O futuro do iê iê iê nas mãos do Reino Fungi
Conjunto de quatro rapazes de Santa Catarina, o Reino Fungi é formado por Tiago Lanznaster (Guitarra solista, vocal e compositor), Hugues Torres (Baterista e compositor), Vitor Torres (Baixista, vocal e compositor) e Rômulo Henrique N. “Plank” (Guitarra rítmica e vocal). Fãs de artistas de gerações passadas estão lançando o seu segundo disco “Renino Fungi e o Clube do Chá Dançante” onde as influencias da Jovem Guarda, Beatles e Roberto Carlos são claras, afirmando mais uma vez que a música sendo boa é atemporal. Acreditem, eles fazem rock como antigamente! Em entrevista concedida ao INTERNATIONAL MAGAZINE, os integrantes do Reino Fungi falaram da carreira, influências, repertório e outras coisas mais.
Por Elias Nogueira
Como surgiu a banda?
Tiago - A banda surgiu nos anos 80 quando nasceu o último integrante, o Vitor, rsrsrs. Eu, Tiago, sou primo do Hugues e do Vitor que são irmãos, nós sempre fomos muito unidos e tivemos aquela idéia que muitas "crianças" tem de montar uma banda depois de descobrir os discos dos Beatles, Roberto etc. Mas surgiu de fato mesmo em 2001. No grupo tinha o meu irmão Felipe, que saiu para a entrada de um grande amigo nosso o Rômulo Plank.
O nome? O que quer dizer?
Tiago - Foi de um sonho que o Vitor teve com o George Harrison e ele sugeriu que o nome fosse Reino Fungi com g e não com j. Reino dos fungos das coisas antigas, brechó, mofo...
A média de idade do grupo não chega aos 30 anos. O Vitor 21, Tiago 22, Plank 25 e Hugues 26.
Todos são fãs de rock antigo.
Tiago - Sim, de vários artistas da Jovem Guarda e principalmente do rock britânico dos anos 60 e de bandas atuais inglesas e nacionais.
Pode citar algumas que influenciaram de maneira marcante?
Tiago - The Beatles, Roberto Carlos, Renato e seus Blue Caps, The Who, Kinks
Como vocês descobriram esses artistas, tendo em vista que na época os integrantes nem eram nascidos?
Tiago - Descobrimos nos vinis dos nossos pais. Foi basicamente isso. Minha mãe é super fã do Roberto Carlos e tem tudo dele assim como meu tio é super fã de Renato e seus Blue caps. Na verdade, foram nossos pais que nos influenciaram inconscientemente.
Esse é o segundo disco lançado?
Tiago - Sim, nosso segundo disco. O primeiro foi totalmente independente, esse segundo disco "Reino Fungi e o Clube Do Chá Dançante”, saiu pelo selo goiano Allegro Discos e distribuído pelo (DI), uma empresa da Trama.
Gostaria que falasse sobre a seleção de repertório:
Como é feito? Vocês gravaram músicas do Renato e seus Blue Caps.
Tiago - A gente desenvolve o repertório num chalé no qual ficamos cerca de um mês morando e só ensaiando as músicas novas. É bacana por que a gente vive intensamente as músicas.
Vitor - A respeito das musicas regravadas, foi maravilhoso. Fomos conhecendo um a um. Primeiro o Paulo Cezar, depois o Cid e o Renato. Eles nos deram autorização e a maior força para fazermos essas releituras. São pessoas admiráveis! Ídolos que viraram amigos.
Tiago - Graças ao convite do Márcio, da dupla Os Vips que somos fãs, ele nos convidou a assistir a gravação do programa especial da “Jovem Guarda 40 Anos” que foi gravado na Tv Record. Fomos até SP para participar, mas sem saber que nós iríamos tocar. Lá estavam quase todos os artistas da JG. De repente vêm ele, Marcio e, fala: Se preparem que vocês vão gravar uma música para um especial. Quase que tivemos um infarto!
Vitor - Mas um ano antes tínhamos conhecido o Paulo Cezar Barros em um encontro da Jovem Guarda que aconteceu em São Paulo. Acabamos fazendo um jan session com ele e consolidando a nossa amizade. Foi sensacional!
Na banda, pelo visto, todos compõem. Como é feito isso? As parcerias? Todos escrevem, todos fazem os arranjos?
Vitor - Geralmente alguém vem com alguma idéia e todos nós lapidamos até ficar boa. Todos desempenhamos todas essas funções na banda
Todos são músicos de escola?
Tiago - Fizemos aulas para nos aperfeiçoar, sou formado em guitarra e fiz aulas de técnica vocal. Acho isso importante para não ficar limitado. O Hugues fez aulas de bateria e o Plank de técnica vocal. O Vitor também.
Vitor - Mais ou menos. Eu (baixista) e o meu irmão (baterista), estudamos muitos anos em escolas de música. Passamos por alguns instrumentos como: piano, violino, violão erudito, até chegar as guitarras e etc.
Tiago - A grande escola mesmo, é a estrada, tens que aprender na prática.
Hugues, você é baterista e um dos fundadores da banda junto ao seu irmão: O que foi mais fácil e o mais difícil nessa caminhada?
Hugues - O Mais fácil foi ter o apoio da nossa família. Desde de o início eles sempre estiveram do nosso lado. Minha mãe é pianista, meu pai um colecionar de discos de vinil de rock, meus tios, pais do Tiago, são amantes de músicas também e desde de o começo apoiaram nosso sonho.
O Difícil? Cara, nada na vida é fácil. Nos trabalhamos muito, ralamos mesmo! Já chegamos a ensaiar sete dias por semana quatro horas por dia, para que tudo saia perfeito, como gostamos. É difícil também espaço para divulgar o trabalho. As pessoas parecem que não dão valor ao artista com trabalho próprio que está em início de carreira. Parece que o rock virou um ritmo cover de barzinho. É complicado, mas não desistimos e cada vez mais, estamos ampliando o espaço e tentando mostrar ao maior numero de pessoas possíveis, a nossa música.
Entrevista publicada originalmente no jornal INTERNATIONAL MAGAZINE, edição 129.
maio 17, 2007
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2 comentários:
Grande Elias.
Ficou muito bacana a matéria que vc fez conosco da Reino Fungi.
agradeço a oportunidade de estar aqui no seu blog e espero que possamos dar mais e mais entrevista à você.
grande abraço.
Tiago.
Valeu pela matéria com os rapazes!
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