Uma noite que era pra ser, não, muito agradável, foi gratificante para quem assistiu o show de George Israel (foto - camarim) no Mistura Fina – Rio de Janeiro quarta-feira (21). Dia de chuva, a cidade parou com o trânsito, alagamentos e até uma batida de veículos em frente à casa show. Nada disso foi suficiente para estragar a apresentação do “Abelha” George Israel. Com uma banda afinada, o cantor e compositor distribuiu simpatia, carisma e talento. Pude conferir o show que, além de contar com Guto Goffi (Barão Vermelho) e tantos outros, teve a participação especial de Toni Garrido que está lançando o primeiro disco solo depois de deixar o Cidade Negra. Veja alguns registros do show que contou, também, com Rodrigo Sha que dividiu o sax com George e cantou.
Toni Garido, George Israel e Guto Goffi (camarim)
Show
janeiro 23, 2009
janeiro 21, 2009
Francisco Miceli é um daqueles jovens carioca que fez comunicação na PUC-RJ. ‘Mas a história dele, na música, começa quando inicia o estudo de violão clássico no começo dos anos 80. Aluno de mestres como: Hélio Ribeiro (Helinho do Banjo) e Genésio Nogueira, Chico Miceli – como é chamado pelo meio musical – já tinha escolhido a profissão muito antes de estudar violão no Conservatório di Santa Cecília em Roma e de ter passado pelas mãos dos professores citados. Na verdade o instrumento que ele havia escolhido era outro. “Interessei pela guitarra, muito, antes da música”, diz Miceli. Chico tem em seu currículo passagens, como músico, com vários artistas de renome, além do trabalho de produtor, arranjador e criador de trilhas para filmes e TV. Morou na Europa onde trabalhou e desenvolveu, mais, suas qualidades técnicas musicais tocando outros estilos que não fosse somente rock. Em conversa – exclusiva – Chico que agora reside no Rio de Janeiro e trabalha em seu estúdio – Riff – em Copacabana, contou um pouco de sua história. O Cara é fera no que faz! Pude acompanhar de perto o trabalho dele como produtor. Ele está finalizando o disco do cantor e compositor Renato Oliver. Acompanhe abaixo as falas de Chico Miceli.
Fotos e reportagem
Elias Nogueira
- Como foi que você iniciou sua carreira?
- Bem, me interessei pela guitarra-antes mesmo da musica- quando em 80 assisti ao show do Van Halen no Maracanãzinho. O prazer que ele passava tocando, me fez pensar "hum deve ser legal".
Profissionalmente meu primeiro trabalho foi com um cara chamado Bena Roberto, um baiano que sinceramente não sei que fim levou.
- Com quantos anos.
- Tinha uns 18 anos.
- É coisa de família?
- Não!Lá em casa todo mundo é advogado. Quando souberam que seria musico foi um “Deus nos acuda”
- Você é músico de escola?
- Não exatamente. Não tenho nenhum titulo de estudo musical, mas estudei com vários professores particulares, e também no conservatório de Santa Cecília em Roma. Sei ler partitura, arranjar e orquestrar também. Mas tudo muito empírico.
- Você tocou, no Brasil, com alguns artistas de renome.
- Sim - Sidney Magal, Ivan Lins, Luis Melodia, Rosana, Biafra, Renata Arruda... Recentemente toquei com a Karla Sabah. Gravei com a Xuxa, com o José Augusto com a Rosana, dentre outros.
- A década de 80 foi importante pra você.
- Os anos 80 foram os anos da minha paixão pela música, da minha “formação” em termos de gosto, som, atitude. Tinha Van Halen, Police, Toto, Rush. Tinha toda aquela geração de guitarristas de Rock virtuoses tipo Joe Satriani, Steve Vai, Eric Johnson, Steve Morse e vários outros. Ate então os roqueiros eram, aqueles, caras, doidões, que não sabiam tocar direito, minha opinião, quando o músico “melhorava” virava “jazzista” não queria mais saber de rock ’n roll. Já ouvi muito: “É rock, mas é bom”. Então chegou o Eddie Van Halen e, a partir dele, toda uma galera que tocava mesmo e era roqueira mesmo, com pegada e atitude. Sou, bem, filho dessa geração, apesar de amar muito o jazz e ter até trabalhado, muito, tocando jazz e de ter aberto a cabeça para outras coisas também.
- Fale-me de sua carreira aqui no Brasil?
- Pois então: aqui trabalhei com o Ary Sperling, que é um arranjador e produtor que fazia muita coisa do pop-brega brasileiro, tipo: Rosana, Magal etc. Aí, fui tocando com esse pessoal e também gravava algumas coisas para a rede Globo - que no inicio dos anos 90 desmantelou a “Orquestra da Globo” e começou a contratar produtores musicais. Alguns deles são meus amigos até hoje e desde então gravo coisas para os programas da TV Globo que eles produzem. Aconteceu uma, pequena, pausa de 12 anos que foi o período que vivi na Europa. O Rodolpho Rebuzzi meu amigo guitarrista e produtor da Rede Globo foi quem me apresentou o Ary e Max Pierre. Depois fui conhecendo outros.
- Você tem uma carreira internacional.
- Em 1993 fui convidado para acompanhar uma cantora napolitana chamada Teresa de Sio. Fui para a turnê de três meses, mas voltei mesmo definitivamente para o Brasil, em 2005! Lá toquei com vários artistas e músicos de jazz e, também, orquestras televisivas na RAI e Canale 5. Fiz uma escola de música, casei, tive filhos.
- Quantos discos lançados?
- No meu nome nenhum! Mas participei de vários aqui e na Europa.
- Você é compositor também?
- Sim.
- E na produção? Como você iniciou?
- Sempre fui instrumentista, me assustava a idéia de dedicar mais tempo operando maquinas que tocando. Mas, com a idade e os cabelos brancos, comecei a me interessar por produção e em 2002 ainda em Roma comprei esse equipamento que uso hoje e que trouxe para o Rio quando me mudei em 2005. Trouxe tudo! Até mesa de computador!
Fotos e reportagem
Elias Nogueira
- Como foi que você iniciou sua carreira?
- Bem, me interessei pela guitarra-antes mesmo da musica- quando em 80 assisti ao show do Van Halen no Maracanãzinho. O prazer que ele passava tocando, me fez pensar "hum deve ser legal".
Profissionalmente meu primeiro trabalho foi com um cara chamado Bena Roberto, um baiano que sinceramente não sei que fim levou.
- Com quantos anos.
- Tinha uns 18 anos.
- É coisa de família?
- Não!Lá em casa todo mundo é advogado. Quando souberam que seria musico foi um “Deus nos acuda”
- Você é músico de escola?
- Não exatamente. Não tenho nenhum titulo de estudo musical, mas estudei com vários professores particulares, e também no conservatório de Santa Cecília em Roma. Sei ler partitura, arranjar e orquestrar também. Mas tudo muito empírico.
- Você tocou, no Brasil, com alguns artistas de renome.
- Sim - Sidney Magal, Ivan Lins, Luis Melodia, Rosana, Biafra, Renata Arruda... Recentemente toquei com a Karla Sabah. Gravei com a Xuxa, com o José Augusto com a Rosana, dentre outros.
- A década de 80 foi importante pra você.
- Os anos 80 foram os anos da minha paixão pela música, da minha “formação” em termos de gosto, som, atitude. Tinha Van Halen, Police, Toto, Rush. Tinha toda aquela geração de guitarristas de Rock virtuoses tipo Joe Satriani, Steve Vai, Eric Johnson, Steve Morse e vários outros. Ate então os roqueiros eram, aqueles, caras, doidões, que não sabiam tocar direito, minha opinião, quando o músico “melhorava” virava “jazzista” não queria mais saber de rock ’n roll. Já ouvi muito: “É rock, mas é bom”. Então chegou o Eddie Van Halen e, a partir dele, toda uma galera que tocava mesmo e era roqueira mesmo, com pegada e atitude. Sou, bem, filho dessa geração, apesar de amar muito o jazz e ter até trabalhado, muito, tocando jazz e de ter aberto a cabeça para outras coisas também.
- Fale-me de sua carreira aqui no Brasil?
- Pois então: aqui trabalhei com o Ary Sperling, que é um arranjador e produtor que fazia muita coisa do pop-brega brasileiro, tipo: Rosana, Magal etc. Aí, fui tocando com esse pessoal e também gravava algumas coisas para a rede Globo - que no inicio dos anos 90 desmantelou a “Orquestra da Globo” e começou a contratar produtores musicais. Alguns deles são meus amigos até hoje e desde então gravo coisas para os programas da TV Globo que eles produzem. Aconteceu uma, pequena, pausa de 12 anos que foi o período que vivi na Europa. O Rodolpho Rebuzzi meu amigo guitarrista e produtor da Rede Globo foi quem me apresentou o Ary e Max Pierre. Depois fui conhecendo outros.
- Você tem uma carreira internacional.
- Em 1993 fui convidado para acompanhar uma cantora napolitana chamada Teresa de Sio. Fui para a turnê de três meses, mas voltei mesmo definitivamente para o Brasil, em 2005! Lá toquei com vários artistas e músicos de jazz e, também, orquestras televisivas na RAI e Canale 5. Fiz uma escola de música, casei, tive filhos.
- Quantos discos lançados?
- No meu nome nenhum! Mas participei de vários aqui e na Europa.
- Você é compositor também?
- Sim.
- E na produção? Como você iniciou?
- Sempre fui instrumentista, me assustava a idéia de dedicar mais tempo operando maquinas que tocando. Mas, com a idade e os cabelos brancos, comecei a me interessar por produção e em 2002 ainda em Roma comprei esse equipamento que uso hoje e que trouxe para o Rio quando me mudei em 2005. Trouxe tudo! Até mesa de computador!
- Quem, você, está produzindo atualmente?
- Atualmente o Renato Oliver, Iran Mello e Edinho Queiroz. Além disso, faço publicidade também.
- Você tem estúdio? Fale-me dele. Como funciona? Onde fica?
- Sim. Tenho uma sala no prédio onde também funcionam a Pró - Music, a Guitar Tech e outras lojas de música e luthiers, também! Diria que é o paraíso dos músicos no Rio de Janeiro. É um estúdio pequeno, modesto, mas suficiente para realizar, bem, as idéias e também confortável para receber as pessoas. Fica na Rua Barata Ribeiro 391, sala 1004. Copacabana.
RIFFSTUDIO. Contatos e links: Rua Barata Ribeiro 391 sala 1004. Copacabana Rio de Janeiro (21) 2256-0085 produtora. (21) 9421-2132 - 9673-8895 www.riffstudio.com.br www.myspace.com/chicomiceli
www.myspace.com/riffstudiobr
- Atualmente o Renato Oliver, Iran Mello e Edinho Queiroz. Além disso, faço publicidade também.
- Você tem estúdio? Fale-me dele. Como funciona? Onde fica?
- Sim. Tenho uma sala no prédio onde também funcionam a Pró - Music, a Guitar Tech e outras lojas de música e luthiers, também! Diria que é o paraíso dos músicos no Rio de Janeiro. É um estúdio pequeno, modesto, mas suficiente para realizar, bem, as idéias e também confortável para receber as pessoas. Fica na Rua Barata Ribeiro 391, sala 1004. Copacabana.
RIFFSTUDIO. Contatos e links: Rua Barata Ribeiro 391 sala 1004. Copacabana Rio de Janeiro (21) 2256-0085 produtora. (21) 9421-2132 - 9673-8895 www.riffstudio.com.br www.myspace.com/chicomiceli
www.myspace.com/riffstudiobr
janeiro 12, 2009
Ele é um compositor que todos os cantores, românticos, gostariam de gravar. Com uma carreia de 22 anos, com mais de uma centena de canções prontas – Renato Oliver – gaúcho de Bagé, radicado no Rio de Janeiro, lança seu primeiro disco autoral onde mostra maturidade e bom gosto. Amparado pelo, conceituado, guitarrista e produtor multinacional, Chico Miceli, Renato Oliver despeja criatividade e bom gosto nas nove faixas do disco homônimo. Em conversa – entre uma gravação e outra, o cantor e compositor falou um pouco de sua carreira e outras coisas interessantes.
Fotos e reportagem: Elias Nogueira
- Quando foi que você se descobriu para a música?
- Com oito anos já cantarolava músicas do Roberto Carlos, claro que não todas, mas as que eu mais gostava. Por exemplo: Quando, Calhambeque, Negro Gato... Quando fiz 12 anos ganhei um violão do meu pai, tive algumas aulas e lembro que a 1ª música que aprendi a tocar foi Linha do Horizonte do Azymuth depois Roberto Carlos, Raul Seixas, Renato e seus Blue Caps. Nessa época, ainda, morava em Bagé - RS.
- Onde você acha inspiração para compor?
- Depende do meu estado de espírito. Às vezes acordo como uma idéia, levanto e coloco no papel. É como se fosse um gancho e outras vezes, volto ao passado e lembro-me de romances que já vivi e outras somente imaginações ou acontecimentos do dia a dia.
- Onde você nasceu?
- Bagé RS
- Quantos anos de carreira você têm?
- 22 anos, juntando os anos do Rio grande do Sul mais os do Rio de Janeiro, sendo que dei uma parada durante cinco anos e depois retornei a cantar na noite.
- Você se considera um cantor ou compositor que interpreta a sua obra?
- Me considero um compositor que canta suas musicas, apesar de já ter tocado na noite e interpretar duas músicas de outros autores nesse disco.
- Se você fosse - rotular sua obra - como você a classificaria? Romântico, pop....
- Minha obra eu considero pop romântico, até porque tenho influências da minha infância quando eu gostava muito de cantar Roberto Carlos, Erasmo Carlos, José Augusto, Renato e seus Blue Caps, por volta da década de 70.
- Você está com disco de canções inéditas. Poderia fazer um faixa a faixa sobre seu disco?
Amor Eterno - Aqueles romances que passaram, mas que de vez em quando voltam à memória da gente... É como aquele galo que dói quando passa a mão... Fiz a letra e uma melodia bem simples, aí meu parceiro Chico Miceli mudou a melodia, fez as mudanças de tom e deu uns “pitacos” na letra.
Vou Ficar Aqui - Um desencontro amoroso - aliás, em toda a relação tem sempre quem ama e quem é amado, mesmo que isso mude, mas num determinado momento tem sempre um que esta dando e o outro recebendo né?Enfim, o cara magoou a mulher e quer o seu perdão, e para isso vai ficar aqui nesse lugar esperando por ela e seu perdão... Harmonia bem simples, um pouco U2... Mas essas são as melhores musicas, e as mais difíceis de fazer também...
O Amante - Letra meio machista, fala do cara que só quer “pegar”, quer só sexo e diz isso claramente. Para não ter mal entendidos nem confusões. É o melo do Ricardão! Mas aí, sem querer o cara se envolve... Melodia simples e doce, com a habitual “sabedoria harmônica” do meu parceiro Chico Miceli, que mexeu na harmonia, na melodia, e fez o especial.
Primeiro Amor – Letra romântica, de historias que passam e deixam lembranças. Especialmente o primeiro amor!!Um “balanço” bem típico do pop/funk carioca. Apesar de ser gaúcho. O meu parceiro/produtor diz que eu sou o gaúcho mais carioca que tem!Adoro a guitarra meio “Hendrix”, que dá um tempero especial!
Te Encontro no Leblon – Outro “charm” bem carioca, urbano. Com cara de verão carioca, azaração, romance, paixões à luz do luar... Diria que Jorge Benjor encontra George Benson e Cláudio Zolli. A base foi produzida pelo Reno Duarte, amigo nosso e produtor musical, porque o Miceli estava na Itália tocando, e aí me deixou nas boas mãos do Reno...
Nota 10 – Declaração de amor explícita à minha mulher Silvia. Fala da vida de solteiro, que se transforma e ganha novos significados quando se encontra uma mulher de verdade, companheira mesmo!Uma canção romântica, doce e apaixonada.
Menina Princesa – Singela, simples, de uma inocência quase desconcertante. Queríamos dar uma sonoridade anos 70, “charm”, meio Stevie Wonder e aquela rapaziada maravilhosa da Motown... Aí o Chicão caprichou tocando Clavinets, Piano Rhodes, guitarras “jazz” Alá George Benson. Funcionou bem para o que era a intenção da música.
Indo e Vindo - Amores que passam, separados pela distancia. Às vezes é melhor não pensar muito nas coisas... Se está certo ou não... Às vezes a razão atrapalha e separa as pessoas. Penso que uma dose de inconseqüência não faz mal. Essa é uma parceria minha com o guitarrista DiCastro do grupo Sangue da Cidade. O Miceli tocou um monte de guitarras, que parecem uma orquestra!
Deborah – Desencontros que deixam saudades. Já reparou que muitas vezes o sonho é melhor do que a realidade?Agente inventa a pessoa, idealiza, e ela fica muito melhor nos nossos sonhos do que ela é de verdade... Também sonhar não custa nada, não dá trabalho, nem despesa e ainda rende boas canções... Essa ficou com um sabor “country” com direito a slide e tudo mais.
Fotos e reportagem: Elias Nogueira
- Quando foi que você se descobriu para a música?
- Com oito anos já cantarolava músicas do Roberto Carlos, claro que não todas, mas as que eu mais gostava. Por exemplo: Quando, Calhambeque, Negro Gato... Quando fiz 12 anos ganhei um violão do meu pai, tive algumas aulas e lembro que a 1ª música que aprendi a tocar foi Linha do Horizonte do Azymuth depois Roberto Carlos, Raul Seixas, Renato e seus Blue Caps. Nessa época, ainda, morava em Bagé - RS.
- Onde você acha inspiração para compor?
- Depende do meu estado de espírito. Às vezes acordo como uma idéia, levanto e coloco no papel. É como se fosse um gancho e outras vezes, volto ao passado e lembro-me de romances que já vivi e outras somente imaginações ou acontecimentos do dia a dia.
- Onde você nasceu?
- Bagé RS
- Quantos anos de carreira você têm?
- 22 anos, juntando os anos do Rio grande do Sul mais os do Rio de Janeiro, sendo que dei uma parada durante cinco anos e depois retornei a cantar na noite.
- Você se considera um cantor ou compositor que interpreta a sua obra?
- Me considero um compositor que canta suas musicas, apesar de já ter tocado na noite e interpretar duas músicas de outros autores nesse disco.
- Se você fosse - rotular sua obra - como você a classificaria? Romântico, pop....
- Minha obra eu considero pop romântico, até porque tenho influências da minha infância quando eu gostava muito de cantar Roberto Carlos, Erasmo Carlos, José Augusto, Renato e seus Blue Caps, por volta da década de 70.
- Você está com disco de canções inéditas. Poderia fazer um faixa a faixa sobre seu disco?
Amor Eterno - Aqueles romances que passaram, mas que de vez em quando voltam à memória da gente... É como aquele galo que dói quando passa a mão... Fiz a letra e uma melodia bem simples, aí meu parceiro Chico Miceli mudou a melodia, fez as mudanças de tom e deu uns “pitacos” na letra.
Vou Ficar Aqui - Um desencontro amoroso - aliás, em toda a relação tem sempre quem ama e quem é amado, mesmo que isso mude, mas num determinado momento tem sempre um que esta dando e o outro recebendo né?Enfim, o cara magoou a mulher e quer o seu perdão, e para isso vai ficar aqui nesse lugar esperando por ela e seu perdão... Harmonia bem simples, um pouco U2... Mas essas são as melhores musicas, e as mais difíceis de fazer também...
O Amante - Letra meio machista, fala do cara que só quer “pegar”, quer só sexo e diz isso claramente. Para não ter mal entendidos nem confusões. É o melo do Ricardão! Mas aí, sem querer o cara se envolve... Melodia simples e doce, com a habitual “sabedoria harmônica” do meu parceiro Chico Miceli, que mexeu na harmonia, na melodia, e fez o especial.
Primeiro Amor – Letra romântica, de historias que passam e deixam lembranças. Especialmente o primeiro amor!!Um “balanço” bem típico do pop/funk carioca. Apesar de ser gaúcho. O meu parceiro/produtor diz que eu sou o gaúcho mais carioca que tem!Adoro a guitarra meio “Hendrix”, que dá um tempero especial!
Te Encontro no Leblon – Outro “charm” bem carioca, urbano. Com cara de verão carioca, azaração, romance, paixões à luz do luar... Diria que Jorge Benjor encontra George Benson e Cláudio Zolli. A base foi produzida pelo Reno Duarte, amigo nosso e produtor musical, porque o Miceli estava na Itália tocando, e aí me deixou nas boas mãos do Reno...
Nota 10 – Declaração de amor explícita à minha mulher Silvia. Fala da vida de solteiro, que se transforma e ganha novos significados quando se encontra uma mulher de verdade, companheira mesmo!Uma canção romântica, doce e apaixonada.
Menina Princesa – Singela, simples, de uma inocência quase desconcertante. Queríamos dar uma sonoridade anos 70, “charm”, meio Stevie Wonder e aquela rapaziada maravilhosa da Motown... Aí o Chicão caprichou tocando Clavinets, Piano Rhodes, guitarras “jazz” Alá George Benson. Funcionou bem para o que era a intenção da música.
Indo e Vindo - Amores que passam, separados pela distancia. Às vezes é melhor não pensar muito nas coisas... Se está certo ou não... Às vezes a razão atrapalha e separa as pessoas. Penso que uma dose de inconseqüência não faz mal. Essa é uma parceria minha com o guitarrista DiCastro do grupo Sangue da Cidade. O Miceli tocou um monte de guitarras, que parecem uma orquestra!
Deborah – Desencontros que deixam saudades. Já reparou que muitas vezes o sonho é melhor do que a realidade?Agente inventa a pessoa, idealiza, e ela fica muito melhor nos nossos sonhos do que ela é de verdade... Também sonhar não custa nada, não dá trabalho, nem despesa e ainda rende boas canções... Essa ficou com um sabor “country” com direito a slide e tudo mais.
WEBSERIE “Desenrola” PROMOVE CONCURSO PARA ENCONTRAR NOVO VOCALISTA PARA A BANDA - ESTUDANTE PAGA MEIA
O vencedor gravará uma música inédita com a banda no Rio de Janeiro
A webserie “Desenrola” sai do mundo virtual para a realidade com o concurso para encontrar um novo vocalista para a banda Estudante Paga Meia, de Miguel, personagem de Rafael Pereira. A promoção entra no ar no portal www.desenrola.com.br no dia 9 de janeiro e os interessados podem participar até o dia 26 deste mês.
A banda Estudante Paga Meia contou com a colaboração de Diego Miranda, da Scracho, que cedeu a música inédita “Tento entender”, composta por ele aos 17 anos, mesma idade de Miguel. A letra da música está disponível no blog do Miguel, no portal Desenrola. Para dar mais veracidade a personagem, Miguel entrevistou Falcon e Gesta, respectivamente baterista e baixista do Dibob, sobre como a banda deles começou, quais as dificuldades que eles encontraram e como eles conciliaram estudos com os ensaios da banda, entre outras coisas. Confira a entrevista no canal do Desenrola no YouTube: www.youtube.com.br/desenrola.
Para participar do concurso Procura-se um vocalista, basta enviar um vídeo interpretando (cantando ou cantando e tocando) uma música qualquer até o dia 26 de janeiro. O participante deve informar no título do vídeo o nome da música escolhida e seu autor. Os três vídeos mais votados no site serão os finalistas da primeira fase, cujo resultado será divulgado no dia 28 de janeiro. Para votar, é necessário se cadastrar no site. O vencedor do concurso será escolhido por uma comissão formada por uma roteirista, um músico, o coordenador e a diretora geral do site, além dos integrantes da Estudante Paga Meia. A banda e seu novo vocalista gravarão, no Rio de Janeiro, uma música inédita, que será tema de Miguel na série. Caso o ganhador seja menor de idade, a gravação dependerá da autorização formal de seus responsáveis.
www.desenrola.com.br é um portal jovem, multimídia, que aproveita diversas plataformas interativas para exibir e produzir conteúdo. Tudo isso servirá de base para a produção do filme “A primeira vez”, de Rosane Svartman, cujo lançamento acontecerá até o final de 2009.
O projeto foi cuidadosamente pensado por uma equipe de profissionais multimídia, com a desafiadora proposta de articular o que há de mais convidativo e sedutor em termos de tecnologia, associando essas ferramentas à discussão aprofundada de temas controversos e fundamentais para a juventude brasileira: sexualidade, drogas e primeiro emprego.
Através do portal, os visitantes interagem com as personagens através de seus vídeos diários, blogs, fórum, galerias de fotos, ações interativas e jogos. O projeto conta com patrocínio do Oi Futuro e já atingiu milhares de jovens que estão se familiarizando com o filme, antes mesmo dele começar de fato.
Formato da webserie
Três jovens que passam pelas mesmas confusões, ansiedades e alegrias de muitos outros jovens do Brasil usam a internet para se expressar e contar o seu cotidiano. Sem caretice, nenhum dos três fala nada como estatuto de verdade; a proposta é fazer parte da discussão e ser mais um interlocutor nas conversas que tratam da juventude. Desde a dúvida de como deve ser "a" primeira vez, sobre as responsabilidades e as cobranças de serem "alguém na vida" e também abordando questões sobre o envolvimento com drogas, Miguel, Orelha e Priscila têm muitas histórias pra contar. Mas, mais do que isso, eles querem ouvir o que as pessoas têm a dizer e para isso o portal Desenrola oferece diversas ferramentas interativas que chamam o público à participação. Isso sem contar que as personagens estão literalmente inseridas no mundo virtual, com perfis em redes social de relacionamento, como o Orkut e o Twitter.
Cada personagem da webserie utiliza uma ferramenta principal de interação:
Priscila trabalha especialmente a temática “sexo” em seu fórum.
Miguel instiga a produção artística dos participantes através da criação compartilhada de arquivos de áudio e vídeo e da promoção para encontrar um novo vocalista para sua banda.
Orelha é o responsável pelo suspense e aventura da trama através de um ARG (Alternate Reality Game), fomentando a cooperação entre os participantes.
Raccord Produções
Com mais de 15 anos de experiência no mercado audiovisual, a Raccord Produções tem em seu currículo mais de 20 filmes entre curtas, médias e longa-metragem, como: “Mais uma vez amor”, “Cartola” e “Como ser solteiro”. Além disso, as sócias Rosane Svartman e Clélia Bessa produziram cerca de 300 horas para TV aberta e a cabo, videoclipes e filmes institucionais para parceiros como Petrobras, Fundação Roberto Marinho e Volkswagen.
Racc Idéias
A Racc Idéias é um braço da empresa específico para oferecer ao mercado de cinema soluções criativas e inovadoras para as mais diversas plataformas de mídia, tanto on-line quanto off-line. Com uma equipe de profissionais atuantes no campo da publicidade, internet e cinema, a Racc desenvolve estratégias adequadas ao produto que tem em mãos, trabalhando o conceito, a unidade gráfica, animando a rede, bem como produzindo teasers, promoções interativas e peças exclusivas para atingir nichos diferenciados.
A banda Estudante Paga Meia contou com a colaboração de Diego Miranda, da Scracho, que cedeu a música inédita “Tento entender”, composta por ele aos 17 anos, mesma idade de Miguel. A letra da música está disponível no blog do Miguel, no portal Desenrola. Para dar mais veracidade a personagem, Miguel entrevistou Falcon e Gesta, respectivamente baterista e baixista do Dibob, sobre como a banda deles começou, quais as dificuldades que eles encontraram e como eles conciliaram estudos com os ensaios da banda, entre outras coisas. Confira a entrevista no canal do Desenrola no YouTube: www.youtube.com.br/desenrola.
Para participar do concurso Procura-se um vocalista, basta enviar um vídeo interpretando (cantando ou cantando e tocando) uma música qualquer até o dia 26 de janeiro. O participante deve informar no título do vídeo o nome da música escolhida e seu autor. Os três vídeos mais votados no site serão os finalistas da primeira fase, cujo resultado será divulgado no dia 28 de janeiro. Para votar, é necessário se cadastrar no site. O vencedor do concurso será escolhido por uma comissão formada por uma roteirista, um músico, o coordenador e a diretora geral do site, além dos integrantes da Estudante Paga Meia. A banda e seu novo vocalista gravarão, no Rio de Janeiro, uma música inédita, que será tema de Miguel na série. Caso o ganhador seja menor de idade, a gravação dependerá da autorização formal de seus responsáveis.
www.desenrola.com.br é um portal jovem, multimídia, que aproveita diversas plataformas interativas para exibir e produzir conteúdo. Tudo isso servirá de base para a produção do filme “A primeira vez”, de Rosane Svartman, cujo lançamento acontecerá até o final de 2009.
O projeto foi cuidadosamente pensado por uma equipe de profissionais multimídia, com a desafiadora proposta de articular o que há de mais convidativo e sedutor em termos de tecnologia, associando essas ferramentas à discussão aprofundada de temas controversos e fundamentais para a juventude brasileira: sexualidade, drogas e primeiro emprego.
Através do portal, os visitantes interagem com as personagens através de seus vídeos diários, blogs, fórum, galerias de fotos, ações interativas e jogos. O projeto conta com patrocínio do Oi Futuro e já atingiu milhares de jovens que estão se familiarizando com o filme, antes mesmo dele começar de fato.
Formato da webserie
Três jovens que passam pelas mesmas confusões, ansiedades e alegrias de muitos outros jovens do Brasil usam a internet para se expressar e contar o seu cotidiano. Sem caretice, nenhum dos três fala nada como estatuto de verdade; a proposta é fazer parte da discussão e ser mais um interlocutor nas conversas que tratam da juventude. Desde a dúvida de como deve ser "a" primeira vez, sobre as responsabilidades e as cobranças de serem "alguém na vida" e também abordando questões sobre o envolvimento com drogas, Miguel, Orelha e Priscila têm muitas histórias pra contar. Mas, mais do que isso, eles querem ouvir o que as pessoas têm a dizer e para isso o portal Desenrola oferece diversas ferramentas interativas que chamam o público à participação. Isso sem contar que as personagens estão literalmente inseridas no mundo virtual, com perfis em redes social de relacionamento, como o Orkut e o Twitter.
Cada personagem da webserie utiliza uma ferramenta principal de interação:
Priscila trabalha especialmente a temática “sexo” em seu fórum.
Miguel instiga a produção artística dos participantes através da criação compartilhada de arquivos de áudio e vídeo e da promoção para encontrar um novo vocalista para sua banda.
Orelha é o responsável pelo suspense e aventura da trama através de um ARG (Alternate Reality Game), fomentando a cooperação entre os participantes.
Raccord Produções
Com mais de 15 anos de experiência no mercado audiovisual, a Raccord Produções tem em seu currículo mais de 20 filmes entre curtas, médias e longa-metragem, como: “Mais uma vez amor”, “Cartola” e “Como ser solteiro”. Além disso, as sócias Rosane Svartman e Clélia Bessa produziram cerca de 300 horas para TV aberta e a cabo, videoclipes e filmes institucionais para parceiros como Petrobras, Fundação Roberto Marinho e Volkswagen.
Racc Idéias
A Racc Idéias é um braço da empresa específico para oferecer ao mercado de cinema soluções criativas e inovadoras para as mais diversas plataformas de mídia, tanto on-line quanto off-line. Com uma equipe de profissionais atuantes no campo da publicidade, internet e cinema, a Racc desenvolve estratégias adequadas ao produto que tem em mãos, trabalhando o conceito, a unidade gráfica, animando a rede, bem como produzindo teasers, promoções interativas e peças exclusivas para atingir nichos diferenciados.
janeiro 06, 2009
Mú Carvalho
Mú Carvalho bom de papo!
Músico fala do disco novo, A cor do Som...
O Pianista Mú Carvalho, Maurício Magalhães Carvalho – seu nome de batismo fez muito sucesso como tecladista nos anos 80, ao lado do irmão Dadi, quando causava histeria entre as meninas que apreciavam A Cor do Som, emblemática banda brasileira dos anos 70 e 80. Hoje, Mú além de músico é produtor musical da TV Globo e especialista em composições de trilhas sonoras e belos arranjos. É também empresário e dono do selo Boogie Woogie. Com uma carreira solidificada, o pianista lança o terceiro disco de carreira solo – Ao Vivo Mú Carvalho. Carioca de Ipanema, certo do que gosta em termos de musicais, mantém o padrão de qualidade desde os anos 70 quando iniciou sua carreira. Ele não titubeia em dizer: “Tenho saudades dos anos 70, quando se fazia música boa. Hoje em dia a qualidade da música é item sem a menor importância”. Em entrevista ao International Magazine, Mú que estará se apresentando dia 22 de novembro na cidade Montpellier no sul da França para um piano solo, fala da concepção do disco novo e adianta “Ano que vem lanço um CD só com músicas de Ernesto Nazareth”. Deixemos o pianista falar.
Texto e fotos
por Elias Nogueira
- Como se deu a gravação do disco ao vivo?
- Quis fazer um registro ao vivo de minha história, de tudo fiz lá atrás. Então, peguei um pouco do Pianista do Cinema Mudo, um pouco de Óleo Sobre Tela e, também, fiz uma homenagem A Cor do Som com três músicas que são minhas.
- É um registro, quase, biográfico?
- São releituras de músicas minhas ao vivo. Coisa que nunca tinha feito antes em trabalho solo. É outra energia!
- Como foi que se deu o clik de fazer um disco ao vivo?
- Depois que gravei – Pianista do Cinema Mudo e Óleo Sobre Tela – não fiz show nenhum em ambos os lançamentos. Achei que estava na hora de fazer um show e também divulgar, de certa forma, os dois trabalhos. Estava na hora de fazer um registro e tocar! Quando comecei a procurar o lugar para o show, pensei no Mistura Fina que ainda estava na Lagoa. Pensei assim: nunca fiz um show solo, sempre tocando com grupo, A Cor do Som, ou acompanhando outros artistas. Mas trabalho meu solo, nunca havia feito... Tenho três discos solos e nunca tinha feito um show sobre eles. Isso foi em 2006 quando resolvi fazer.
- Você falou em três discos.
- Tenho aquele disco que foi lançado em 1985 e que foi produzido pelo Egberto Gismonti – Meu Continente Encontrado saiu em LP. Juntei os amigos que haviam trabalhado comigo nos dois últimos CDs. Quando pensei em fazer o show, quis fazer uma coisa bacana. Não gosto de fazer nada por fazer... Tínhamos gravado a Cor do Som no Canecão, e quando comecei a fazer - Óleo Sobre Tela veio à idéia de fazer show de lançamento. Comecei a projetar para 2006. Chamei o Marcelo Mariano, Zé Canuto, Cesinha. Claro, que todos que chamei, tem haver com meu trabalho e formou-se o quarteto, que pra mim, estava bacana. Comecei a convidar pessoas e junto, veio à idéia de filmar. O Rodrigo Junqueira, um amigo que trabalha na área de vídeo, disse que, se eu quisesse gravaria numa boa. Resolvi filmar e gravar, já que o Mistura Fina permite fazer. Convidei Chiquinho Chagas (Acordeom) que participa sempre de minhas gravações e como queria homenagear A Cor do Som, quis gravar Frutificar, Apanhei-te Minimoog e Saudação a Paz. Com isso, tive que importar o Armandinho da Bahia. Contei pra ele o que era e, ele aceitou de imediato e chamei Jorginho Gomes e Dadi. Essa turma que participou das faixas da Cor do Som. Só que deu problemas no sistema de gravações e não conseguimos gravar nada! Teve problemas na mesa... Ou a gente parava para consertar ou fazia o show. Foi maravilhoso! Casa cheia e meu primeiro show solo. Aí, gostei tanto que resolvi fazer outro show solo e fazer tudo de novo e gravar. O primeiro show foi em fevereiro, o segundo em abril de 2006 e deu tempo de me preparar melhor.
- Então, o primeiro show serviu de teste?
- Digamos que tenha sido um ensaio (risos). Na verdade nem tínhamos ensaiado muito, foram quatro dias, que pra mim, é muito pouco. Sou paranóico com esse negócio de som. Gosto de tudo certinho. A data teve que ser vista para não ficar ninguém de fora, porque todos têm suas agendas. A Filmagem do primeiro deu certa e quis usar alguns takes do show anterior e com a filmagem do segundo show. Foi no dia do aniversário de minha mãe que estava fazendo 80 anos. Sei que consegui reunir todos novamente. Teve a participação da guitarrista Ana Zingoni. Deu tudo certo!
- Notei que não entrou no repertório nada do primeiro disco solo.
- Ele estava tão distante de minha cabeça e aquele repertório nunca mais toquei. Não fiquei muito a vontade para fazer e nem tempo hábil para tal.
- Mudando de assunto: gostaria que você falasse sobre A Cor do Som. Teve aquele show do Canecão, foi gravado em DVD e depois vocês sumiram! Não teve continuidade no trabalho. O que houve?
- O que aconteceu foi o seguinte, Elias. Estávamos todos empolgados. Procurou-nos uns empresários, são dois irmãos: Bernardo e Juka Muller. O Juka havia feito aquele DVD do Roupa Nova que vendou bastante. Um dia me ligou o Bernardo dizendo que gostaria de reunir A Cor do Som. Chegou aqui no estúdio, conversamos e nisso ele já falou do irmão dele que produziu o Roupa Nova e que tinha dado certo e coisa e tal... Foi me interessando e aquilo aconteceu, exatamente, numa época que o Dadi tinha encontrado com Armandinho. As coisas parecem meio que mágicas. Tudo conspirando com o tempo com encontros casuais dos integrantes da banda. Ao mesmo tempo em que os irmãos Muller falavam do retorno da A Cor do Som, o Dadi encontrava casualmente com Armandinho que se dizia saudoso e dando a idéia de reativar A Cor do Som. Eu liguei para o Dadi e ele me contou do encontro. Chamamos o Armandinho para conversar com Bernardo e Juka. Fomos ao Leblon e batemos um papo. Fechamos! Isso era o começo de 2005. Conseguimos fazer, dentro do tempo que tínhamos um registro bacana. Conseguimos fazer um som legal e teve aquelas participações especiais. Ficou o seguinte: o Juka cuidaria do selo e o Bernardo dos shows. Assinamos um contrato de dois anos de exclusividade com Bernardo. Eu impus uma condição. A coisa de ir para estrada é outro negócio. Já fizemos muito isso e não quero ficar fazendo show em tudo que é buraco. Sei que a banda estava fora do mercado, mas prefiro fazer uma quantidade menor de shows, mas sair de casa com mínimo de piso X para todos integrantes igualmente. Todos integrantes tem vida própria... Agenda de outros trabalhos. Então eu falei: vamos com muita calma, devagar com a louça! Teve a conversa e tudo OK. Vamos lá! Fizemos show em Salvador - Festival de Verão. Tudo certo. Fizemos o Teatro Rival três shows lotados – ganhamos zero! Não entendi nada! Alegaram que tiveram um custo muito alto e etc. Aquilo já ficou meio estranho em minha cabeça. Mas todos estavam empolgados e queríamos colocar A Cor do Som na ativa. Aí, ele veio com a conversa de que não poderia vender os shows por esse preço. Eu ainda falei que não temos pressa em fazer shows, mas fazer uma coisa legal. Mas ele queria diminuir o valor do cachê. O Valor nem era muito e o que ele queria, seria um valor de músico que acompanha um cantor de terceira categoria. Entendeu? Eu não vou sair do meu estúdio que construir com muito trabalho, para começar do nada como se estivesse começando do zero! E não é verdade! A Cor do Som tem uma história! Ele não se conformou com nossa posição, que foi firme! É isso aí ou nada! Sei dizer que: ele sumiu e não quis desfazer o contrato. Ainda tentamos conversar, dizendo que assim não iríamos a lugar nenhum e sugerir abrirmos o contrato e ele não quis. Ficamos presos a eles por dois anos sem pode fazer nada e nem divulgar nosso trabalho. Sei que o DVD esteve entre os dez ou quinze mais vendidos naquele ano. Nunca recebi um tostão por ele. Aí, o Mariozinho Rocha quando viu agente no jornal com a possibilidade de gravar um disco ao vivo, falou que adorou o projeto e que não tinha nada o que inventar e fazer o nosso trabalho, com as musicas conhecidas. E depois poderia lançar pela Som Livre que teria uma visibilidade grande... Comprei essa idéia e disse para o Juka que, com a Som Livre seria ótimo. Mas ele fechou com a Sony e nem me pergunte por que. Foi isso que aconteceu.
- Recentemente você esteve envolvido num projeto chamado: Doces Cariocas? Pode falar sobre? Que aconteceu?
- Essa historia foi assim: Eu costumo alugar uma casa em Araras, região de Petrópolis, sempre em finais de ano. E foi no réveillon de 2006 para 2007, que convidei o Marcelo Costa Santos (Abre Coração), amigo meu de longa data, e também o Pierre Aderne e Alexia (cujo pai mora em Petrópolis), pra ficarem conosco. Eu e Ana (minha esposa e guitarrista), munidos de teclado e violões, (chovia muito nesses dias), acabamos nos concentrando ao redor da lareira, sempre com alguma garrafa de vinho por perto. E foi isso. Eu e Marcelo, já somos parceiros de muitas canções desde os anos 70. O Pierre estava com muita disposição pra “letrar” e a Alexia também, muito musical e criativa. Enfim, as melodias nasciam. E nasciam realmente com uma grande fluidez. Lembro de uma noite, a Ana estava já dormindo, mas em algum momento ela chega à sala com uma melodia inteiramente pronta na cabeça... e das boas..
E quando nos demos conta, estávamos com mais de 10 músicas, com uma onda muito boa. A partir daí, a história tomou outro rumo. O Pierre querendo muito que esse trabalho fosse gravado e a partir daí constituíssemos uma banda. Só, que aquele momento mágico foi se perdendo. Por conta talvez de uma “urgência” do Pierre e também de, um, certo desespero dele de tomar as rédeas dessa história. Pra mim, ficou descartada a hipótese, que enquanto estávamos ao redor da lareira eu considerava, realmente, seguir com a idéia da banda. O Pierre ainda insistiu pra eu participar das gravações, mas eu falei pra ele, que só gravaria, no caso de eu produzir e arranjar aquelas canções. Mas ele tinha pressa, e como isso não aconteceu, preferi não participar desse projeto, um tanto confuso pra minha concepção, e com muita gente que não estava ao redor daqueles vinhos e daquela lareira. Desejo sucesso, mas acho uma pena à forma como as músicas foram tratadas no estúdio. Elas mereciam arranjos a altura das boas melodias que são.
Músico fala do disco novo, A cor do Som...
O Pianista Mú Carvalho, Maurício Magalhães Carvalho – seu nome de batismo fez muito sucesso como tecladista nos anos 80, ao lado do irmão Dadi, quando causava histeria entre as meninas que apreciavam A Cor do Som, emblemática banda brasileira dos anos 70 e 80. Hoje, Mú além de músico é produtor musical da TV Globo e especialista em composições de trilhas sonoras e belos arranjos. É também empresário e dono do selo Boogie Woogie. Com uma carreira solidificada, o pianista lança o terceiro disco de carreira solo – Ao Vivo Mú Carvalho. Carioca de Ipanema, certo do que gosta em termos de musicais, mantém o padrão de qualidade desde os anos 70 quando iniciou sua carreira. Ele não titubeia em dizer: “Tenho saudades dos anos 70, quando se fazia música boa. Hoje em dia a qualidade da música é item sem a menor importância”. Em entrevista ao International Magazine, Mú que estará se apresentando dia 22 de novembro na cidade Montpellier no sul da França para um piano solo, fala da concepção do disco novo e adianta “Ano que vem lanço um CD só com músicas de Ernesto Nazareth”. Deixemos o pianista falar.
Texto e fotos
por Elias Nogueira
- Como se deu a gravação do disco ao vivo?
- Quis fazer um registro ao vivo de minha história, de tudo fiz lá atrás. Então, peguei um pouco do Pianista do Cinema Mudo, um pouco de Óleo Sobre Tela e, também, fiz uma homenagem A Cor do Som com três músicas que são minhas.
- É um registro, quase, biográfico?
- São releituras de músicas minhas ao vivo. Coisa que nunca tinha feito antes em trabalho solo. É outra energia!
- Como foi que se deu o clik de fazer um disco ao vivo?
- Depois que gravei – Pianista do Cinema Mudo e Óleo Sobre Tela – não fiz show nenhum em ambos os lançamentos. Achei que estava na hora de fazer um show e também divulgar, de certa forma, os dois trabalhos. Estava na hora de fazer um registro e tocar! Quando comecei a procurar o lugar para o show, pensei no Mistura Fina que ainda estava na Lagoa. Pensei assim: nunca fiz um show solo, sempre tocando com grupo, A Cor do Som, ou acompanhando outros artistas. Mas trabalho meu solo, nunca havia feito... Tenho três discos solos e nunca tinha feito um show sobre eles. Isso foi em 2006 quando resolvi fazer.
- Você falou em três discos.
- Tenho aquele disco que foi lançado em 1985 e que foi produzido pelo Egberto Gismonti – Meu Continente Encontrado saiu em LP. Juntei os amigos que haviam trabalhado comigo nos dois últimos CDs. Quando pensei em fazer o show, quis fazer uma coisa bacana. Não gosto de fazer nada por fazer... Tínhamos gravado a Cor do Som no Canecão, e quando comecei a fazer - Óleo Sobre Tela veio à idéia de fazer show de lançamento. Comecei a projetar para 2006. Chamei o Marcelo Mariano, Zé Canuto, Cesinha. Claro, que todos que chamei, tem haver com meu trabalho e formou-se o quarteto, que pra mim, estava bacana. Comecei a convidar pessoas e junto, veio à idéia de filmar. O Rodrigo Junqueira, um amigo que trabalha na área de vídeo, disse que, se eu quisesse gravaria numa boa. Resolvi filmar e gravar, já que o Mistura Fina permite fazer. Convidei Chiquinho Chagas (Acordeom) que participa sempre de minhas gravações e como queria homenagear A Cor do Som, quis gravar Frutificar, Apanhei-te Minimoog e Saudação a Paz. Com isso, tive que importar o Armandinho da Bahia. Contei pra ele o que era e, ele aceitou de imediato e chamei Jorginho Gomes e Dadi. Essa turma que participou das faixas da Cor do Som. Só que deu problemas no sistema de gravações e não conseguimos gravar nada! Teve problemas na mesa... Ou a gente parava para consertar ou fazia o show. Foi maravilhoso! Casa cheia e meu primeiro show solo. Aí, gostei tanto que resolvi fazer outro show solo e fazer tudo de novo e gravar. O primeiro show foi em fevereiro, o segundo em abril de 2006 e deu tempo de me preparar melhor.
- Então, o primeiro show serviu de teste?
- Digamos que tenha sido um ensaio (risos). Na verdade nem tínhamos ensaiado muito, foram quatro dias, que pra mim, é muito pouco. Sou paranóico com esse negócio de som. Gosto de tudo certinho. A data teve que ser vista para não ficar ninguém de fora, porque todos têm suas agendas. A Filmagem do primeiro deu certa e quis usar alguns takes do show anterior e com a filmagem do segundo show. Foi no dia do aniversário de minha mãe que estava fazendo 80 anos. Sei que consegui reunir todos novamente. Teve a participação da guitarrista Ana Zingoni. Deu tudo certo!
- Notei que não entrou no repertório nada do primeiro disco solo.
- Ele estava tão distante de minha cabeça e aquele repertório nunca mais toquei. Não fiquei muito a vontade para fazer e nem tempo hábil para tal.
- Mudando de assunto: gostaria que você falasse sobre A Cor do Som. Teve aquele show do Canecão, foi gravado em DVD e depois vocês sumiram! Não teve continuidade no trabalho. O que houve?
- O que aconteceu foi o seguinte, Elias. Estávamos todos empolgados. Procurou-nos uns empresários, são dois irmãos: Bernardo e Juka Muller. O Juka havia feito aquele DVD do Roupa Nova que vendou bastante. Um dia me ligou o Bernardo dizendo que gostaria de reunir A Cor do Som. Chegou aqui no estúdio, conversamos e nisso ele já falou do irmão dele que produziu o Roupa Nova e que tinha dado certo e coisa e tal... Foi me interessando e aquilo aconteceu, exatamente, numa época que o Dadi tinha encontrado com Armandinho. As coisas parecem meio que mágicas. Tudo conspirando com o tempo com encontros casuais dos integrantes da banda. Ao mesmo tempo em que os irmãos Muller falavam do retorno da A Cor do Som, o Dadi encontrava casualmente com Armandinho que se dizia saudoso e dando a idéia de reativar A Cor do Som. Eu liguei para o Dadi e ele me contou do encontro. Chamamos o Armandinho para conversar com Bernardo e Juka. Fomos ao Leblon e batemos um papo. Fechamos! Isso era o começo de 2005. Conseguimos fazer, dentro do tempo que tínhamos um registro bacana. Conseguimos fazer um som legal e teve aquelas participações especiais. Ficou o seguinte: o Juka cuidaria do selo e o Bernardo dos shows. Assinamos um contrato de dois anos de exclusividade com Bernardo. Eu impus uma condição. A coisa de ir para estrada é outro negócio. Já fizemos muito isso e não quero ficar fazendo show em tudo que é buraco. Sei que a banda estava fora do mercado, mas prefiro fazer uma quantidade menor de shows, mas sair de casa com mínimo de piso X para todos integrantes igualmente. Todos integrantes tem vida própria... Agenda de outros trabalhos. Então eu falei: vamos com muita calma, devagar com a louça! Teve a conversa e tudo OK. Vamos lá! Fizemos show em Salvador - Festival de Verão. Tudo certo. Fizemos o Teatro Rival três shows lotados – ganhamos zero! Não entendi nada! Alegaram que tiveram um custo muito alto e etc. Aquilo já ficou meio estranho em minha cabeça. Mas todos estavam empolgados e queríamos colocar A Cor do Som na ativa. Aí, ele veio com a conversa de que não poderia vender os shows por esse preço. Eu ainda falei que não temos pressa em fazer shows, mas fazer uma coisa legal. Mas ele queria diminuir o valor do cachê. O Valor nem era muito e o que ele queria, seria um valor de músico que acompanha um cantor de terceira categoria. Entendeu? Eu não vou sair do meu estúdio que construir com muito trabalho, para começar do nada como se estivesse começando do zero! E não é verdade! A Cor do Som tem uma história! Ele não se conformou com nossa posição, que foi firme! É isso aí ou nada! Sei dizer que: ele sumiu e não quis desfazer o contrato. Ainda tentamos conversar, dizendo que assim não iríamos a lugar nenhum e sugerir abrirmos o contrato e ele não quis. Ficamos presos a eles por dois anos sem pode fazer nada e nem divulgar nosso trabalho. Sei que o DVD esteve entre os dez ou quinze mais vendidos naquele ano. Nunca recebi um tostão por ele. Aí, o Mariozinho Rocha quando viu agente no jornal com a possibilidade de gravar um disco ao vivo, falou que adorou o projeto e que não tinha nada o que inventar e fazer o nosso trabalho, com as musicas conhecidas. E depois poderia lançar pela Som Livre que teria uma visibilidade grande... Comprei essa idéia e disse para o Juka que, com a Som Livre seria ótimo. Mas ele fechou com a Sony e nem me pergunte por que. Foi isso que aconteceu.
- Recentemente você esteve envolvido num projeto chamado: Doces Cariocas? Pode falar sobre? Que aconteceu?
- Essa historia foi assim: Eu costumo alugar uma casa em Araras, região de Petrópolis, sempre em finais de ano. E foi no réveillon de 2006 para 2007, que convidei o Marcelo Costa Santos (Abre Coração), amigo meu de longa data, e também o Pierre Aderne e Alexia (cujo pai mora em Petrópolis), pra ficarem conosco. Eu e Ana (minha esposa e guitarrista), munidos de teclado e violões, (chovia muito nesses dias), acabamos nos concentrando ao redor da lareira, sempre com alguma garrafa de vinho por perto. E foi isso. Eu e Marcelo, já somos parceiros de muitas canções desde os anos 70. O Pierre estava com muita disposição pra “letrar” e a Alexia também, muito musical e criativa. Enfim, as melodias nasciam. E nasciam realmente com uma grande fluidez. Lembro de uma noite, a Ana estava já dormindo, mas em algum momento ela chega à sala com uma melodia inteiramente pronta na cabeça... e das boas..
E quando nos demos conta, estávamos com mais de 10 músicas, com uma onda muito boa. A partir daí, a história tomou outro rumo. O Pierre querendo muito que esse trabalho fosse gravado e a partir daí constituíssemos uma banda. Só, que aquele momento mágico foi se perdendo. Por conta talvez de uma “urgência” do Pierre e também de, um, certo desespero dele de tomar as rédeas dessa história. Pra mim, ficou descartada a hipótese, que enquanto estávamos ao redor da lareira eu considerava, realmente, seguir com a idéia da banda. O Pierre ainda insistiu pra eu participar das gravações, mas eu falei pra ele, que só gravaria, no caso de eu produzir e arranjar aquelas canções. Mas ele tinha pressa, e como isso não aconteceu, preferi não participar desse projeto, um tanto confuso pra minha concepção, e com muita gente que não estava ao redor daqueles vinhos e daquela lareira. Desejo sucesso, mas acho uma pena à forma como as músicas foram tratadas no estúdio. Elas mereciam arranjos a altura das boas melodias que são.
- Mú e a guitarrista Ana Zingoni
janeiro 05, 2009
Tocar
Ary Dias em vôo solitário
Percussionista do grupo A Cor do Som detona “Tocar” seu primeiro disco solo
Gravado em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, com produção requintada de ninguém menos que Jim Gaines, produtor do Santana. O disco com doze faixas assinadas por Ary, conta com os craques Jorginho Gomes (bateria), Marcos Nimricheter (teclados e acordeom), Guilherme Maia (baixo) e Rodrigo Garcia (violão), além do toque para lá de especial do Miami Sound Machine (sopros) e dos vocais das cubanas Olgi Chirino e Angie Chirino, que acompanhavam Gloria Stefan.
Baiano de Salvador, Ary Dias, baterista antes de tudo, tem formação clássica, cursou a Universidade Federal da Bahia e integrou, durante quatro anos, a Orquestra Sinfônica da Bahia. Habilitado em música contemporânea, participou do Grupo de Música Contemporânea da UFBA, ao lado dos músicos e compositores Ernest Widmer, Lindenberg Cardoso, Piero Bastianelli e Agnaldo Ribeiro. Indicado, por Moraes Moreira, foi para o Rio de Janeiro integrar o grupo A Cor do Som que já contava com Dadi, Mu, Armandinho e Gustavo Schroeter. A banda teve reconhecido sucesso nacional e internacional, com dez discos gravados e diversos prêmios conquistados – entre os quais, o Prêmio Sharp 1997 de melhor grupo de música popular e o Prêmio Tim 2006 de melhor grupo de canção popular. Ao longo da carreira, Ary integrou as bandas de Gilberto Gil, Jorge Benjor e Rita Lee, além de ter gravado com Caetano Veloso, Chico Buarque, Erasmo Carlos, Luis Melodia, Carlinhos Brown e Tools Thilemans, entre outros. Como se não bastasse: Ary Dias é professor de percussão de música popular no Centro Musical Antonio Adolfo, a mais conceituada escola de música do Rio de Janeiro, e do Centro de Artes do Terreirão, um projeto cultural sem fins lucrativos. Com exclusividade, o músico e compositor concedeu entrevista contando algumas coisas do disco novo e da carreira.
Reportagem e fotos por Elias Nogueira
- Depois de anos de carreira, você lança seu primeiro disco solo?
- Eu sempre gostei de escrever e no início da minha carreira, além de músicos, convivi com muitos amigos compositores e poetas, o que alimentou muito esse hábito. Musicar meus textos aconteceu mais lentamente e se deu ao longo desses anos. Na verdade, minha primeira intenção era ter minhas músicas gravadas por alguns intérpretes. Como isso é uma tarefa difícil, a primeira oportunidade que surgiu de gravar um CD solo, resolvi registrá-las, sem maiores pretensões, o que só ocorreu em fins dos anos 90, e só agora consegui lançá-lo, independente!
- A escolha de gravar nos Estados Unidos foi sua? Como se deu?
- Não, a escolha não foi minha, foi um grande presente. Estava na hora certa, no lugar e com as pessoas certas. Se eu pudesse escolher, gravaria em casa, no Recreio dos Bandeirantes. Estava terminando uma grande e maravilhosa temporada com o Jorge Benjor – W Brasil - , quando recebi um convite do Evandro Mesquita, para gravar um CD com a Blitz, nos EUA. Aí, adorei a idéia: íamos gravar no Fort Lauderdale, Flórida. Lá fui eu, tudo de bom. Na bagagem levei uma fita-demo com algumas músicas, como fazia sempre. No final da gravação, o produtor musical Jim Gaines e o produtor executivo Henrique Garção se interessaram pelo meu trabalho e perguntaram se eu não queria fazer um CD. Mostrei a fita que tinha levado comigo e imediatamente fui convidado para voltar. Tive um mês para preparar essa volta. Mas foi maravilhoso, realmente um grande presente.
- É a primeira vez que você trabalha com Jim Gaines?
- Não, como disse anteriormente, trabalhamos juntos no CD da Blitz. Espero que tenhamos outras oportunidades, criamos uma amizade musical muito forte. Sendo produtor do Carlos Santana, sua sensibilidade para o lado percussivo da música é muito aguçado, embora esse meu disco dê mais ênfase ao lado compositor. Foi muito prazeroso ver a competência e a simplicidade de um produtor respeitado como ele, me deixando à vontade e confortável para criar.
- Jorginho Gomes, Marcos Nimricheter, Guilherme Maia... Você reuniu uma turma da pesada, em termos de som. Como foi? Eles viajaram com você para fora?
- Consegui mesmo reunir uma galera da pesada. Para mim são os melhores do mundo, falar de cada um levaria dias, são meus amigos, irmãos e parceiros. Foram todos comigo, inclusive o violonista Rodrigo Garcia, com todos os direitos e respeito que um músico merece, e que eu sei muito bem. Tudo isso partiu do sonho do empresário e produtor Henrique Garção, que apaixonado por música, resolveu investir em músicos que admirava. Alugou um estúdio em Fort Lauderdale, contratou o melhor produtor musical e nos levou. Deu carta branca para que eu convidasse os músicos que quisesse e nos acomodou numa bela casa e realizou o meu sonho de registrar minhas composições. Dei sorte de todos estarem disponíveis naquele período, tínhamos apenas um mês para matar tudo e o time tinha que ser mesmo de primeira. Basicamente, passávamos o dia trancado no estúdio e a noite, em casa fazendo os arranjos do dia seguinte. Mas tivemos momentos muito divertidos também, no qual um deles culminou com a composição da música “A Goma”, feita numa noite de volta do estúdio. Lá contamos com a participação maravilhosa, sugerida pelo Jim, do Miami Sound Machine no sopro e das cubanas Olgi e Angie Chirino, nos vocais, que se encaixaram muito bem no espírito da minha música.
- Teve três faixas que fora finalizadas no Brasil.
- O tempo lá fora foi muito curto para a gravação do CD: um mês. Faltavam poucos dias pra terminarmos as gravações e ainda estava faltando finalizar algumas vozes. Jim Gaines então sugeriu fecharmos no Brasil, o que era inclusive uma oportunidade para ele conhecer a terra. Foi ótimo. Aproveitei para convidar minhas amigas, Mariana Baltar e Anallu Guerra para participarem. Deu tudo certo, daqui, Jim voltou para seu estúdio em Menphis, para mixagem e masterização.
- Você Já tocou com vários nomes consagrados, além de fazer parte do renomado grupo A Cor do Som. Gostaria que comentasse?
- Foi e será um privilégio, uma benção, ter tocado com Moraes Moreira, Armandinho e o Trio Dodô e Osmar, Gerônimo, Luis Caldas, Gilberto Gil, Toni Platão, Luis Melodia, Jorge Benjor, Rita Lee, na Orquestra Sinfônica da UFBa, em canjas com todas as bandas de amigos, tudo é gratificante, só soma. A Cor do Som é minha referência maior, foi quem me projetou, são meus grandes amigos/irmãos. Estamos sempre juntos, tocando ou participando dos trabalhos um dos outros.
- A Cor do Som vai cair na estrada?
- A “A Cor do Som” nunca saiu da estrada. Estamos muito tranqüilos. Nosso pit stop às vezes é longo, mas consciente. Estamos sempre fazendo alguma coisa. Atualmente estamos produzindo muito individualmente, o que sempre é revertido para o coletivo. Estamos cada vez mais amigos e mais maduros, e retomando projetos para o próximo ano, talvez este ano ainda, mas tudo à nossa maneira e no tempo certo.
Percussionista do grupo A Cor do Som detona “Tocar” seu primeiro disco solo
Gravado em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, com produção requintada de ninguém menos que Jim Gaines, produtor do Santana. O disco com doze faixas assinadas por Ary, conta com os craques Jorginho Gomes (bateria), Marcos Nimricheter (teclados e acordeom), Guilherme Maia (baixo) e Rodrigo Garcia (violão), além do toque para lá de especial do Miami Sound Machine (sopros) e dos vocais das cubanas Olgi Chirino e Angie Chirino, que acompanhavam Gloria Stefan.
Baiano de Salvador, Ary Dias, baterista antes de tudo, tem formação clássica, cursou a Universidade Federal da Bahia e integrou, durante quatro anos, a Orquestra Sinfônica da Bahia. Habilitado em música contemporânea, participou do Grupo de Música Contemporânea da UFBA, ao lado dos músicos e compositores Ernest Widmer, Lindenberg Cardoso, Piero Bastianelli e Agnaldo Ribeiro. Indicado, por Moraes Moreira, foi para o Rio de Janeiro integrar o grupo A Cor do Som que já contava com Dadi, Mu, Armandinho e Gustavo Schroeter. A banda teve reconhecido sucesso nacional e internacional, com dez discos gravados e diversos prêmios conquistados – entre os quais, o Prêmio Sharp 1997 de melhor grupo de música popular e o Prêmio Tim 2006 de melhor grupo de canção popular. Ao longo da carreira, Ary integrou as bandas de Gilberto Gil, Jorge Benjor e Rita Lee, além de ter gravado com Caetano Veloso, Chico Buarque, Erasmo Carlos, Luis Melodia, Carlinhos Brown e Tools Thilemans, entre outros. Como se não bastasse: Ary Dias é professor de percussão de música popular no Centro Musical Antonio Adolfo, a mais conceituada escola de música do Rio de Janeiro, e do Centro de Artes do Terreirão, um projeto cultural sem fins lucrativos. Com exclusividade, o músico e compositor concedeu entrevista contando algumas coisas do disco novo e da carreira.
Reportagem e fotos por Elias Nogueira
- Depois de anos de carreira, você lança seu primeiro disco solo?
- Eu sempre gostei de escrever e no início da minha carreira, além de músicos, convivi com muitos amigos compositores e poetas, o que alimentou muito esse hábito. Musicar meus textos aconteceu mais lentamente e se deu ao longo desses anos. Na verdade, minha primeira intenção era ter minhas músicas gravadas por alguns intérpretes. Como isso é uma tarefa difícil, a primeira oportunidade que surgiu de gravar um CD solo, resolvi registrá-las, sem maiores pretensões, o que só ocorreu em fins dos anos 90, e só agora consegui lançá-lo, independente!
- A escolha de gravar nos Estados Unidos foi sua? Como se deu?
- Não, a escolha não foi minha, foi um grande presente. Estava na hora certa, no lugar e com as pessoas certas. Se eu pudesse escolher, gravaria em casa, no Recreio dos Bandeirantes. Estava terminando uma grande e maravilhosa temporada com o Jorge Benjor – W Brasil - , quando recebi um convite do Evandro Mesquita, para gravar um CD com a Blitz, nos EUA. Aí, adorei a idéia: íamos gravar no Fort Lauderdale, Flórida. Lá fui eu, tudo de bom. Na bagagem levei uma fita-demo com algumas músicas, como fazia sempre. No final da gravação, o produtor musical Jim Gaines e o produtor executivo Henrique Garção se interessaram pelo meu trabalho e perguntaram se eu não queria fazer um CD. Mostrei a fita que tinha levado comigo e imediatamente fui convidado para voltar. Tive um mês para preparar essa volta. Mas foi maravilhoso, realmente um grande presente.
- É a primeira vez que você trabalha com Jim Gaines?
- Não, como disse anteriormente, trabalhamos juntos no CD da Blitz. Espero que tenhamos outras oportunidades, criamos uma amizade musical muito forte. Sendo produtor do Carlos Santana, sua sensibilidade para o lado percussivo da música é muito aguçado, embora esse meu disco dê mais ênfase ao lado compositor. Foi muito prazeroso ver a competência e a simplicidade de um produtor respeitado como ele, me deixando à vontade e confortável para criar.
- Jorginho Gomes, Marcos Nimricheter, Guilherme Maia... Você reuniu uma turma da pesada, em termos de som. Como foi? Eles viajaram com você para fora?
- Consegui mesmo reunir uma galera da pesada. Para mim são os melhores do mundo, falar de cada um levaria dias, são meus amigos, irmãos e parceiros. Foram todos comigo, inclusive o violonista Rodrigo Garcia, com todos os direitos e respeito que um músico merece, e que eu sei muito bem. Tudo isso partiu do sonho do empresário e produtor Henrique Garção, que apaixonado por música, resolveu investir em músicos que admirava. Alugou um estúdio em Fort Lauderdale, contratou o melhor produtor musical e nos levou. Deu carta branca para que eu convidasse os músicos que quisesse e nos acomodou numa bela casa e realizou o meu sonho de registrar minhas composições. Dei sorte de todos estarem disponíveis naquele período, tínhamos apenas um mês para matar tudo e o time tinha que ser mesmo de primeira. Basicamente, passávamos o dia trancado no estúdio e a noite, em casa fazendo os arranjos do dia seguinte. Mas tivemos momentos muito divertidos também, no qual um deles culminou com a composição da música “A Goma”, feita numa noite de volta do estúdio. Lá contamos com a participação maravilhosa, sugerida pelo Jim, do Miami Sound Machine no sopro e das cubanas Olgi e Angie Chirino, nos vocais, que se encaixaram muito bem no espírito da minha música.
- Teve três faixas que fora finalizadas no Brasil.
- O tempo lá fora foi muito curto para a gravação do CD: um mês. Faltavam poucos dias pra terminarmos as gravações e ainda estava faltando finalizar algumas vozes. Jim Gaines então sugeriu fecharmos no Brasil, o que era inclusive uma oportunidade para ele conhecer a terra. Foi ótimo. Aproveitei para convidar minhas amigas, Mariana Baltar e Anallu Guerra para participarem. Deu tudo certo, daqui, Jim voltou para seu estúdio em Menphis, para mixagem e masterização.
- Você Já tocou com vários nomes consagrados, além de fazer parte do renomado grupo A Cor do Som. Gostaria que comentasse?
- Foi e será um privilégio, uma benção, ter tocado com Moraes Moreira, Armandinho e o Trio Dodô e Osmar, Gerônimo, Luis Caldas, Gilberto Gil, Toni Platão, Luis Melodia, Jorge Benjor, Rita Lee, na Orquestra Sinfônica da UFBa, em canjas com todas as bandas de amigos, tudo é gratificante, só soma. A Cor do Som é minha referência maior, foi quem me projetou, são meus grandes amigos/irmãos. Estamos sempre juntos, tocando ou participando dos trabalhos um dos outros.
- A Cor do Som vai cair na estrada?
- A “A Cor do Som” nunca saiu da estrada. Estamos muito tranqüilos. Nosso pit stop às vezes é longo, mas consciente. Estamos sempre fazendo alguma coisa. Atualmente estamos produzindo muito individualmente, o que sempre é revertido para o coletivo. Estamos cada vez mais amigos e mais maduros, e retomando projetos para o próximo ano, talvez este ano ainda, mas tudo à nossa maneira e no tempo certo.
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