dezembro 17, 2008

Cacau Brasil

Cacau Brasil arremessa Acordes Pro Mundo

O CD/DVD conta com participações de Alceu Valença, Flávio Venturini, Ballet Oficial da Macedônia e percussionistas do Senegal

Acordes Pro Mundo é o primeiro trabalho gravado ao vivo do cantor e compositor Cacau Brasil, vem repleto de participações especiais. Gravado durante show no Anfiteatro Dragão do Mar, em Fortaleza, trazem a espontaneidade e alegria dos ritmos regionais, como canções poéticas e as influências culturais de diversos países, assimiladas principalmente em eventos internacionais, como o festival de Montreux, na Suíça, e o Third Ear, na Macedônia.

No DVD, os puristas e amantes da boa música podem conferir a beleza do cenário, inspirado em elementos regionais que traçam contrastes entre cores e formas para complementar a concepção musical. No repertório, Acordes Pro Mundo, traz músicas dos trabalhos anteriores – Cor da Terra (2002), Visionário (2005) e Imaginário (2007) – além de três composições inéditas, Voa Guerreiro, Pele de Couro e História Linda. Em conversa o mineiro Cacau Brasil fala de tudo um pouco.

Reportagem por Elias Nogueira
eliassnogueira@gmail.com

- Já era hora do Cacau lançar um trabalho ao vivo?
- Sim, já era tempo de mostrar ao público a intensidade do trabalho ao vivo. Depois de três discos gravados em estúdio e da experiência de turnês pelo Brasil e exterior, havia a necessidade de reunir parceiros, influências, cores, ritmos e músicas que fizeram parte dessa trajetória.

- Como foi feita a seleção de repertório?
- Acordes Pro Mundo é um trabalho que busca mostrar as diferentes influências culturais e musicais que recebi no decorrer da minha carreira. As músicas foram escolhidas pela vivência de shows, pela identificação entre autor e público, mostrando a diversidade do meu trabalho. Além das músicas dos discos anteriores, Acordes Pro Mundo tem músicas inéditas, como História Linda, uma parceria com Flávio Venturini, e Voa Guerreiro, simbolizando a atitude desta nova fase.

- Gostaria que comentasse as participações de nomes como Flávio Venturini, Alceu Valença, Lui Coimbra, além dos senegaleses Dabo e Sisokho.
- Essas participações se deram de uma forma natural no meu trabalho. Flávio Venturini e Alceu Valença, por exemplo, são grandes amigos e parceiros musicais, que iluminam minha arte. Com Alceu, fizemos shows e turnês juntos, como o Festival de Montreux, na Suíça, no ano passado, além de termos participado de trabalhos um do outro. Já Alboury e Cherifo, conheci durante minhas participações em feiras e shows na Europa, já que tenho uma forte ligação com as cores e raízes da musicalidade afro, que são muito presentes na nossa arte brasileira.

- Ainda teve Ballet da Macedônia...
- Quando participei, no ano passado, do festival Third Ear – Balkan Music Square, na Macedônia, o Ballet Oficial desse país concebeu coreografias para algumas músicas minhas e participou do meu show. Com o apoio do Ministério da Cultura da Macedônia, conseguimos consolidar a participação deles no DVD, ampliando as possibilidades de movimento e estética do Acordes Pro Mundo.

- Fale das canções inéditas?
- Este trabalho conta com duas novas canções autorais: História Linda, uma parceria com Flávio Venturini, que resgata nossas memórias da infância passada no interior de Minas; e Voa Guerreiro, que abre o CD/DVD representando o despertar da vivência artística e trocas culturais pelo mundo.

- Como é a primeira entrevista que faço com você, gostaria que comentasse sobre seus trabalhos anteriores - Cor da Terra (2002), Visionário (2005) e Imaginário (2007).
- Cor da Terra foi meu primeiro trabalho autoral, acústico, onde eu registrei poesias e contei com o envolvimento de jovens músicos da ONG Tapera das Artes, que é parte da minha vida. Visionário teve a participação de Dominguinhos e foi produzido pelo amigo Pantico Rocha, dando início à fusão de outras influências musicais aos ritmos brasileiros, como rock, blues, jazz, reggae, entre outros. Já Imaginário foi meu diálogo com outros compositores e culturas, e contou com a participação de Alceu Valença e produção de Paulo Rafael.

dezembro 08, 2008

The Pop's


Dois relançamentos agitaram o início do mês de dezembro.

O produtor Marcelo Fróes revitaliza os dois primeiros discos da lendária banda instrumental dos anos 60 - The Pop’s. Conhecido como os discos das botinhas, com capas semelhantes, a bolachinha pode ser, agora, adquirido com bônus, encarte e informações gerais para colecionador nenhum colocar defeito.

O lançamento é mais um, dos mais dez já lançados, pelo selo Discorbertas em parceria com a Coqueiro Verde. Em tarde autógrafos os integrantes originais da banda J. Cezar, Parada (bateria), Silvio Parada (baixo) e Pipo (guitarra base) distribuíram assinaturas para vários fãs antigos e, também seguidores da nova geração.


A imprensa esteve presente e pode conferir na Livraria Saraiva Mega Store no Centro do Rio de Janeiro no dia 4 de dezembro.

dezembro 03, 2008

A voz feminina que vem da fronteira

Raquel Becker é do signo de Leão, nascida em Uruguaiana fronteira com a Argentina, veio com seus pais para Brasília com quatro anos de idade e desde pequena teve contato com a música ao ganhar de seu progenitor um violão quando ainda tinha seis anos. Nos anos 80 ouvindo novas bandas e, todos sabem que Brasília é um dos principais centros dessa, então nova safra, de talentos. Raquel Benchimol Oliveira ainda adolescente começa a tocar bateria, primeiro por influência da banda de rock, norte americana, Kiss que veio ao Brasil em 1985 e posteriormente, por diversos conjuntos de rock que havia em Brasília e que ensaiavam nos finais de semana. “Fui baterista uns sete anos e toquei em algumas bandas de Brasília e acompanhei alguns artistas locais e nacionais” detalha a cantora
que aprendeu outro instrumento. “Estudei violão e canto, fiz diversos jingles para comerciais de TV e rádio na criação das letras, voz e na produção dos mesmos. Fiz diversos shows em teatros e casas noturnas em Brasília”. Em conversa, Raquel Becker comenta sobre o primeiro disco de carreira “Melhor lugar”.

Por Elias Nogueira
eliassnogueira@gmail.com


Compositora
- Tenho certa facilidade nas letras e como toda bela canção precisa ter uma melodia que dê vida a escrita, busquei parceiros que dessem alma para elas. Pessoas com linguagem parecida com a minha, mas com uma experiência melódica maior do que eu.

Jorge Vercillo, Leoni, Paulo Sérgio Valle
- Aconteceu numa visita que fiz a Editora da Warner junto com um compositor e produtor, Nildomar Dantas. O diretor da editora, a qual o Nildomar faz parte, me apresentou uma série de canções o que me deu de presente essas lindas músicas, de três ícones da MPB. Agradeço de coração.

Repertório
- A escolha foi minha. Além de adorar os três citados, as músicas se enquadram perfeitamente no que busquei para meu CD.

Gaúcha, Brasília, Rio de Janeiro...
- Nasci no Rio Grande do Sul e aos quatro anos de idade meus pais vieram pra Brasília, onde me criei e tive a oportunidade de ver de perto no final dos anos 80 e início dos 90. Brasília sendo o cenário do Rock do Brasil foi quando conheci de perto Renato Russo, a Cássia Éller e o Capital Inicial. Era uma jovem adolescente começando a tocar bateria. Inclusive meu primeiro bumbo de bateria, comprei do Fê Lemos do Capital Inicial. Brasília é uma grande escola, fiz muitos shows por lá, acho que já toquei e cantei em quase todos os lugares possíveis. Foi isso que me preparou para poder estar, agora, alçando vôos maiores. O Rio de Janeiro é o coração artístico brasileiro, estar no Rio é fundamental para qualquer artista que deseja que sua arte seja vista em todo país.
Independência
Este disco foi lançado por um selo independente chamado Zap Records e está sendo distribuído por uma das maiores distribuidoras da América Latina que é a Microservice e foi todo financiado por mim. Então eu acho que meu CD é meio independente no sentido de não ter uma multinacional ajudando a divulgar e assessorar o trabalho. Que é uma pena!

Publicado originalmente na edição 145 da international Magazine
Foto: Livio Campos
Aline Duran é cantora e compositora de reggae, compôs todas as faixas (são onze faixas ao todo) do primeiro CD “Novo dia”. Uma delas, parceria com o Black Alien na faixa “Pra quem Jah olha". Ela teve músicos conceituados no cenário atual participando deste trabalho como Bi Ribeiro, João Fera, Ronaldo Silva, Marlon Sette, Rodrigo Sha, dentre outros. A nova aposta no cenário do reggae brasileiro se identificou com a música jamaicana desde a primeira vez em que a ouviu, principalmente com os artistas de reggae que tocavam em 1990, além, é claro, dos nomes clássicos do reggae. Aos 20 anos (hoje com 25), decidiu se tornar musicista profissional, ela já estava envolvida com a cena de São Paulo. Em 2003, acabou entrando para uma banda chamada ‘Moziah’, na qual era backing vocal. A partir daí, sua relação com o ritmo jamaicano e com a cultura rastafári aumentou e começou a compor suas próprias canções. Há pouco mais de um ano, Aline deixou a banda para dar início à sua carreira solo. Acompanhe o bate-papo que a cantora teve com o International Magazine.

Por Elias Nogueira
eliassnogueira@gmail.com


- Antes de lançar "Novo dia" você já havia gravado.
- Sim, gravei um CD Demo. Divulguei por cerca de um ano e meio, até que este trabalho chamou a atenção do Rafael Ramos em 2008, e então gravei “Novo Dia” pela Deckdisc.

- O que te levou ao reggae?
- Sempre gostei muito de reggae por ser uma música cheia de sentimento, capaz de mexer com o estado de espírito e causar paz, positividade e reflexão intelectual. Percebi que minhas composições faziam parte desta linguagem musical e que era o ritmo que estava dentro de mim. Por sentir esta identificação espiritual com o reggae, resolvi ter uma banda deste estilo, e daí comecei toda a minha trajetória na música.

- Desde quando você se descobriu para a música?
- Desde a minha adolescência eu já gostava de me expressar através da música, participava de concursos, meus primos tinham banda e me deixavam cantar, às vezes. Mas com o tempo fui percebendo que o sentido da minha vida estava na música e que sem ela as coisas pareciam estar fora do lugar e eu não estava fazendo a coisa certa, então vi que meu caminho era este e resolvi levar a coisa a sério aos 19 anos, quando decidi me tornar uma musicista profissional.

- Você se cercou de músicos conceituados no cenário. Jota Moraes, Bi Ribeiro, João Fera, Rodrigo Sha... Como foi isso?
- Foi ótimo, tive a oportunidade de conhecê-los através do meu produtor Rafael Ramos que mostrou minhas músicas pra eles, que acabaram gostando da idéia e quiseram participar deste meu trabalho. E, claro, acrescentando muito às músicas e ao disco como um todo.

- Fale como foi feita a seleção do repertório? Você escolheu sozinha?
- O repertório do disco contém sete das dez músicas contidas no meu CD demo, além de outras composições inéditas minhas, que escolhi junto com o Rafael. Ele sugeriu que eu fizesse uma versão para “Everything I own” (música de grande sucesso nos anos 70 do grupo Bread), e acabei tendo uma inspiração pra esta música a tempo de gravá-la e incluí-la neste álbum também.

- "É com você" é a música de trabalho. Você acredita que exista música de trabalho, ou pode acontecer naturalmente?
- Acredito que existam músicas com um maior potencial de aceitação no mercado, assim como músicas que acontecem naturalmente através da opinião do público. “É com você” foi a uma das músicas que mais chamou a atenção do Rafael para o meu trabalho e também, desde o lançamento da minha demo, ela já era uma das preferidas do meu público. Torná-la a música de trabalho deste álbum “Novo Dia” foi uma conseqüência desta aceitação natural das pessoas.

Publicado originalmente na edição 146 da International Magazine
Foto: Markos Fortes

novembro 11, 2008

Cactus Cream



















A banda, carioca, Cactus Cream - Paulo Metello (vocal, guitarra e violão), Arthur Brasil (baixo), Beto Callado (guitarra) e Leandro Vairo (bateria), é ativa na cena independente desde 1998. Desde então, eles lançaram vários discos. Com elementos indie, rock, pop, melódicos e poéticos, às vezes pesados e psicodélicos, dançante ou apenas ouvir. As influências são diversas e incluem Velvet Underground, Beatles, David Bowie, Kraftwerk, Scott Walker, Leonard Cohen, Mutantes, Los Hermanos, Echo and the Bunnymen, Jesus and Mary Chain, Strokes, Interpol, Arctic Monkeys, Rapture, CSS, The Cure e outros. Eles compõem em Português e Inglês. Em entrevista com Paulo Metello, fundador da banda, fala da história, discos e novidades do grupo. Pude conferir o ensaio, dos rapazes, em Copacabana dentro de um estúdio frio! Veja os melhores momentos da conversa.

Fotos: Elias Nogueira


- Gostaria que falasse como foi criado o Cactus Cream. Como surgiu a idéia de fazer a banda?
- Bom. Isso começou em meados dos anos 90, quando eu começava a tocar baixo junto com o guitarrista Francisco, um amigo de infância que fundou a banda junto comigo. No começo a gente tirava umas músicas do Cure, Smiths, Beatles, Pink Floyd entre outros e ensaiava no quarto mesmo.

Logo começamos a fazer nossas próprias composições e chamamos alguns amigos da faculdade para completar o time. Pensamos em vários nomes e demorou até chegar em “Cactus Cream". O nome resume bem a proposta da alternância entre melodia pop, climas mais suaves e peso experimental.

Na verdade, a banda chegou a se chamar “Medellin” e o som era uma espécie de “Noise Punk” - uma mistura de Sonic Youth com Sex Pistols, bem pesado e barulhento, mas era difícil explicar pra polícia o nome da banda e resolvemos mudar tanto o nome quanto o estilo musical! (risos)

Lembro que fizemos o primeiro show em uma festa de aniversário em uma churrascaria em Niterói. Foi um show muito estranho e etílico. Terminamos bem bêbados à noite, mas o público gostou. Depois fomos fazendo mais shows e a coisa começou a engrenar e a se consolidar.

- Logo de cara arremessam “Envelhecido em Barris de Memória”, produzido pelo Tom Capone. Como foi isso?
- Isso foi em 1998. Na verdade o Tom produziu uma das músicas do CD (a faixa “Onde Penso Estar”) e deu uns toques no geral.
O cara ouviu a música gostou e resolveu fazer uma mixagem que ficou muito legal e fez toda a diferença. O cara era uma grande figura! Muito talento e simplicidade! Foi uma grande perda!

A maior parte da produção ficou a cargo do Vitor e do Junior Tostoi que tocavam na banda Vulgue Tostoi. Hoje o Jr toca guitarra com o Leninne. Eles fizeram a mixagem e deram toques na produção do material que foi gravado num gravador de rolo de oito canais no estúdio Estação do Som em Botafogo.

- Fale do segundo disco?
- O segundo disco se chama “Elefante Be Bop” e foi gravado em 2003 e lançado em início de 2004 pelo selo independente Ettorerock e conta com 12 músicas. Na verdade chegamos a lançar o single “Alegria Espectrônica” no final de 2002 antes de gravar o Elefante. A música também entrou no repertório do disco.

O Marcelo Teófilo (produtor e dono do selo) recebeu um material da gente e gostou muito. Ele quis lançar um CD nosso pelo selo dele e começou a produção com a gente. Fizemos uma pré no estúdio caseiro do amigo e compositor de mão cheia Fernando Pennafort. Lá fomos delineando e marcando as bases das músicas que iríamos gravar. Nessa época, o Beto Callado, que estava tocando baixo e hoje toca guitarra no Cactus, e o Adriano Farias (bateria) estavam entrando pra banda. Fizemos muitos ensaios no apartamento do Adriano em Copacabana antes de ir para o estúdio gravar.

Gravamos as músicas ao vivo e colocamos as vozes e “overdubs” depois. A captação também foi no estúdio Estação, mas agora, com um equipamento bem mais moderno e com mais possibilidades.

Uma parte do material foi produzida no próprio estúdio Estação pelo Rogério Furtado e pela banda. A outra, parte, foi no estúdio do Ricardo Depresound nosso amigo e ótimo produtor. Lá buscamos dar um ar mais psicodélico e etéreo ao disco, cheio de referências e samples com sons variados. A idéia era dar um tom, tanto de bandas ácidas dos anos 60 (Mutantes, Beatles e Pink Floyd), quanto de bandas pós-punk dos 80 (Violeta de Outono, Jesus And Mary Chain e Echo And The Bunnymen). Por outro lado, a gente estava ouvindo muito o primeiro CD do Strokes, que influenciou no lado mais energético e direto do trabalho.

O CD foi muito bem recebido no geral e ainda rendeu o clipe da música “Antes e Depois”. Dirigido pelo nosso amigo e DJ Richard Fuzz. O clipe, feito em película, circulou pela programação da MTV e tinha esse tom viajante do CD. Tem também o clipe da música “Ponto de Fuga” dirigido e animado por Intervalo Produções, estúdio renomado de animação do nosso amigo Levi Luz.

O trabalho, uma intrigante animação feita com desenhos aquarelados feitos à mão livre, levou um bom tempo e ficou muito legal.
Será lançado oficialmente na MTV em breve. Algumas músicas também foram tocadas em algumas rádios e pistas de dança pelo Brasil. O CD ficou de ser relançado remasterizado pelo selo Pisces Records.

- Vocês lançaram dois EPs?
- É verdade, um em 2005 “Pequena Sinfonia de Bolso” e outro em 2006 “Disco Punk Drunk”. Fizemos também o pré-lançamento no MySpace este ano de um terceiro EP antes de lançarmos oficialmente. O EP se chama “Dance Surreal Studio” e estamos remasterizando para lançamento oficial nos próximos dias. Uma das músicas deste CD “Nuvens de Hortelã” entrou na trilha sonora do Filme “Rainhas” que foi exibido no mais recente Festival de Cinema do Rio.

O EP “Pequena Sinfonia de Bolso” foi produzido pelo músico e produtor Claudio Lyra, sobrinho do Carlos Lyra, ícone da Bossa Nova.
Apesar de transitar no terreno da música brasileira, ele gosta, também, de Rock e fez um trabalho mais limpo buscando a clareza das melodias. Esse foi o primeiro CD gravado já com o Arthur Brasil que já vinha tocando baixo com a gente desde o ano anterior.

No ano de 2006, o grupo deu um intervalo e fiquei compondo algumas músicas no meu estúdio caseiro. Depois que tinha algumas músicas, levei tudo até o estúdio do Arthur, que domina muito os programas de gravação e, tem um excelente equipamento. Ali fizemos a base do EP “Disco Punk Drunk”, e com calma, pudemos explorar vários timbres e idéias de produção. Depois levamos para o estúdio e fizemos o arremate. Algumas músicas do CD foram tocadas também em rádios e pistas de casas noturnas cariocas, principalmente a música “Disco Punk”. Essa música, também, rendeu um clipe feito pela Intervalo Produções. Uma incrível animação com monstros e robôs lutando e que serviu de abertura para o Filme Mega Powers. Na trilha do filme podemos encontrar várias músicas do Cactus Cream de várias fases da banda.

- Quantas formações o Cactus Cream já teve? Você é o único da primeira formação?
- Tivemos umas quatro formações básicas. A atual está muito legal. O som está fluindo como nunca e a galera pensa, muito, parecido sem perder a individualidade. Estou desde o início, mas acredito que todos contribuíram, ao longo do caminho, com suas parcelas nos arranjos das composições que venho desenvolvendo desde então.

O Arthur toca na banda desde 2004 e o Beto voltou esse ano pra banda, assumindo a guitarra. Eu estou no vocal, violão e guitarra.
Na bateria entrou o Leandro Vairo. O engraçado é que eu o chameiele pra tocar no meio de uma pelada no Colégio Santo Agostinho, que é o lugar de encontro dos músicos que gostam de jogar uma bola. Todos da banda batem uma bolinha no Santo Agostinho. O Leandro entrou muito bem na banda e fez a liga. Algumas vezes contamos com a participação especial do Kiko Ramos e Alberto Mattos que tocam com o Nervoso.

- A banda está lançando uma caixa com três discos. Gostaria que comentasse.
- Estamos lançando uma caixa ainda intermediária com parte do material que lançamos nos últimos anos. A idéia, mais tarde, é lançar todos CDs gravados até o momento, em uma caixa maior e mais completa. Estamos estudando algumas opções de lançamento.

- Nova formação, novo disco e novos horizontes? Pode-se falar que é um retorno do Cactus Cream?
- Acho que a banda veio se reformulando no decorrer desse ano e acho que estamos num momento muito legal de evolução e inspiração! Fizemos um show de estréia muito bacana no Cine Lapa e estamos com outros marcados. Muitos contatos legais, através do nosso, www.myspace,com/cactuscream, foram feitos também. Nossas músicas foram e estão sendo tocadas em rádios norte-americanas, inglesas e brasileiras. O público em geral vem recebendo muito bem nossas músicas, tanto no Brasil, quanto no exterior.

Acho que poderíamos encarar como uma evolução continuada. Vejo um Cactus Cream com muita mais química, vontade de tocar e real paixão pela música. Estamos com muitas possibilidades reais pela frente e disposição de trabalhar com empenho para vencer as dificuldades que permeiam o meio musical atual. Estamos avançando para alcançar o que almejamos.

outubro 31, 2008

Vida Real - Gustavo Lins



A “Vida Real” de Gustavo Lins!

Mais experiente, cantor e compositor lança disco depois de dois anos

Com mais de 100 músicas gravadas por ele e por artistas dos mais variados gêneros, este jovem de 22 anos de idade, o também cantor Gustavo Lins, lança seu quinto álbum, “Vida Real”, com um repertório quase todo autoral.

Ao todo, o disco, produzido pelo Leandro Sapucahy, traz 11 composições próprias e três regravações. Neste trabalho, Gustavo Lins chama atenção para seu amadurecimento como intérprete e para uma sonoridade que se aproxima do samba tradicional, com uma pegada mais forte, valorizando, mais, instrumentos.


No repertório, o amor é o foco principal em suas diversas características. O disco começa com “Flashback” (Gustavo Lins e Neném Chamma) que revela a recaída de um amor mal resolvido.

“Sol e luar”, faixa belíssima, Gustavo tem como parceiro o experiente compositor Carlos Colla, que tem o dom de fazer músicas pegajosas e estourarem nas rádios.

O primeiro single, “Liberdade” (Gustavo Lins e Jerominho Fernandes), pode ser ouvido nas rádios. A faixa-título, uma canção romântica, escrita com seu parceiro Umberto Tavares, revela a felicidade estampada na cara de quem descobre um novo amor.

Ainda figuram no CD belas músicas como, “Passou” (Arnaldo Saccomani, Thais Nascimento e Gustavo Lins) e três regravações: “Garotos II de Leoni “Tanto amor pra dar”, de Arlindo Cruz, Délcio Luiz e Marquinhos PQD e “Menina mulher”, do grupo Beijo na Boca.
Veja o que Gustavo Lins falou a respeito de “Vida Real”


Por Elias nogueira
eliassnogueira@gmail.com


- Como foi feito a seleção de canções que não são autorais? Foi você quem escolheu?
- Bom, a regravação de "Garotos" foi uma sugestão do João Augusto, presidente da gravadora, e as outras duas músicas foram idéias que surgiram em conversas minhas com o Leandro Sapucahy.

- Fale das autorais. Todas foram feitas para o disco?
- As autorais não foram necessariamente feitas pro meu disco. O processo de seleção das minhas músicas aconteceu naturalmente, ao longo dos dois anos que fiquei sem gravar um disco de inéditas.

- Gravar Arlindo Cruz foi difícil pra você?
- Não foi difícil e sim uma honra. A música "Tanto Amor Pra Dar" tem uma letra muito bonita e uma melodia muito gostosa de se cantar.

- Porque o nome do disco é Vida Real?
- Por que o disco é um retrato muito verdadeiro do que sou e do momento que vivo. As canções falam de situações vividas por mim.

- Você é compositor da linha, samba, da nova geração. É compositor com várias canções na voz de outros artistas que não são do samba como Kelly Key e Angélica. Quando você escreve uma música, você pensa nela como samba ou pode sair outro estilo?
- Penso nela no estilo que ela tem que ser. Se estiver fazendo um pop, vou pensar em um pop. Se estiver fazendo samba, penso em samba, não costumo fazer adaptações.

- O que foi mais difícil e o mais fácil fazer em - Vida Real?
- O mais difícil foi o processo de colocação de vozes, que exigiu muito empenho da minha parte. E o mais fácil foi à escolha do repertório, já que eu e o Leandro Sapucahy nos entendemos muito bem.

outubro 09, 2008


Zé Rodrix em revista

Compositor, multiinstrumentista e escritor em conversa afinada com exclusividade.

José Rodrigues Trindade, conhecido nacionalmente como Zé Rodrix, carioca, 60 anos, compositor, publicitário e escritor. Filho de um mestre-de-banda, estudou no Conservatório Brasileiro de Música e na Escola Nacional de Música, onde aprendeu, além de teoria musical, harmonia e contraponto, piano, acordeom, flauta, saxofone e trompete.



Além de carreira solo bem sucedida, Zé Rodrix fez parte de importantes grupos musicais. Em 1966 integrou o conjunto Momento Quatro, com quem se apresentou no III Festival de Música Brasileira da TV Record em 1967, acompanhando Marília Medalha, Edu Lobo e o Quarteto Novo com "Ponteio". No início dos anos 70 foi integrante do Som Imaginário. Integrou grupos conceituados como o trio Sá, Rodrix e Guarabyra e o grupo pré-punk Joelho de Porco.


Autor de sucessos, em sua própria interpretação, como "Soy latino americano" e “Mestre Jonas” e na voz de outros cantores como "Casa no campo", composta em parceria com Tavito, que se tornou uma pérola na voz de Elis Regina.

Como escritor, desenvolveu uma trilogia composta por "Johaben: Diário de um Construtor do Templo" (1999) , "Zorobabel: Reconstruindo o Templo" (2005) e "Esquin de Floyrac: O Fim do Templo" (2007). Seus livros são literatura recomendada nas Lojas Maçônicas. Fez jingles memoráveis no mercado publicitário nacional. Em entrevista exclusiva, Zé Rodrix, fala de carreira e outras coisas!






- O que Zé Rodrix anda fazendo profissionalmente?
- Tudo que sempre fiz, e mais um pouco. Tenho um birô de criação chamado Crianon, trabalhando para vários clientes do mercado nacional. Faço shows com Sá e Guarabyra desde 2001, com Tavito desde 2006 e comigo mesmo desde 2007. Além disso, já lancei os três volumes da “Trilogia do Templo” (Editora Record) que estão sendo negociados para lançamento em Portugal e Espanha em 2009. Com o trio estamos gravando mais um CD (36 Anos de estrada) e no fim do ano, lanço meu CD/DVD “As Canções”, gravado com a Jazz Big Band da Associação dos Artistas de Santos.





- O que dá mais prazer ao Zé Rodrix? Ser compositor, multiinstrumentista, cantor, publicitário ou escritor?
- Meu prazer é fazer tudo que sei fazer, porque o desprazer está sempre em ter que fazer o que nao sei.





- O Zé Rodrix, um dos diretores do espetáculo “Rei lagarto”, sobre a vida de Jim Morrison, pediu demissão. Tomou a decisão ao saber que a peça, com Lei Rouanet. Como foi isso?
- Não acho honesto que o dinheiro de todos (impostos) seja gasto no financiamento da aventura pessoal de alguns. Se desejam financiadores, que busquem sócios no mercado real, como eu sempre tenho feito. Ou então se preparem, ao usar dinheiro público, a fechar a bilheteria de seus espetáculos e dá-lo ao publico, de graça, como forma de devolver ao dono do dinheiro aquilo que foi usado.





- Você esteve presente na grande mídia durante muitos anos. Atualmente você anda afastado dela.
- Estar na mídia, hoje em dia, significa pagar para estar nela. Como só me aproximo da mídia em meu próprio benefício, seja para aparecer, seja para ganhar, não estou mais no caríssimo carrossel de tolices que passa por mídia hoje em dia entre nós. E garanto que não me faz falta. Nunca trabalhei tanto, nunca tive tantas oportunidades se avolumando. Nunca ganhei tanto dinheiro, que gasto comigo mesmo, e não com a mídia. Talvez o respeito que eu esteja colhendo daqueles que me são importantes, estejam exatamente nisto que você chama de “estar afastado da mídia”.



- São grupos que serviram para formar o meu respertorio de conhecimentos musicais, e ainda tenho em todos eles inumeros amigos de fé e do peito. Convivemos sempre que possível, e o trio está atualmente gravando mais um CD depois de nossa volta em 2001.



- Você teve uma carreira solo onde obteve um grande êxito, mas mesmo assim, ingressou no Joelho de Porco.
- O Joelho nao era um grupo musical, era uma terapia caríssima e divertidíssima, que colocavamos em prática cada vez que precisávamos divulgar a nossa produtora de publicidade. Como sempre dizíamos, “só existe uma coisa mais ridícula que levar conjuntos de rock a sério: é (levar-se a serio) em conjuntos de rock…” Não houve nenhuma troca. Eu enchi o saco da cena musical e resolvi me afastar dela conscientemente, o que durou de 1982 ate 2001.





- Recentemente você teve alguns de seus discos relançados em CD? 



- A EMI Odeon lançou em CD meus três primeiros discos solo, e o fez sem me avisar. Nem pediu permissnao para isso. Minha vingança é que eu ja tinha conhecimento de copias piratas dos mesmos, vendendo na galeria do Rock. Por isso fui la e autografei todos. Prefiro ser roubado pela iniciativa brasileira que por uma major internacional…





- Você participou do primeiro disco dos Secos & Molhados.
- Eu, junto com Luli, quem apresentou Ney ao João Ricardo. Dai em diante, nos mantivemos em contato, principalmente através do Moracy Doval, empresário deles. Na época da gravação do LP, me convidaram para tocar e escrever as cordas de “Fala”, última faixa do disco. Infelizmente, por algum problema, que não entendo, minha participação foi desqualificada, porque não mencionaram nada que eu tenha feito a não ser estas cordas. O acordeom do “Vira”, o solo de moog em “Fala”, pianos em duas outras faixas que não me recordo. Quando foram fazer o segundo disco, me chamaram para repetir a performance, gentilmente recusei. Ney, ao se separar do grupo, gravou uma música minha com Sá chamada “O povo do ar”.



- Gostaria que comentasse sobre algumas músicas que são emblemáticas, em minha opinião, no repertório da música brasileira.


Quando Será?
- Uma mote cubano, muito utilizado em Porto Rico - quando sera el dia de my suerte, sé que antes de my muerte este dia llegará - e que eu coloquei em outro contexto, criticando a eterna esperança nacional, que nunca resulta em nada, mas mantém os esperançosos vivos para sofrer mais um dia.





Mestre Jonas
- Mais uma de minhas canções com inspiração da Bíblia. Guarabyra me chamou a atenção para este personagem, e eu, sem paciência para esperar por ele, acabei fazendo a música sozinho, ressaltando o lado Jonas moderno que todos nós possuímos.



Casa no Campo
- Letra feita num ônibus entre Brasilia e Goiania, em 1971, que Tavito musicou logo que chegamos ao hotel. Só fomos lembrar dela quando nos pedirm uma música pra o Festival de Juiz de Fora de 1971, que ganhamos. Um dos prêmios era participar do Festival da Canção da TV Globo, e a Elis ouviu a música e quis gravá-la.



Soy Latino Americano
- Uma “guajira” cubana tipica ( três acordes que vão e vem ) e uma intenção crítica. Revelar os defeitos de carater do brasileiro da época. Estranhamente, todos os consideram qualidades, e este foi o motivo do sucesso da música. A identidade entre o personagem e quem se encontrou retratado por ele.





Devolve meus LPs
- Mais uma “festa de arromba”, lista de artistas que na época estava todo mundo fazendo. Só entrou no LP para ocupar espaço, e não tem realmente nenhuma importância. Pelo menos pra mim.



O Espigão
- Feita por encomenda para a novela da TV Globo, era a abertura, gravada com minha banda da época, a Agência de Mágicos, retratando com a maior fidelidade possivel os novos-ricos que começavam a infestar o Brasil.



Ilha deserta
- Uma de minhas cancões preferidas, tando de música quanto de letra. A idéia de que “nenhum homem é uma ilha” invertida como sinal de liberdade naqueles tempos em que ela ainda era bem pouca, e acreditando que a individualidade e a privacidade são assuntos pessoais e de interesse exclusivo de cada um. Somente dentro de si, cada um pode ser realmente livre.



Mas não creio que nenhuma destas canções sejam “emblemáticas no repertório da música brasileira”. São apenas cancões que, umas mais, outras menos, encontraram seu espaço em gente que gosta delas, permanecendo vivas e importantes para alguns deles. De maneira geral, não tenho nenhum interesse em “música brasileira”, porque acho que a música é mais importante que nações ou linguas, e só existe porque determinados indivíduos a reconhecem como sendo sua, por afinidade com ela. Nosso gosto pessoal não tem ideologia, política, estética ou partidarismo sectário. É formado por coisas que nos tocam mais profudnamente, através da emoção e dos sentimentos, e nunca pela nacionalidade ou patriotismo. Obras são mais importantes que artistas, e se algumas delas encontram eco em determinadas pessoas, se tornam mais ou menos imortais para estas pessoas.

O conceito de “repertório da música brasileira” também me parece puramente industrial, imposto pelo sistema para com isso fazer mais dinheiro. Cada um de nós tem o seu próprio repertório, que toca diariamente no nosso radinho da ilusão, e nao tem nenhuma semelhança com o repertorio de outras pessoas. Talvez elas sejam emblemáticas para você, o que muito me alegra, porque isso me permitiu conhecer um pouco do seu repertório pessoal, o que é sempre agradavel, mas nao são nem universais nem absolutas, a nao ser para aqueles em quem se instalaram como importantes.

Publicado originalmente na International Magazine edição 143

setembro 25, 2008

Documentário “Titãs, a vida até parece uma festa”, dirigido por Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves, está na mostra competitiva do Festival do Rio 2008.

Longa-metragem foi selecionado para o Festival do Rio 2008 e fará parte da "Première Brasil Documentário". Será exibido no dia 30 de setembro, às 22h30m, no Cine Odeon, em sessão fechada para convidados. As sessões abertas para o público serão nos dias 01/10, às 13h15m, no Odeon Petrobras, e no dia 02/10, às 13h30m e 20h, no Estação Vivo Gávea 3.

As filmagens começaram logo no início da década de 80, quando Branco Mello comprou uma câmera VHS para registrar tudo o que acontecia com os Titãs nos shows, estúdios, quartos de hotéis, aeroportos, ensaios, enfim, os bastidores do intenso convívio da banda. Por mais de duas décadas Branco e seus companheiros captaram e arquivaram sons e imagens em vários formatos como VHS, Hi-8, Super 8 e mini DV.

Em 2002, Branco convidou o premiado diretor Oscar Rodrigues Alves para juntos dividirem o roteiro, a montagem e a direção do filme. Eles partiram das mais de 200 horas de material original organizado pela produtora Angela Figueiredo. De uma ampla pesquisa nas emissoras de TV, vieram os programas de auditório, videoclipes e entrevistas. A soma desse conteúdo revela personagens incríveis e momentos inesquecíveis: o início underground em São Paulo, o primeiro sucesso “Sonífera Ilha”, as prisões por envolvimento com drogas, o antológico show “Cabeça Dinossauro”, os bastidores das gravações do álbum “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, o sucesso nos grandes festivais, as saídas de Arnaldo Antunes e Nando Reis, a morte trágica de Marcelo Fromer, as viagens pelo Brasil e o mundo.

O resultado é um documentário musical de longa-metragem que não apenas conta a história da banda, mas mostra a irreverência, a emoção, o bom humor e as aventuras dos Titãs desde os primórdios até hoje em dia. A história dos Titãs, contada pelos próprios Titãs.



SINOPSE

Os Titãs contam sua própria história. Quando o disco “Cabeça Dinossauro” foi lançado, Branco Mello comprou uma câmera já pensando em fazer um documentário e com seus companheiros de banda começou a registrar tudo que acontecia com eles naquele momento de explosão musical dos anos 80. O resultado é um filme com ritmo de aventura, cenas inéditas da vida dentro e fora dos palcos, gravações de álbuns antológicos e de grandes sucessos desde os primórdios até hoje em dia.

Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves - Foto: Paulo Wainer

setembro 19, 2008

Cristiano Krause - estúdio e gravadora

Á serviço da música boa!

Cristiano Augusto Krause, mais conhecido na cena musical do sul como Nanão, vem de uma família que sempre respirou música. Seu falecido pai juntamente com seus dois tios formou o conjunto - Mirins do Acordeom - que durou de 1953 á 1962. Após esses anos todos continuaram na música, porém já em segundo plano.

Já Cristiano, teve sua iniciação musical durante a efervescência do rock nos anos 80. Nessa época a cena do rock gaúcho estava em ebulição e dessa ebulição saíram bandas como: TNT, Cascavelletes, Garotos da Rua, Defalla, Engenheiros do Hawai, dentre outras. Cristiano passou pela guitarra, baixo e bateria, sendo que nesta última teve um apreço maior. Estudou bateria, com um dos maiores bateristas de rock do sul, Fabio Ly que teve passagens pelas principais bandas do rock como: TNT, Bandalheira, Bebeco Garcia, Nei Van Sória, dentre outros. Após anos de estudo com o Fabio Ly, Cristiano passou a fazer aulas com o professor Daniel Lima - Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), para aperfeiçoar uma nova técnica.

Como proprietário de estúdio, começou em 1993 com a abertura do Estúdio Plus na cidade de São Leopoldo Rio Grande do Sul.

Hoje em dia é possível gravar, editar, mixar e masterizar um CD com qualidade no Estúdio Plus. Discos como: “Diários da Chuva” de Júlio Reny e “Volume 10” da banda Barata Oriental, são duas provas disso. CDs totalmente produzidos e finalizados no Estúdio Plus e lançados simultaneamente com “A Caminhada de Júlio Reny, Cowboys Espirituais III, etc. pelo, então, recém criado, selo Plus Records.

Atualmente Cristiano administra o selo Plus Records criado em 2004 e já possui catalogo de 11 produtos em quatro anos. Artistas como Chico Padilha, Viana Moog, Johnny Black, Lincon, Hist, e A Barata Oriental, são lançamentos de 2008.

Estive conversando com Nanão, como ele é chamado por amigos e todos que o conhecem, para falar sobre seu trabalho que flui positivamente para música brasileira. Com vocês! Cristiano Augusto Krause!



- Você é músico?
- Sim, comecei a tocar meu primeiro instrumento aos 12 anos de idade. Na verdade, meu irmão mais velho estava fazendo aulas de guitarra e eu como irmão menor e "pentelho" ficava perturbando para que ele ensinasse o que havia aprendido. Nunca vou esquecer o 1º riff de guitarra que aprendi - Smoke on the Wather do Deep Purple. Infelizmente não fiquei muito tempo na guitarra. Como queria tocar junto com o meu irmão passei para o contrabaixo. Cheguei a tocar por um tempo até perder a vaga para um amigo de meu irmão que realmente tocava melhor que eu, mas vi a possibilidade de tocar bateria já que o baterista que tocava junto com eles era muito ruim! O cara não usava o bumbo, fazia só chipô e caixa. Certo dia, depois do ensaio, deles quando o baterista foi embora, sentei-me na batera e comecei a fazer um ritmo básico porem usando o bumbo. Entrei pra banda na hora. De lá pra cá, faz 21 anos que estou tocando bateria. É claro que também aperfeiçoei a guitarra e o baixo.

- Estúdio Plus Records existe desde quando?
- Na verdade é Estúdio Plus, fui o primeiro estúdio de ensaios da minha região (Vale dos Sinos) que engloba várias cidades dentre elas São Leopoldo, local onde eu resido e trabalho. São Leopoldo sempre foi um pólo musical, cresci ouvindo música. Meu, falecido, pai juntamente com meus dois tios tinham o conjunto Mirins do Acordeom e ele sabia tocar tanto acordeom como violão e violino.
Senti a necessidade de abrir um estúdio no inicio dos anos 90, mais precisamente em 1993. Como em qualquer negócio, comecei pequeno, mas como havia muitas bandas logo formei uma clientela grande.

- Como Funciona?
- Tudo começou com ensaio. Naquela época toda grana que entrava eu reinvestia em equipamentos e aos poucos, comecei a equipar o estúdio para gravações. Passei por porta estúdios de fita cassete, logo depois entrou os portas estúdios digitais e hoje tenho uma plataforma que roda o meu bom Pro Tools. Hoje sim! Posso dizer que tenho um estúdio onde faço gravações, edições, mixagem e masterização.

- Quando e como foi que surgiu a idéia de montar um selo?
- Em 2002, entrei como baterista em um projeto chamado "Histórias do rock gaúcho", projeto esse liderado pelo músico e produtor Egisto Dal Santo. Ainda faziam parte da primeira formação os músicos Frank Jorge e Júlio Reny, com o qual comecei a tocar bateria em sua banda em 2003. Quando fiquei sabendo, em uma conversa de bar, antes de começar um show do mestre Reny, que ele tinha um disco pronto A Caminhada de Júlio Reny, disco esse que foi lançado pelo meu selo em 2004. Resolvi, junto com mais três amigos, criar à Plus Records e lançar esse disco. Hoje, infelizmente, trabalho sozinho da forma mais independente possível. Os amigos não quiseram continuar com a sociedade do selo e eu não deixei a peteca cair. Atualmente estou com 11 títulos em quatro anos de existência.

- Qual o critério para você lançar um artista?
- No inicio trabalhei com discos do Júlio Reny - A Caminhada em 2004 e Diários da Chuva em 2006. No ano seguinte, Reny reativou seu trabalho junto aos Cowboys Espirituais, do qual saiu o CD intitulado: Cowboys Espirituais III. O critério inicial era muito simples: lançar artistas que em algum momento da carreira tiveram certa exposição na mídia. E isso ficou claro na hora da venda dos discos para os lojistas. Não adianta chegar com artistas ou bandas desconhecidas que você não vende nenhum disco. Hoje já posso arriscar um pouco na contratação de um artista ou banda, sempre observando o mercado, em crise, fazendo o que ele está pedindo.
http://www.plusrecords.com.br

agosto 28, 2008

Banda Godd Times - Com Fernando Borges

Banda Good Times Festa - Fernando Borges (guitarra, violão, voz e vocal), Pedro Santos (baixo, voz e vocal), Márcio Martins "Cebola" (guitarra solo), Leonardo Fiaux (teclado), Leonardo Camacho (bateria) e Solange Pellegrini (voz e vocal), apresentam o melhor do disco, dance, pop e soul music. É uma viagem no tempo, tocando o melhor do flashback dançante, para não deixar ninguém parado. O repertório de pérolas da música como Go To Be Real, Ymca, Zodiac, Puro Êxtase, Será, Sonífera Ilha, Meu Erro, Ana Júlia, Dancin days, Losing my religion, entre outras.

Show: Banda Good Times Festa (com Fernando Borges)
Dia: 27/09/08
Local: Macanudo's Bar (Anexo da Churrascaria Macanudo - Tijuca) Rua Uruguai, 373
Telefone: 2571-6292
Ingressos: R$12,00 e R$10 (com flyer)
Horário: 22h
18 anos
250 pessoas


Show: Banda Good Times Festa (com Fernando Borges)
Dia: 27/09/08
Local: Macanudo's Bar (Anexo da Churrascaria Macanudo - Tijuca) Rua Uruguai, 373
Telefone: 2571-6292
Ingressos: R$12 e R$10 (com flyer)
Horário: 22h
18 anos
250 pessoas

A Banda Good Times Festa foi criada pelo radialista Fernando Borges. Comunicador da extinta rádio 98 FM (onde ficou a frente do programa Good Times de 1985 à 2008), ele também é guitarrista e foi o idealizador deste projeto, formando uma banda de mesmo nome do seu antigo programa, com músicas para fazer uma verdadeira festa. Disco, dance, pop e soul music são as vertentes da banda. É uma viagem no tempo, tocando o melhor do flashback dançante, para não deixar ninguém parado. Formada desde outubro de 2006, a Banda já passou com sucesso por vários lugares como Espaço Cultural Marlene, Macanudo, Castelo do Vinho, ABANERJ, Apollo Tubos, Olaria Atlético Clube, Clube Monte Líbano, Clube Naval, América Futebol Clube, Olímpico Clube, Sambola Hall, Lona Cultural Jacob do Bandolim, Lona Cultural Hermeto Pascoal, Varandas Gourmet, QG Music Hall, Pistache, Clube Aliados de Campo Grande, Shopping Barra Garden e Nuth, sendo assistidos por mais de 20.0000 pessoas - Fernando Borges é o guitarrista da Banda Good Times Festa, que traz ainda nomes como o baixista Pedro Santos, o guitarrista solo Márcio Martins "Cebola", o tecladista Leonardo Fiaux, o baterista Leandro Camacho e a vocalista Solange Pellegrini.

Jefferson Gonçalves

Jefferson Gonçalves lança seu mais recente CD “Ar puro” na Lona Cultural Renato Russo, sábado dia 20 de setembro.

Show: Jefferson Gonçalves & Banda
Lançamento CD “Ar Puro”
Abertura: The Old Blues Banda
Dia: 20/09
Local: Lona Cultural Municipal Renato Russo – Praça Manuel Bandeira s/n Aterro do Cocotá - Ilha do Governador - RJ
Ingressos: R$12 - Idosos e estudantes - R$6 - Lista Amiga - R$10,00
Telefone: (21)3363-8324
Horário: 21h
400 lugares
Livre

A mais nova Lona Cultural da cidade do Rio de Janeiro é a da Ilha doGovernador, reafirmando uma ação de vanguarda da Secretaria Municipal das Culturas. As lonas revelam que a cultura é um instrumento de inclusão, transformação e desenvolvimento, revitalizando os espaços públicos, estimulando a convivência comunitária e despertando sentimentos de cidadania e pertencimento à cidade do Rio de Janeiro. O nome da Lona da Ilha, escolhido pela comunidade, é uma homenagem ao músico Renato Russo


Jefferson Gonçalves & Banda – AR PURO
As margens do rio Mississipi e o sertão do Cariri são paisagens distantes, mas para o gaitista Jefferson Gonçalves elas são complementares e o músico fez delas suas referências para criar seu mais recente CD, intitulado: AR PURO (Blues Time Records).

O trabalho é fruto de uma intensa pesquisa de ritmos e melodias nordestinas, iniciada em 2001 e já presente em seus discos anteriores. Com essa mistura o musico cria uma sonoridade própria e instigante, se tornando assim o pioneiro nesse estilo. Seus shows são uma viagem musical, tendo no repertório: músicas autorais, clássicos do Blues, Country Blues, Folk, Funk Blues, entre outros estilos, num show alto-astral, contagiante e porque não, dançante.

Oriundo da banda Baseado em Blues, com passagem pelo trio Blues Etc, Jefferson Gonçalves tem se destacado como um dos mais versáteis gaitistas de sua geração. Tendo em seu currículo gravações e shows com artistas como Victor Biglione, Belchior, Celso Blues Boy e Vanessa Barun, entre outros – inclusive representando o Brasil em encontros internacionais, como o da Sociedade para a Preservação e Avanço da Harmônica (SPAH, em 1998, em Detroit (EUA). Em 2002 e 2003, fez turnês na Argentina, se apresentando em algumas das melhores casas de Buenos Aires, como o Teatro San Martin. Lançou-se em carreira solo em 2004 com o bem sucedido - Gréia. Depois de conquistar o território nacional, partiu para mais uma turnê pelos EUA ao lado do bem conceituado guitarrista Big Gilson e do cantor inglês The Wolf em agosto de 2005, apresentando-se em espaços considerados essenciais para o blues e o jazz, entre os quais o Blue Note (Nova York), Deep Ellum Blues (Texas) e Bamboo Room (Florida), dentre outros. Nos meses de março e abril de 2007, realizou sua primeira tour pela Europa, com o apoio da Hering Harmônicas. Sua primeira parada foi em Frankfurt – Alemanha, na maior feira de instrumentos musicais a MUSIKMESSE, onde fez o lançamento oficial da linha de gaitas com sua assinatura fabricada pela Hering Harmônicas e depois seguiu para a Espanha onde se apresentou ao lado do guitarrista Big Gilson, nas cidades de Madrid e Toledo.

O ano de 2008 começa com muitas realizações e novidades para o músico, em fevereiro se apresentou com sua banda na 9°edição do festival de Jazz e Blues de Guaramiranga – CE e no mês de junho se apresentou junto do guitarrista Kléber Dias, no Senegal Folk Festival, realizado em Dakar, no Théâtre de Verdure do Institut Français Léopold Sédar Senghor, o convite partiu da Embaixada do Brasil no Senegal e do grupo musical senegalês, Les Frères Guissé; Além de se apresentarem com o grupo, a dupla mostrou ao povo senegalês um pouco da mistura do blues com os ritmos nordestinos e músicas de seu bem sucedido CD - Ar Puro.

Com toda esta experiência adquirida em centenas de shows, gravações, viagens e workshops, Jefferson Gonçalves tem sido uma referência em harmônica no Brasil, mostrando que a música transita sem barreiras, por inúmeros estilos. Aliás, limitação nenhuma faria sentido num cenário como o do Brasil, onde música plural se respira como se fosse ar... Ar puro.

Em seus shows Jefferson é acompanhado por: Kléber Dias (voz, guitarra, dobro, violão de 12 cordas e bandolim), Sérgio Velasco (Guitarra, Marimbal,dobro, violão de 6 cordas, Lap Steel e vocal), Fábio Mesquita (baixo), Anderson Moraes ( Bateria e Percussão) e Marco B.Z. (bateria e Percussão).

agosto 06, 2008

Charles Master


Charles Master prepara a volta por cima!

Com carreira musical bem sucedida que nasceu no Rio Grande do Sul e percorreu o Brasil - ícone dos anos 80 e 90. Criador de belas canções que são sucessos eternos - Irmã do Dr. Robert, Oh Déby, Quem Procura Acha, Ana Banana, Não Sei, Cachorro Louco, Nunca Mais Voltar e outras tantas. Charles Master foi o líder do TNT, lendário grupo de rock da segunda metade dos 80. Atualmente o cantor vive um momento especial, com a finalização do segundo trabalho solo, inédito, intitulado: (Ninguém é perfeito). Consegui furar agenda do cantor para bater um papo.

Por Elias Nogueira
Foto: Nando Loureiro

Primeira formação do TNT
- Charles Master, Flávio Basso, Nei Van Sória e Felipe Jotz e foi meu primeiro trabalho na música.

Discos lançados
- Uma coletânea chamada Rock Grande do Sul, pela RCA Victor selo PLUG e depois mais três LPs.

O mais gratificante em vinte anos de estrada com TNT
- As gerações de fãs que fazem parte dessa história e que me ouvem até hoje.

As idéias
- Nunca tive problema porque as minhas, idéias, sempre foram as melhores! (risos) e geralmente quem se preocupava e fazia as músicas era eu. Sempre tive esse dom.

Finalizando o segundo disco solo
- Tenho CD solo que lancei em 2001 pela Som Livre. Depois de dois anos de turnê e mais de 300 shows pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, fui convidado pela Orbeat para fazer um CD e DVD ao vivo, com os companheiros do grupo. Parei o meu trabalho individual pra poder dar atenção ao projeto TNT. O CD/DVD nos lançaram na estrada novamente, a pedido dos fãs e também da gravadora Orbeat. Encerramos as atividades do grupo com um disco de inéditas lançado em 2005. Hoje me dedico à carreira solo e o meu próximo CD, (Ninguém é perfeito), vem bem do jeito que quero. Dez músicas de minha autoria, mostram exatamente o momento que vivo e sei que vou adorar tocar todas nos meus shows. É sem dúvida o trabalho mais maduro da minha carreira e o melhor.

Rio de Janeiro. Esteve no show do Rodrigo Santos...
- O Rio de Janeiro é uma cidade que amo e quero estar o máximo possível. Tenho grandes amigos e muita cumplicidade com a cena musical da cidade. Gosto do trabalho dos grupos cariocas e é sempre um prazer fazer parte das festas e shows com a galera do show bussines. Sinto-me à vontade e muito inspirado na Cidade Maravilhosa. Estou finalizando no Rio.

- Morar no Rio
- O meu coração já mora!

julho 15, 2008


O ‘Amor Ódio Amor’ do cantor Jorge Guilherme

Artista mostra o amor em três atos em disco novo

O volta-redondense Jorge Guilherme vem trilhando um caminho sem volta na música brasileira. Desde a primeira apresentação em público, já se vão mais de 25 anos. E ainda assim continua se reinventando e sendo considerado uma grata surpresa na música nacional.

Sua vida nas ondas do som começou aos dez anos, quando ingressou como tenorino no Coral Villa Lobos da CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Excursionou com o grupo por dois anos e foi estudar, por prazer, canto técnico. Aos dezessete anos participou de uma banda ‘cover’ formada por amigos. Integrou projetos ainda mais profissionais que lhe renderam bons shows, prêmios, participações na TV e grandes amigos. Na década de 90 esteve em diversos grupos e tocou “na noite” pelos bares e casas noturnas no Vale do Paraíba. Ótimo período, onde desenvolveu sua performance autêntica e vibrante.

Em 2001 dava os primeiros passos da carreira solo e já em 2003 prensou, distribuiu independente e esgotou em curtíssimo tempo as três mil cópias de seu primeiro CD, ‘Tão Perto de Você’ – que contém obras de arte do pop rock, com influências de MPB e música negra. Estava ali o termômetro de sua carreira, naquela estréia em disco planejada por três anos a fio! Com emoção e técnica aliadas a uma proposta conceitual Jorge Guilherme se mostrou um cantor com personalidade na voz e um compositor de mão cheia – já que assina doze (ótimas) músicas, dez delas sozinho. O disco fala de amor sem vulgaridade, acena para a alegria, a vida e as relações a dois. Deste álbum, JG trabalhou as músicas "Será?" (que chegou a rolar em rodinhas na PUC, no Rio) e "Você Voltou Pra Mim".

Depois desta agradável surpresa para marcar a chegada-solo, Jorge Guilherme manteve seu estilo de melodias “simples-porém-rebuscadas” e letras “românticas-sem-ser-piegas”. Em 2006 seus dois primeiros sucessos do primeiro álbum entraram no CD de Leandro Lopes (Pica-Pau) – vencedor do Programa Ídolos do SBT, lançado com “Será?” na posição de carro-chefe pela SonyBMG. Neste mesmo ano iniciou a pré-produção e a gravação de ‘Amor Ódio Amor’, segundo CD que agora chega às lojas pelo selo Astronauta Discos – responsável pelo lançamento de discos de Autoramas, Beto Lee e Luis Capucho, entre outros.

“Totalmente autoral, o álbum traduz a trilogia de qualquer relacionamento em suas treze canções”, comenta o multifacetado Jorge Guilherme, que escreve à mão linhas sinceras de sua história. “Conto o amor em três atos. No início do CD, falo de toda a fase de conquista, dos primeiros amores. No meio, já entra o ódio, que é representado pelo ciúme. Por fim, é o amor fraterno, amor da conta bancária, do casamento”, diz ele, completando: “Desde a pré-produção até a finalização foram sete meses. Compus quatro músicas que estão no CD. As outras nove já estavam compostas”. Foram feitas duas mil cópias. “É muito para um artista independente”, comenta Jorge Guilherme, que gravou num estúdio de Volta Redonda. A masterização do CD foi feita no estúdio Magic Máster, no Rio, o mesmo utilizado por artistas consagrados.

São 13 canções, todas autorais. E JG também assinou a produção, letras, músicas e arranjos – um trabalho totalmente autoral produzido com a ajuda de Tuta e Diogo Macedo, colaboradores que também estiveram no primeiro CD. As rádios de Volta Redonda já tocaram “Na Sua Estrada” e “Madrugada”. Para todo o Brasil, este mês começa a tocar algumas canções em rádio que confirma o teor pop de sua trajetória.

Suas influências declaradas são de artistas como Cazuza, Elis Regina, Renato Russo, Cássia Eller, Ney Matogrosso, Freddie Mercury (Queen), Ian Astiburry (The Cult), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Michael Jackson e outros nomes. Seu porte de artista o faz um cara com “punch” de rock e conteúdo de MPB.

julho 09, 2008

Marcelo Fróes, Zé Ramalho e Erasmo Carlos


No momento em que comemora 40 anos de carreira, Zé Ramalho abre seu baú e nos brinda com este surpreendente “capítulo zero” de sua carreira. Com gravações em fita cassete extraída diretamente da mesa de som dos históricos shows que o artista realizou antes da fama, entre os anos de 1973 e 1976. Estas gravações históricas foram guardadas pelo artista por mais de trinta anos e agora, finalmente masterizadas com a melhor tecnologia disponível, resultam no primeiro lançamento do selo Discobertas do pesquisador e produtor Marcelo Fróes.
O lançamento do disco duplo O ‘Capitulo Zero’ da Trajetória de Zé Ramalho da Paraíba aconteceu terça-feira dia 8 de julho na Livraria da Travessa no Leblon – Zona Sul do Rio de Janeiro. Estiveram no local para prestigiar, o famoso cantor paraibano que distribuiu autógrafos, Erasmo Carlos, Renato Barros, Robertinho de Recife, Bacalhau (Autoramas), Big Gilson, Fred Nascimento (Tranta), Érika Martins, Gabriel Thomaz, dentre outros. (Elias Nogueira)

julho 01, 2008

Detonautas - O Retorno de Saturno

Detonautas reaparece com melhor disco de carreira

Roqueiros cariocas mudam de gravadora e lançam “O Retorno de Saturno”

Lançando seu quarto álbum “O Retorno de Saturno”, primeiro pela Sony-BMG (Os antecedentes saíram pela Warner), e o primeiro sem o guitarrista Rodrigo Netto que foi vítima da violência urbana, o quinteto carioca, Tico Santa Cruz (vocal), Cléston (DJ e percussão), Renato Rocha (guitarra), Tchello (baixo) e Fábio Brásil (bateria), demonstram mais maturidade devido à experiência que vem adquirindo desde que lançou o primeiro disco em 2002. Com canções menos pesadas, letras bem definidas e acertando o alvo que é proposto, os Detonautas Roque Clube vem confirmar que o melhor disco de sua carreira é “O Retorno de Saturno” que vêm recheados de canções que tem potencial para se tornarem sucessos como a faixa título, O Retorno de Saturno e Nada É Sempre Igual. Em entrevista para o INTERNATIONAL MAGAZINE – o cantor, compositor e também guitarrista Tico Santa cruz, pode falar sobre como foi concebido o disco e outras coisas interessantes.

Por Elias Nogueira

- Fale do "Retorno de Saturno". Quando tempo durou para ficar pronto?
- Comecei a compor, estas, canções em 2007, mais precisamente em janeiro quando fui para Trancoso na Bahia fazer um retiro. Levei o violão sem imaginar que algo pudesse sair. Quando as músicas começaram a tomar forma, as gravei na secretária eletrônica do meu celular. Depois que voltei para o Rio de Janeiro mostrei pra banda e fizemos uns ensaios só com violão e piano. Soou tudo muito bonito e não foi preciso pensar muito para concluir que esse seria o clima do disco. Quando entramos para gravar, no fim do mesmo ano, fizemos tudo muito rapidamente devido à simplicidade a qual estávamos dispostos a conceber o trabalho. Ao todo um ano e quatro meses.

- O Fernando Magalhães mais uma vez esteve com vocês.
- O Fernandão é um querido. Nosso parceiro desde o princípio. Além dele o Tomás Magno, também, foi o produtor e assinamos todos juntos, pois o trabalho fora exatamente dessa forma. Em alguns momentos ficávamos sozinhos, em outros, com na companhia de um deles e em outros juntos. Isso deu uma diversidade e uma liberdade para interpretarmos com o sentimento mais sincero possível e tendo duas pessoas observando e nos ajudando com seu olhar distanciado. Fernando fez o Baixo de "Soldados de chumbo" incluiu algumas guitarras que tem uma personalidade incrível e junto com o Renato e o Tomás tirou altos sons dos instrumentos que escolhemos. É uma parceria que sempre deu frutos.

- Seleção de repertório. Como foi feito?
- Das 14 músicas, que fiz em Trancoso, 11 entraram no disco. Fizemos ainda um no estúdio ao longo dos ensaios e compôs como conteúdo digital. Vai ser disponibilizado para o público em breve. Nós sabíamos o tempo todo o que queríamos então foi entrar e ser objetivo.

- Inspiração para compor. Continua como antes?
- A inspiração é algo inexplicável, porém quando estás com tua imaginação e teu vocabulário em constante exercício fica bem mais fácil de expressá-la no papel e em melodias. Tenho lido muito de seis anos para cá e isso fez com que conseguisse materializar idéias que antes só conseguia expressar em textos. Sei que ainda preciso amadurecer muita coisa, mas tenho consciência de que estou no caminho certo.

- Foi difícil fazer o novo trabalho com ausência do Rodrigo Netto?
- Sem dúvida. A ausência dele como pessoa, compositor, criador e amigo deixa um buraco na alma e esse buraco só pode ser preenchido trazendo sua energia para o dia a dia. Na verdade ele só esteve ausente fisicamente, pois sentimos a presença dele e isso se reflete nas letras e canções.

- No disco a banda está com rock com menos peso. É efeito da perda do amigo?
- Não sei se é efeito. Creio que o que vivemos pós a perda violenta do Netto nos conduziu para esse lugar. Nossos discos são fases claras da banda, não nos interessa repetir formular e fazer cover de nós mesmos. Queremos sempre experimentar e o natural foi que as coisas levassem a sonoridade para onde foi.
- Em shows haverá necessidade de outro guitarrista?
- Embora eu esteja tocando violão e guitarra o Phelipe - que era roadie do Netto - assumiu uma das guitarras, pois o que ele fazia era tão importante que não havia uma forma de simplesmente ignorar e passar a trabalhar com um guitarrista a menos.

- Você, atualmente, passa para o público, que não é somente cantor de uma banda de rock, mas uma pessoa que se preocupa com as causas sociais. Isso se deu após o desaparecimento do Rodrigo Netto ou você sempre foi engajado politicamente?
- Para quem só me conheceu depois da tragédia pode ser. Porém basta pesquisar, vasculhar minha vida, assistir a shows antigos e ao próprio DVD para desfazer tal engano. Não tenho como controlar a opinião alheia, mas é fato que a mídia abriu mais espaço para que eu pudesse introduzir alguns temas que antes ficavam restritos a apresentações e blogs.

Faixa a faixa

01 - O retorno de Saturno
- Um lindo final de tarde cor de rosa no Arpoador - RJ

02 - Nada é sempre igual
- Confessional

03 - Verdades do mundo
- Dedicada ao Netto

04 - Só pelo bem querer
- Minha maneira de enxergar o relacionamento homem e mulher sem envolver o amor romântico que é vendido pelas novelas. É estar com alguém por que se quer e não por um compromisso social, moral ou religioso.

05 - Lógica
- Primeira canção que escrevi, também, para o Rodrigo. Tive muitos sonhos com ele.

06 - Tanto faz
- Confessional.

07 - Oração do horizonte
- Representa tudo que falo nos protestos contra a violência.

08 - Soldados de chumbo
- Uma cantiga de ninar com uma letra ácida.

09 - Ensaio sobre a cegueira
- Além de ser uma homenagem ao Saramago por quem sou altamente influenciado, é uma forma de aguçar a curiosidade dos fãs com a literatura. Se os rappers americanos ostentam carrões, jóias e mulheres, nós queremos divulgar um universo diferente: a literatura.

10 - Enquanto houver
- Tem endereço certo.

11 - Eu vou vomitar em você
- Muito intelectual, de butique e de botequim, se identificará com essa canção. Muita gente vai vestir a carapuça.
ENTREVISTA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO INTERNATIONAL MAGAZINE EDIÇÃO 142 - ABRIL DE 2008