagagem musical. Em se tratando da minha banda, qualquer caminho seria possível, desde que essa contribuição fosse total em termos de habilidade e experiência, afinal trinta anos ralando em cima do instrumento fazem uma boa diferença. Se for por aí então eu estou dentro. Agora, se é pra colocar o dinheiro acima disso e fazer um trabalho assim, assado, esse tipo de coisa, então que seja para ficar logo rico, do contrário não valeria a pena, em função das concessões que eu teria que forçosamente fazer. Até porque, não tenho nada a reclamar da minha vida profissional que está muito boa, graças ao meu querido e sempre fiel Deus.