dezembro 11, 2007

Trícia


As cores formam a inspiração básica da obra da artista plástica Trícia Penna, com influências acadêmicas vinda da família, mais precisamente de seu bisavô Carlos Abriatta. Com o passar do tempo, suas pesquisas e o contato com pessoas e artistas, que buscavam aperfeiçoamento, fez com que Trícia e Zdipace (sua mãe) criassem a Pacearte Studio. Hoje a Pacearte completa 14 anos de existência e têm em seu upgrade cursos para crianças, adolescentes, adultos iniciantes ou para aperfeiçoamento, em pintura, desenho, escultura ou aquarela. Para homenagear sua herança artística, a Pacearte Studio criou o Salão de Artes Plásticas Carlos Abriatta no qual todo fim de ano os alunos expõem suas obras realizadas durante o período e que freqüentaram em sala de aula. Foi em uma dessas exposições que, eu, pude conhecer de perto a obras e também, conversar e fazer uma entrevista com Trícia. Artista plástica dedicada ao que faz demonstrando talento em suas obras. Acompanhe em entrevista, exclusiva, com a artista responsável pelo desenvolvimento, educação e divulgação das Artes Plásticas. Senhoras e senhores! Com vocês! Trícia!

- Como senhora se descobriu na arte? Vem de família?
- Minha história na pintura começa com meu bisavô vindo do norte da Itália de Turim fugindo das confusões com o fascismo. Ele já era pintor nesta época. No Brasil instalou-se em Ribeirão Preto onde até hoje alguns de seus afrescos estão nas paredes da Igreja Matriz no centro da cidade. Cresci vendo minha mãe pintar com hobby e no decorrer de sua vida foi entrando no mercado artístico através da cidade de Embu das Artes, onde meus pais tiveram por muitos anos uma galeria de arte.

- Quais os cursos que a senhora fez dentro do segmento?
- Cursei bacharelado e licenciatura pela em artes plásticas na FEBASP e outros vários cursos.

- A Trícia já exibiu sua arte em diferentes lugares?
- Sim , já expus no Centro Cultural São Paulo, MAC do Ibirapuera, Galeria Gerot, Jocal, na Pacerate Gallery no Embu, Clube Espéria, Clube Pinheiros, Clube Paulistano, dentre outros.

- Gostaria que a senhora falasse da Pacearte Studio.
- Bem, a Pacearte é a realização de um sonho, onde o objetivo, através da arte, poder informar, conscientizar e concretizar a cultura e a realização interior das pessoas nesta sociedade tão necessitada de novos horizontes. A arte tem uma linguagem universal onde a expressão é capitada independentemente da cor, do credo ou da cultura do observador. O estúdio foi inaugurado em 1995, na zona sul de São Paulo, um bairro de classe média. Eu e minha mãe vivenciamos a falta de um curso em São Paulo, o qual tivesse como metodologia de ensino o desenho, a pintura, a plástica e a técnica. Todos caminhando juntos abreviando a evolução de cada aluno. Tornando o aprendizado mais fácil e accessível financeiramente a todos.

- Onde a senhora encontra inspiração para criar?
- Tudo me inspira! Acho que o artista enxerga aquilo que aos olhos da maioria passa desapercebido. Sou desde pequena muito observadora e, as imagens as cores, as formas do cotidiano me tocam! A natureza em zoom, por exemplo. Nos Estados Unidos descobri o hiper realismo. Adoro! Porque une o clássico á precisão técnica do renascimento e a modernidade de nossos dias.

- Se a senhora tivesse que citar nomes de artistas plásticos, quais os três primeiros da lista?
- Michelangelo, Monet, Dali.

- Exposição no Rio de Janeiro e em outras capitais poderá acontecer?
- Eu tenho uma paixão pelo Rio, a Lili Carvalho, minha aluna, sabe disso! É que meu marido trabalhou durante três anos lá e eu ia quase todo final de semana. Não vejo problema algum, gosto do meu país, já participei de muitos salões pelo Brasil mas na maioria das vezes só enviei as obras.

- Hoje muitos artistas colocam suas obras em livro. Já pensou na idéia?
- Tenho despendido um cuidado em relação a isso! Acho importante incentivar o artista, o crítico, o designer, o arquiteto e todos os amantes das artes a buscar o conhecimento de uma forma criativa e dinâmica, através de anuários de artes, revistas, revistas virtuais e porque não livros?

- No Brasil existem artistas, de vários segmentos, que não tem oportunidade de mostrar sua arte. A senhora acha que o país deveria dar mais valor, incentivo, apoio... Ao artista brasileiro?
- Sem duvida nosso país é falho em vários setores! Nas artes, nem se fala.... Não gosto de ficar esperando e acredito que devagar, mas de maneira perseverante, podemos desenvolver um senso crítico naqueles que buscam o conhecimento. Para ser mais clara o que a Pacearte faz para mudar? Ou melhor, influenciar o seu meio de atuação? São ministradas palestras de história da arte gratuitas sobre a vida e obras dos artistas. Para que ao final, se tenha um debate sócio, político e econômico sobre o assunto. Visitas a exposições em museus, com monitoramento, são feitas. Dessa maneira, você faz com que as pessoas passem a pensar por si próprias. Quando se finaliza uma obra, a auto-estima da pessoa em saber que ela criou e executou uma obra de arte, é maravilhosa! Você vê pessoas descobrindo um mundo novo que elas não sabiam que existia! Isso não tem preço! Precisamos de mais apoio sim! De uma política de incentivo com investimento financeiro mais sólida e concreta à nossa sociedade. Pois é difícil você formar e desenvolver um artista em uma pessoa sem cultura, onde a luta pela sobrevivência é maior. Por isso acho que nossos artistas são guerreiros utópicos numa sociedade em luta pela sobrevivência.

Um comentário:

MEUS CONTOS E ENCONTROS disse...

Sou uma aluna do Studio Pacearte, desde 2006 ainda estou no ventre do aprendizado - mais esta experiencia com a arte esta me desenvolvento o senso critico, descobrindo formas de enxergar o mundo e as pessoas - descobri com minha professora que a arte não se faz somente com o pincel e uma tela - mais com a alma com a posibiliade de se colocar no mundo de saber o valor que cada pessoa tem.
O Studio Pacearte e um lugar onde agrega valores humanos.
Parabéns
Adoro minha Professora