março 23, 2009

A hora e a vez de Twiggy!
Dez anos de carreira, Letícia - paulistana de Pindamonhangaba, SP - lança o tão esperado primeiro disco de sua carreira. Com apenas 17 anos, e mais de dez anos de trabalho poderiam parecer um infinito, já que ela começou a cantar aos sete anos. Participou de corais e concursos, foi para um programa de televisão e chegou a vencer o concurso de jovens talentos de Raul Gil em 2005. Seu primeiro disco teve uma concepção natural, enquanto a adolescente transformava-se numa mulher que o Brasil vai conhecer em seu disco que sai pelo selo Discobertas. Twiggy (nome artístico) para os íntimos no Brasil a dentro.

Gravado em 2008 com três integrantes do grupo Dr. Sin, e produzido pelo baixista Andria Busic, o disco de estréia de Twiggy foi todo preparado no moderno estúdio Norcal - São Paulo, e traz no repertório canções de Erasmo Carlos, Rita Lee, Leoni, Cazuza e Barão Vermelho, dentre outras entregues especialmente à voz da cantora.

“Twiggy”, a bolachinha, abre com “Olho do Furacão”, faixa de trabalho que revisita o belo rock composto há alguns anos por Erasmo Carlos e os rapazes, do extinto, LS Jack. De Erasmo também é a faixa que fecha oficialmente o disco - “Escorregadia”, parceria com o guitarrista Rick Ferreira. O disco conta com releituras de “Ovelha Negra” Rita Lee, “Pense e Dance” Barão Vermelho e “Diga Não” Leoni. O interessante é que as inéditas, feitas por Liah, Rodrigo Leal e Dr. Sin, foram feitas especialmente para o disco. “O Nosso Amor a Gente Inventa" do Cazuza, gravada por Twiggy para uma trilha sonora de novela, e “Piggies” de George Harrison, que a cantora registrou com acompanhamento da banda de Andreas Kisser em 2008 aparecem como faixas extras.

Em 2008, Twiggy teve a chance de gravar uma canção inédita de Paul McCartney, “Suicide”, um jazz com arranjo moderno de big band feito pelo maestro Zezo de Almeida e que rendeu a faixa incluída somente na coletânea “Letra & Música”. Em entrevista a cantora faz revelações, fala de carreira, disco e futuro.


Reportagem por Elias Nogueira

- Dezessete anos de idade e dez anos de carreira. Como é isso?
- Para ser bem sincera, nunca tinha pensado nesse número! O fato é que comecei tão cedo que a música acabou fazendo parte do meu crescimento, de uma forma tão natural que nem costumo me dar conta. Parando pra pensar, é mesmo bastante tempo. Mas de forma alguma me sinto uma veterana. Posso dizer que apesar de tudo que já fiz, estou apenas começando.


- Como surgiu o nome Twiggy?
- Twiggy surgiu por acaso, quando fui fazer fotos em São Paulo e o produtor comentou que por algum motivo, ali, eu lembrava a Twiggy, top-model inglesa dos anos 60.

- Elaboração do disco. Quanto tempo levou até finalizar?
-
O disco inicialmente seria meu presente de 15 anos! Sem dúvida, naquela época não havia pressa alguma em gravar numa grande gravadora. Mas desde o início fiz questão de que fosse um disco bem produzido, com bons músicos, repertório, estúdio, capa etc. Por isso foi um longo processo, que se iniciou em 2006/2007 com a escolha do repertório e depois com a gravação entre 2007/2008. Na época em que gravei "Piggies" para o projeto Álbum Branco, o disco já estava em fase de mixagem e masterização. Daí para o lançamento, pelo selo Discobertas, foi uma conseqüência, quase, natural. Era pra ter saído no final de 2008, mas havia uma quantidade enorme de produtos, na fila, da Sony DADC e nós tiramos o pé do acelerador.

- Seleção de repertório.
- A seleção do repertorio foi feita aos poucos, por escolha minha e sugestões de produtores. Costumo dar palpites na produção do disco sim. Acredito ser primordial estar totalmente satisfeita com o resultado final do trabalho. Por sorte, na produção do disco, assim como nas participações como a do Álbum Branco, estive sempre cercada dos melhores músicos, contribuindo com suas opiniões. Dou palpites, mas também costumo ser bastante receptiva.

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Gravar Erasmo Carlos, Cazuza, Rita Lee... Causou certo receio?
- Tento não pensar dessa forma, pois afinal não é pretensão minha de forma alguma fazer melhor ou substituir algum desses grandes artistas. Comparações podem até surgir, mas com esse tipo de coisa não me preocupo. Prefiro encarar essas versões simplesmente como homenagens de uma fã a artistas que de certa forma a influenciaram.

- Vejo que é linkada com nomes badalados do meio como Andreas Kisser, Érika Martins... Como os conheceu?
- Conheci muitas pessoas graças aos programas de TV - inclusive o pessoal do Dr. Sin, que foi um contato vital. Uma das minhas exigências era que o disco fosse gravado com eles, e hoje nós temos uma amizade bem bacana. Eles não só deram uma roupagem especial ao repertório, como também contribuíram com duas músicas, sendo uma inédita. Já o Andreas Kisser, conheci por intermédio do Marcelo Fróes, na época de participar do Álbum Branco, assim como Paulo Zinner e Daniel Latorre - fechando o power trio que gravou "Piggies" comigo. Ainda não tive o prazer de conhecer a Érika Martins pessoalmente, mas soube que ela curtiu tanto a versão de "Piggies" que o Marcelo então sugeriu que ela verbalizasse isso no encarte do meu primeiro CD. Foi muito legal da parte dela ter aceitado. Érika é uma das grandes cantoras de rock da nova geração.

- Você se espelha em alguma cantora ou cantor, para criar seu próprio estilo? - Na verdade não. Tenho vários artistas prediletos, dos quais sou praticamente tiete, mas hoje em dia não tenho a pretensão de espelhar minha carreira na deles. Até porque não ouço apenas um estilo e, principalmente, porque acho que como artistas somos frutos indireto de todas, nossas, influências. Acredito que tudo o que ouvimos nos influencia de alguma forma. Mas, na maior parte das vezes, não considero esse processo intencional. Talvez em termos de arranjo, algumas vezes seja necessário citar influências para transmitir uma idéia, mas em termos de vocal não.

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"Álbum Branco". Foi seu primeiro registro lançado? Como foi sua participação?
- Meu primeiro registro em disco foi em 2005, em uma homenagem aos - 40 Anos da Jovem Guarda do quadro "Jovens Talentos" do programa Raul Gil. Gravei o clássico de Eduardo Araújo, "Vem Quente que eu Estou Fervendo". Nesse ano cheguei a ganhar o concurso. Depois gravei músicas para trilhas sonoras de duas novelas da Rede Record - Prova de Amor e Luz do Sol. Mas considero minha participação no Álbum Branco como algo especial em minha carreira, por ter me dado oportunidade de conhecer pessoas, extremamente, talentosas e produzir algo totalmente diferente de tudo o que eu havia feito anteriormente. Sem falar na honra de gravar Beatles!

- Você está na Alemanha. Retorna ao Brasil?
- Estou na Alemanha desde janeiro, estudando música e fazendo contatos com músicos e pessoas do mercado em geral. Farei algum trabalho de divulgação do disco, afinal há duas faixas em inglês e este é o idioma universal do rock. Além disso, para aqueles que, como eu, gostam de estilos mais pesados como Metal, a Alemanha é um oásis! Mas sim, retorno ao Brasil em Janeiro de 2010.

- Shows?
- No momento shows não são prioridade. Fiz muitos shows na época em que estava gravando o disco, e mesmo antes, sempre tive banda. Participei, inclusive, dos shows nas festas de lançamento do Álbum Branco. Mas na Alemanha, por enquanto e por tempo indeterminado, estou sem banda. Mas já em minhas primeiras semanas aqui tive que cantar Bossa Nova em um evento para convidados!

Um comentário:

henrique kurtz disse...

Eu tiro o chapéu para Elias Nogueira.